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Visto para turistas dos Estados Unidos: cai ou não cai?

O ministro do turismo sinalizou a possível eliminação do visto para turistas americanos visitarem o Brasil. E como fica a tal reciprocidade?

Por Giovanna Simonetti
Atualizado em 19 mar 2019, 17h10 - Publicado em 22 jan 2019, 13h24
Mapa dos Estados Unidos
 (KeithBinns/Getty Images)
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Em entrevista à agência Reuters, o ministro de Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, declarou que o Brasil planeja eliminar a exigência de visto para os turistas estadunidenses que entrem no país. Porém, não existem indicações de que os Estados Unidos façam o mesmo, ou seja, o visto para que brasileiros entrem no país norte americano deverá ser mantido.

Atualmente, o Brasil adota o princípio de reciprocidade na questão. O que significa que os americanos enfrentarão as mesmas exigências que os brasileiros em relação à entrada no país. Um cidadão dos EUA que vá visitar o Brasil hoje precisa de visto válido por dois ou dez anos. Os valores são semelhantes aos praticados pelo governo americano: 44 dólares para dois anos ou 160 por dez.

Segundo o ministro do Turismo, a medida faz parte de um projeto do governo de se aproximar dos Estados Unidos como parceiro. Também está sendo estudado retirar a necessidade de visto para cidadãos do Canadá, Austrália e Japão.

Não há previsão para qualquer mudança no momento. Ainda segundo o Ministro do Turismo, a definição caberá ao Ministério das Relações Exteriores.

Na entrevista, o ministro anunciou que o novo governo ainda pretende investir mais em turismo. Entre os planos, está a duplicação da verba de propaganda no exterior até 2023 para 34 milhões de dólares. Além disso, existe a meta de dobrar o número de visitantes estrangeiros em quatro anos, para atingir 12 milhões de pessoas.

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Reciprocidade?

A medida pôs em voga uma antiga discussão: o Brasil realmente deve ser recíproco com a política estadunidense? Existem argumentos pró e contra.

Os defensores da reciprocidade seguem a linha “dois pesos, duas medidas”. “Se um país exige visto para os meus turistas, por que o meu não deveria aplicar a mesma regra?”, é o raciocínio.

Já os contra, que acreditam que o Brasil deveria retirar o visto independente da posição estadunidense, têm seus argumentos. Primeiro que, ao exigir visto, o governo brasileiro impede que milhares de turistas venham ao Brasil. Pela operação mais dificultosa, viajantes dos EUA – que representam um bom mercado turístico – acabam escolhendo outros destinos da América Latina e nunca conhecem o Brasil.

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Para esta linha argumentativa, é uma questão econômica. Estamos perdendo mercado à toa, por questão de orgulho. O Brasil, atualmente, tem metade dos turistas de Nova York. Ou seja, precisamos atrair um número maior de pessoas – e retirar a exigência de visto é, segundo os argumentos, um grande passo para isso.

Além disso, segundo os argumentos, a reciprocidade não é fielmente posta em prática. Para fazer o visto brasileiro, os americanos precisam de poucos documentos e podem ter visto eletrônico – que fica pronto em até 72 horas. Já os brasileiros passam por um processo muito mais burocrático e demorado, que demanda mais documentos (inclusive comprovante de renda, para provar que não tem intenção de se mudar para os EUA) e etapas presenciais.

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