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Você nunca fará uma foto duas vezes

Por Anna Laura Wolff
2 out 2014, 20h26

Na véspera da minha primeira viagem a Nova York, presente de 15 anos dos meus pais, minha avó me deu uma Kodak. Foi a minha câmera nº 1. Lá fui eu desbravar a Big Apple e, 48 horas depois, já precisava de um cartão de memória novo. Fotografei que nem louca, ou melhor, fiz os outros tirarem mil e uma fotos minhas.

Da segunda vez que fui a Nova York, quatro anos após a primeira viagem, já era dona de uma câmera profissional. Tirando a minha mania da vez de aumentar a saturação das fotos, são ótimas imagens. Descobri o poder das lentes e voltei pra casa com uma malinha cheia delas. Mentira, foram só duas, uma fisheye e outra com um superzoom, mas pareciam o mundo.

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Da terceira e última vez que fui a Nova York, há quase dois anos, fiz os meus melhores cliques nova-iorquinos. Foi aí que descobri o segredo de um destino bem fotografado, bem explorado, bem contado. Registrar a cidade a partir de ângulos turísticos é o início, mas depois você vai aprendendo que são os jeitos individuais de ver o mundo que fazem a diferença.

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Dei essa volta toda para dizer o seguinte: você nunca fará uma foto duas vezes. Cliques são reflexos das fases das nossas vidas e variam conforme nosso estado de espírito do momento. Dias tristes têm um olhar fotográfico melancólico, enquanto instantes alegres ficam evidentes em qualquer imagem: elas têm cor, luz e movimento. Dito isso, também fica fácil de entender o porquê das fotografias de viagens terem resultados tão legais – viajar faz bem pra alma, que fica leve, levinha…

Minhas três experiências em Nova York renderam cliques completamente distintos. Eu não só busquei composições novas a cada aterrissagem na cidade como aprendi a enxergá-la de outras formas. Ainda lembro de como fiquei chocada quando visitei Nova York da segunda vez e descobri que não tinha subido no Top of the Rock na primeira viagem. Já da terceira vez, não que eu não tenha achado fantástico observar o Empire State lá de cima, só que fiz fotos muitos melhores do arranha-céu do chão, das ruas, de uma visão mais real, de todo dia.

Assim é fotografar. Um reflexo de quem está atrás do clique, sempre diferente do que já foi e mais variado ainda do que vem por aí.

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