Viagem ‘roots’ de trem no Equador leva à montanha Nariz do Diabo
Viaje no teto do vagão por paisagens alucinantes na Cordilheira dos Andes
![Chiva, no Equador, parte do passeio de trem até o Nariz do Diabo](https://viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/devilsnose6.jpg?quality=90&strip=info&w=800&h=600&crop=1)
![A viagem de trem rumo ao Nariz do Diabo, nos Andes equatorianos, pode começar a bordo de um desses pitorescos ônibus turísticos, chamados de Chiva. Com tarifas de US$ 5 a US$ 8, eles recolhem e transportam os viajantes até a estação de embarque. Há duas opções para iniciar a jornada sobre trilhos: Riobamba ou Alausí, cidades situadas ao sul de <strong><a href="https://viajeaqui.abril.com.br/cidades/equador-quito" rel="Quito" target="_blank">Quito</a></strong>, a capital do <strong><a href="https://viajeaqui.abril.com.br/paises/equador" rel="Equador" target="_blank">Equador</a></strong>. A viagem de trem rumo ao Nariz do Diabo, nos Andes equatorianos, pode começar a bordo de um desses pitorescos ônibus turísticos, chamados de Chiva. Com tarifas de US$ 5 a US$ 8, eles recolhem e transportam os viajantes até a estação de embarque. Há duas opções para iniciar a jornada sobre trilhos: Riobamba ou Alausí, cidades situadas ao sul de <strong><a href="https://viajeaqui.abril.com.br/cidades/equador-quito" rel="Quito" target="_blank">Quito</a></strong>, a capital do <strong><a href="https://viajeaqui.abril.com.br/paises/equador" rel="Equador" target="_blank">Equador</a></strong>.](https://viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/devilsnose6.jpg?quality=90&strip=info&w=800&w=636)
![Conferidos os bilhetes e efetuado o embarque, os turistas têm basicamente duas opções de acomodação: a convencional, ou seja, no interior do vagão, e a aparentemente insana possibilidade de ir sentado em cima das composições. Sim, isso mesmo, é possível – e, acredite, recomendável – viajar sobre os vagões, sentindo na cara a brisa andina. Conferidos os bilhetes e efetuado o embarque, os turistas têm basicamente duas opções de acomodação: a convencional, ou seja, no interior do vagão, e a aparentemente insana possibilidade de ir sentado em cima das composições. Sim, isso mesmo, é possível – e, acredite, recomendável – viajar sobre os vagões, sentindo na cara a brisa andina.](https://viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/devilsnose8.jpg?quality=90&strip=info&w=922&w=636)
![Pode parecer desconfortável à primeira vista – e, de fato, chega a ser em alguns momentos. Mas fique tranquilo e confiante: na maior parte do tempo você estará totalmente envolvido pelas paisagens alucinantes que se sucedem conforme o trem avança pelas encostas e quebradas da Cordilheira dos Andes. Além disso, a emoção dos companheiros de viagem também contagia e ajuda a manter a concentração no que realmente importa, ou seja, desfrutar de uma viagem sobre trilhos absolutamente incomum. Pode parecer desconfortável à primeira vista – e, de fato, chega a ser em alguns momentos. Mas fique tranquilo e confiante: na maior parte do tempo você estará totalmente envolvido pelas paisagens alucinantes que se sucedem conforme o trem avança pelas encostas e quebradas da Cordilheira dos Andes. Além disso, a emoção dos companheiros de viagem também contagia e ajuda a manter a concentração no que realmente importa, ou seja, desfrutar de uma viagem sobre trilhos absolutamente incomum.](https://viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/devilsnose3.jpg?quality=90&strip=info&w=817&w=636)
!["Olha a curva!" é o brado que se repete em quantos idiomas estiverem representados a bordo cada vez que a composição contorna os Andes. Vales profundos, vulcões e picos nevados alternam-se ao longo do trajeto até o Nariz do Diabo, numa viagem para lá de inusitada sobre o teto do trem. "Olha a curva!" é o brado que se repete em quantos idiomas estiverem representados a bordo cada vez que a composição contorna os Andes. Vales profundos, vulcões e picos nevados alternam-se ao longo do trajeto até o Nariz do Diabo, numa viagem para lá de inusitada sobre o teto do trem.](https://viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/devilsnose5.jpg?quality=90&strip=info&w=818&w=636)
![Em alguns trechos o trem também atravessa pontes. Nesses pontos o visual costuma causar certa sensação de... vertigem! Se você tiver problema com isso, fique esperto e procure não olhar para baixo. Caso contrário, bem, aproveite para fazer fotos alucinantes dos desfiladeiros íngremes que se apresentam no caminho. Em alguns trechos o trem também atravessa pontes. Nesses pontos o visual costuma causar certa sensação de... vertigem! Se você tiver problema com isso, fique esperto e procure não olhar para baixo. Caso contrário, bem, aproveite para fazer fotos alucinantes dos desfiladeiros íngremes que se apresentam no caminho.](https://viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/devilsnose2_ok.jpg?quality=90&strip=info&w=842&w=636)
![Em momentos estratégicos o maquinista desacelera a composição para que os viajantes possam desfrutar das paisagens e registrar com suas filmadoras e máquinas fotográficas os picos nevados, vulcões e vilarejos que aparecem ao longo do trajeto. Ao fundo, na foto, está o mítico Chimborazo, cujo cume alcança 6.267 metros acima do nível do mar: simplesmente o vulcão mais alto dos Andes equatorianos. Em momentos estratégicos o maquinista desacelera a composição para que os viajantes possam desfrutar das paisagens e registrar com suas filmadoras e máquinas fotográficas os picos nevados, vulcões e vilarejos que aparecem ao longo do trajeto. Ao fundo, na foto, está o mítico Chimborazo, cujo cume alcança 6.267 metros acima do nível do mar: simplesmente o vulcão mais alto dos Andes equatorianos.](https://viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/devilsnose9.jpg?quality=90&strip=info&w=817&w=636)
![Você pode embarcar em Riobamba ou em Alausí. Seja como for, algumas paradas estão programadas ao longo do percurso, até para que os turistas que viajam sobre o teto possam levantar e esticar as pernas por preciosos instantes. Para depois seguir adiante – e a todo vapor – rumo ao Nariz do Diabo. Você pode embarcar em Riobamba ou em Alausí. Seja como for, algumas paradas estão programadas ao longo do percurso, até para que os turistas que viajam sobre o teto possam levantar e esticar as pernas por preciosos instantes. Para depois seguir adiante – e a todo vapor – rumo ao Nariz do Diabo.](https://viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/devilsnose7.jpg?quality=90&strip=info&w=922&w=636)
![Depois que Alausí fica para trás, vem o ponto alto do roteiro: o trem empreende em ziguezague a descida da montanha num trecho inclinado o suficiente para fazer o coração acelerar. Para avançar, os vagões se movem para frente e para trás, e assim seguem até terminar a inclinação do Nariz do Diabo. Difícil saber o que mais impressiona: se a engenhosidade do projetista da linha ou a paisagem alucinante na qual ela está inserida. Depois que Alausí fica para trás, vem o ponto alto do roteiro: o trem empreende em ziguezague a descida da montanha num trecho inclinado o suficiente para fazer o coração acelerar. Para avançar, os vagões se movem para frente e para trás, e assim seguem até terminar a inclinação do Nariz do Diabo. Difícil saber o que mais impressiona: se a engenhosidade do projetista da linha ou a paisagem alucinante na qual ela está inserida.](https://viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/devilsnose2.jpg?quality=90&strip=info&w=922&w=636)
![Se em alguns momentos o trem diminui a velocidade, noutros ele literalmente... para! Em determinados pontos do trajeto os trilhos bifurcam, obrigando os responsáveis a descer e verificar as condições para que a viagem prossiga sem sobressaltos. Mas, às vezes, mesmo tomando as cabidas precauções... Se em alguns momentos o trem diminui a velocidade, noutros ele literalmente... para! Em determinados pontos do trajeto os trilhos bifurcam, obrigando os responsáveis a descer e verificar as condições para que a viagem prossiga sem sobressaltos. Mas, às vezes, mesmo tomando as cabidas precauções...](https://viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/devilsnose_ok.jpg?quality=90&strip=info&w=842&w=636)
![...a composição principal chega, de fato, a descarrilar! Entra em cena, então, o pessoal da manutenção. Logo mais tudo volta ao normal. Assustou? Muita calma nessa hora... Apesar de não parecer, isso também está previsto e faz parte da aventura. Ajuda, na verdade, a manter a aura de "perigo iminente" e "viagem sem volta" que fizeram a fama do Nariz do Diabo. Mas não passa de, digamos, um "risco calculado". ...a composição principal chega, de fato, a descarrilar! Entra em cena, então, o pessoal da manutenção. Logo mais tudo volta ao normal. Assustou? Muita calma nessa hora... Apesar de não parecer, isso também está previsto e faz parte da aventura. Ajuda, na verdade, a manter a aura de "perigo iminente" e "viagem sem volta" que fizeram a fama do Nariz do Diabo. Mas não passa de, digamos, um "risco calculado".](https://viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/devilsnose10.jpg?quality=90&strip=info&w=817&w=636)
![Esta é a montanha Nariz do Diabo, nos Andes equatorianos. De longe, até que pode não parecer grande coisa, mas é nela que o trem perfaz trajeto em ziguezague ladeira abaixo, indo de 2.346 a 1.860 metros sobre o nível do mar. E aí, vai encarar? Esta é a montanha Nariz do Diabo, nos Andes equatorianos. De longe, até que pode não parecer grande coisa, mas é nela que o trem perfaz trajeto em ziguezague ladeira abaixo, indo de 2.346 a 1.860 metros sobre o nível do mar. E aí, vai encarar?](https://viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/devilsnose1.jpg?quality=90&strip=info&w=817&w=636)
Das viagens cênicas de trem, o percurso rumo ao Nariz do Diabo, no Equador, é dos mais insólitos. Em vez de se acomodarem nas poltronas indicadas no bilhete, os turistas são encorajados a subir no teto do vagão e por ali se instalam. E assim viajam: com a brisa fria da Cordilheira dos Andes na cara e os olhos repletos de paisagens de tirar o fôlego. Aventura garantida.
Parece loucura, mas até que não. Ninguém “surfa” sobre o trem. Todos viajam sentados e em segurança. Mas saiba que o máximo de conforto são almofadinhas colocadas sobre os estrados instalados no teto, protegido nas laterais por barras de ferro. Na boa, você nem terá tempo de se incomodar com isso. E, se achar que não vale a pena, basta descer e voltar para dentro da cabine, o que pode ser feito sem riscos a qualquer momento da viagem, inclusive com o trem em movimento.
A locomotiva sai de Riobamba, cidade 188 quilômetros ao sul de Quito, a capital equatoriana. A partir daí serão aproximadamente 120 quilômetros numa viagem com duração em torno de quatro horas. O bilhete custa o equivalente a US$ 20 por pessoa. Outra opção de embarque é em Alausí, acolhedor povoado que fica já bem pertinho do tal Nariz do Diabo, com passagem mais barata.
Picos nevados, canyons, rios e vilarejos vão enchendo os olhos dos turistas ao longo do trajeto. Do teto do trem, com o tempo aberto, a vista chega a alcançar um raio de 300 quilômetros. A diversidade de paisagens é o grande atrativo do circuito. Os Andes, com seus impressionantes vulcões e campos de cultivo similares a colchas de retalhos, protagonizam o passeio.
A primeira parada se dá na Estação de Guamote, onde é possível usar o sanitário e saborear deliciosos salgados feitos à base de milho pelos indígenas. É também o momento de ficar em pé sobre o teto do trem para esticar um pouco as pernas. Dali, a composição segue a serpentear nas encostas íngremes andinas.
Quando os trilhos enfim chegam aos 3.100 metros sobre o nível do mar começa o desafio: descer a montanha do Nariz do Diabo… em ziguezague! Somente assim, indo de um lado para o outro na mesma face da colina, o trem pode baixar de 2.346 metros para 1.860 metros sobre o nível do mar por um terreno em acentuado declive.
As manobras desafiam a habilidade do condutor. Em alguns trechos é preciso engatar a marcha à ré. Por conta do alto grau de dificuldade do trajeto, os descarilamentos são comuns. Mas nada que cause grandes transtornos, ao contrário: faz parte da aura de aventura que envolve o passeio. Até porque nos trechos mais complicados o trem avança suavemente. Alta velocidade, apenas no começo e no fim do trajeto.
A viagem rumo ao Nariz do Diabo tem saídas diárias a partir das 7 horas. A capacidade, no teto, é de 30. Cancelamentos podem ocorrer em decorrência das condições climáticas. Se o tempo estiver instável, melhor postergar a experiência. Ah, e mesmo sob sol, gorros, luvas e um casaco corta-vento são bem-vindos.