Veja dicas de atrações que ficam nas periferias de capitais brasileiras
Restaurantes, museus e passeios que valem a pena, mesmo que sejam mais afastados da área central

Ah, se todas as aulas fossem tão interessantes como os 700 experimentos do Museu de Ciência e Tecnologia da PUC, única atração cinco estrelas do GUIA QUATRO RODAS, no Rio Grande do Sul. Provavelmente, formaríamos uma legião muito maior de cientistas e pesquisadores. Distribuídos em três andares, os experimentos discutem conceitos das ciências exatas e biológicas de uma forma bem interativa. Não é raro ver pais saindo de lá mais felizes que os filhos depois de passar o dia inteiro relembrando os tempos de escola.
Detalhe importante: a visita leva em torno de três horas, mas, sim, tem gente que fica muito mais. Afinal, onde existe um giroscópio humano para simular o treinamento de um astronauta, um simulador de terremoto, uma máquina que deixa os cabelos em pé ou um jogo de vôlei no qual a sombra do participante interage com uma bola virtual? Sem falar nos experimentos com hora marcada e custo adicional, como o corpo humano em 3D (11h15, 15h30 e 16h30) e o planetário inflável (10h, 11h, 15h e 16h).
Onde: Av. Ipiranga, 6681, Partenon – Tel. (51) 3320-3697
Horário de funcionamento: terça a domingo das 9h às 17h
Ingresso: R$ 15
Distância do Centro: 8 km (Divulgação)

A chapada mais próxima de Brasília é a dos Veadeiros, em Goiás, correto? Nada disso, no máximo constitui-se na mais conhecida. Ponto culminante do Distrito Federal, com 1 342 metros, a pouco famosa Chapada Imperial está inserida numa área de proteção ambiental de 4 800 hectares. O Cerrado apresenta-se em sua forma mais pura, acompanhado de 33 cachoeiras e muitos poços para banho. Gelados, diga-se de passagem.
Monitores conduzem os visitantes pelas três principais trilhas da área, de diferentes distâncias, classificadas como curta (1 km), média (3 km) ou longa (4 km). Cachoeiras e poços para banho são garantia em qualquer trilha. Quem optar pelas duas mais longas, um mirante com uma baita vista indica o fim da jornada. Para alegria dos caminhantes que enfrentaram uma subidinha considerável, o retorno até a sede é feito em um pau-de-arara.
Famintos após a caminhada, a energia é reposta com uma vigorosa galinhada. Além das trilhas, arvorismo e tirolesa também estão no menu de opções da Chapada Imperial. As trilhas custam entre R$ 60 e R$ 80, com almoço incluso. Leve dinheiro ou cheque, cartões não são aceitos.
Onde fica: Setor de Chácaras, 1Sul, Brazlândia (acesso pelas DF-001 e DF-220, a partir de Sobradinho)
Tel. (61) 9965-2461Horário de funcionamento: Sábado e domingo das 9h às 17h30 (agendar). A saída para as trilhas ocorre às 10 horas.
Distância do Centro: 38 km, sendo os últimos 16 km em estrada de terra. (Creative Commons/Psantarosa)

Não é preciso parar e perguntar onde fica o restaurante. Basta observar uma aglomeração na Avenida Nossa Senhora do Loreto, no coração da Vila Medeiros, para ter a certeza de que o zigue-zague pela Zona Norte paulistana chegou ao fim. No número 1100 da avenida, situa-se o atual templo da culinária do sertão na capital paulista, premiado com uma estrela do GUIA QUATRO RODAS.
A casa, com quase 40 anos de existência, passou por dois períodos. Até 2004, sob a batuta de José Oliveira de Almeida, servia competentes pratos tradicionais da culinária nordestina, mas que não ultrapassava as fronteiras da zona norte. Foi quando entrou em cena seu filho, Rodrigo Oliveira. Formado em gastronomia, viajou pelo Brasil em busca de novos ingredientes, garimpou cachaça por todas as regiões e aprimorou o cardápio. Resultado? As eternas filas na porta, formadas logo após a abertura do restaurante. Alguém reclama? Claro que não. Enquanto espera vagar uma mesa, os dadinhos de tapioca com queijo coalho e as divinas caipirinhas servem como um eficiente antídoto.
Alguns pratos do cardápio, como sarapatel e baião de dois, são servidos em quatro tamanhos (mini, pequeno, médio e grande) abrindo a possibilidade de provar várias receitas num mesmo dia. Todas acompanhadas de uma boa cachacinha – 300 rótulos recheiam a carta.
Onde: Av. N. S. do Loreto, 1100, Vila Medeiros, São Paulo, SP - Tel. (11) 2951-3056
Horário de funcionamento: segunda a sábado das 12 às 23h. Domingo das 12h às 17h
Distância do Centro: 13 km (Lígia Skowronski)

Chamado de “protótipo do paraíso terrestre”, o Solo Sagrado foi construído seguindo a filosofia do japonês Mokiti Okada (Meishu-Sama) de harmonizar a beleza natural com a criada pelo homem, criando um espaço para meditação e contemplação da natureza. Existem cinco complexos como esse no mundo e o paulistano é o único no Ocidente.
Construído pela Igreja Messiânica, o local escolhido foi uma área de 327 500 m² às margens da Represa do Guarapiranga, no extremo sul de São Paulo. Chegar ao “paraíso” requer paciência, afinal é preciso atravessar uma área pouco nobre da cidade. Mas o esforço compensa. Em meio a um enorme gramado ladeado de árvores e das águas da represa, se destaca o enorme templo em forma de anel, sustentado por 16 pilares de 18 metros. Tendo o céu como teto, o templo abriga três santuários para meditação.
Ficou com fome? Sem problema, há duas praças de alimentação no local e o enorme gramado que pode ser usado como área de piquenique. Apesar de ser um parque, é proibido o ingresso com bibicleta e skate.
Onde: Estr. Jaceguai, 6567, Jd. Casa Grande – Tel. (11) 5970-1000
Horário de funcionamento: quarta a domingo das 8h às 17h
Distância do Centro: 35 km (Pedro Henrique Araújo)

Atapú, preguari, maturi, licuri, biribiri. Ingredientes incomuns na mesa de qualquer brasileiro, mas que ganham status de estrela nas receitas do Paraíso Tropical. Situado no periférico bairro da Cabula – vá de táxi, chegar por conta é bem complicado – o restaurante possui um pomar com 6000 árvores e um batalhão de galos (antigamente rinhas eram realizadas no local).
Agrônomo por formação, chef de cozinha e bom papo por vocação, Beto Pimentel deu um toque especial aos tradicionais pratos baianos. As moquecas são preparadas com o próprio fruto do dendê e a polpa e água de coco batida. Para acompanhar, os sucos sólidos de frutas são feitos sem água, mais parecendo um creme. Ao final da refeição, os comensais recebem uma sacola cheia de frutas que podem ser consumidas ali mesmo ou levadas para casa/hotel.
Se o Beto Pimentel aparecer na sua mesa, não se acanhe em puxar papo, a aula sobre mariscos raros da Baía de Todos os Santos é garantida, entre tantas histórias que ele gosta de contar. Explicando o início do texto, atapú e preguari são moluscos, maturi é uma castanha de caju verde, licuri é o fruto de palmeira e biribiri, uma fruta.
Onde: R. Edgar Loureiro, 98-B, Cabula - Tel. (71) 3384-7464
Horário de funcionamento: segunda a sábado das 12h às 23h
Domingo das 12h às 17h
Distância do Centro: 7 km
Distância do Farol da Barra: 13 km (Leo Feltran)

Programão divertido para a família inteira, o interativo museu exibe sete exposições permanentes e tem, como cereja do bolo, a maior coleção de mamíferos fósseis da América do Sul, encontrados em quase todas as alas do museu. As boas vindas são dadas pelos esqueletos de dinossauros sul-americanos e de um enorme crocodilo. É preciso se controlar para não tocar nos ossos, a vontade é tentadora.
O segundo pavimento abriga a maior quantidade de exposições, a principal é dedicada ao naturalista dinamarquês Peter Lund, que explorou mais de 200 cavernas brasileiras e descobriu os ossos do Homem de Lagoa Santa, considerado o mais antigo fóssil humano americano. Por isso, apesar de dinamarquês, Lund é considerado o pai da paleontologia brasileira. Nesse mesmo pavimento, há uma réplica de uma caverna calcária (semelhante a Gruta da Lapinha), uma exposição de animais do Cerrado e de animais extintos no período Pleistoceno (traduzindo, na Era do Gelo).
No último pavimento, a exposição sobe o fundo das águas é brilhante. Ao som de música instrumental, a sensação que se tem é de estar no meio do mar. Para finalizar, exemplares de animais exóticos. Apesar de estar relativamente próximo do Centro, fica fora de qualquer área com relevância turística da capital mineira.
Onde: Av. D. José Gaspar, 290, Coração Eucarístico – Tel. (31) 3319-4152
Horário de funcionamento: terça, quarta e sexta das 8h30 às 17h. Quinta das 13h às 21h. Sábado das 9h às 17h.
Quanto: R$ 4
Distância do Centro: 7 km (Creative Commons/Roberto Murta)

Apesar da justíssima homenagem ao Rei do Baião, é pelo nome de Feira de São Cristóvão ou até mesmo Feira dos Paraíbas que o local é mais conhecido. A cultura nordestina está muito bem representada nos quase 700 estandes distribuídos ao longo do enorme pavilhão.
Enquanto os visitantes passeiam pelas vielas a procura de um legítimo artesanato ou de um prato típico, a praça central abriga um palco onde os ritmos nordestinos correm soltos todo fim de semana, especialmente o forró. No intervalo das apresentações, repentistas e cordelistas mostram sua arte. Entre terça e quinta-feira, funcionam apenas alguns restaurantes.
Onde: Pavilhão de São Cristóvão, São Cristóvão – Tel. (21) 2580-5335
Horário de funcionamento: terça a quinta das 10h às 18h. Sexta a domingo das 10h às 21h
Quanto: R$ 3
Distância do Centro: 8 km
Distância de Copacabana: 15 km (Flávio Veloso)

Nome intrinsecamente ligado ao paisagismo e às artes plásticas brasileiras, Roberto Burle Marx deixou a sua marca em projetos como o Aterro do Flamengo (Rio de Janeiro) e o Eixo Monumental (Brasília). Moradia do paisagista entre 1973 e 1994 (data de sua morte), o sítio abriga uma fantástica coleção de 3500 plantas vivas, a maioria tropicais, que convivem em simbiose com a Mata Atlântica nativa do terreno de 807 mil metros quadrados, situado em Barra de Guaratiba, bem próximo da Restinga de Marambaia.
No obrigatório tour guiado de 1h30, o visitante passeia pelos impressionantes jardins e pela casa do paisagista, recheada de suas obras (pinturas, desenhos, vitrais, painéis de azulejos), além de muita arte brasileira e pré-colombiana. Visita ainda uma capela do século 17 em homenagem a Santo Antônio da Bica e o enorme salão de festas, que ainda hoje funciona como palco de casamentos.
Quer um bom programa pós-visita? Siga mais alguns quilômetros até os tradicionais restaurantes da Barra de Guaratiba, famosos por servir um rodízio de pescados com vista para o mar.
Onde: Estr. Roberto Burle Marx, 2019, Barra de Guaratiba - Tel (21) 2410-1412
Horário de funcionamento: terça a sábado 9h30 e 13h30 (agendar)
Quanto: R$ 8
Distância do Centro: 53 km
Distância de Copacabana: 47 km (Bia Parreiras)

A inevitável pergunta que os marinheiros de primeira viagem fazem ao se depararem com a rústica construção após atravessar toda a parte sul da ilha, por estradas de pista simples é: será que vale a pena? A dúvida começa a se dissipar ao ver o salão forrado com 70 mil bilhetinhos pendurados no teto e grudados na parede. Tanta demonstração de carinho por parte dos frequentadores sinaliza que, no mínimo, o local não deve ser ruim.
A ótima cachacinha artesanal servida em um copinho de barro ameniza ainda mais a desconfiança. Que é dissipada completamente com a chegada dos fartos pratos de peixes e frutos do mar. A sequência de camarão enche o estômago de três pessoas, o peixe frito faz sucesso desde a inauguração no longínquo ano de 1958. Além dos pratos a la carte, um bufê é montado nos fins de semana.
Onde: R. Abelardo Otacílio Gomes, 254, Pântano do Sul – Tel. (48) 3237-7022
Horário de funcionamento: segunda a domingo das 11h30 às 0h
Distância do Centro: 28 km (Ricardo Ribas)

Brasileiro é fascinado por castelos medievais: afirmação inconteste, lembrem-se do realizado sonho de infância de Ronaldo Fenômeno e Daniela Cicarelli. Casaram-se no Castelo de Chamburcy, nos arredores de Paris. O enlace logo acabou e aqui também termina a ligação com o Instituto Ricardo Brennand, situado num “castelo moderno” na periferia de Recife. Vale visitá-lo só por causa da construção? Até vale, mas a edificação em si está muito longe de ser a cereja do bolo que, aliás, é difícil definir qual é. O cartão de boas vindas é dado por uma alameda de palmeiras imperiais que findam num jardim repleto de grandes esculturas (foto) que cercam o castelo. O colombiano Fernando Botero assina uma das obras – tem até uma réplica de Davi, de Michelangelo.
No interior do castelo, tudo é absolutamente prodigioso. A pinacoteca exibe o maior acervo de pinturas do holandês Frans Post e obras de gente que viajou pelo Brasil durante o século 19. Na biblioteca, encontram-se importantes documentos da época da ocupação holandesa no Brasil. Uma ala do castelo é dedicada à coleção de armas brancas que Ricardo Brennand adquiriu desde a década de 40: são 3000 objetos dos séculos 15 até os dias atuais – uma das maiores coleções do mundo.
Onde: Al. Antônio Brennand, 14, Várzea – Tel. (81) 2121-0352
Horário de funcionamento: terça a domingo das 13h às 17h
Ingresso: R$ 15
Distância do Centro: 14 km
Distância de Boa Viagem: 16 km (Bia Parreiras)
Sair da área turística ou central de uma cidade: há quem torça o nariz pelo simples fato de abandonar a zona de conforto e embarcar num programa que despenderá de tempo e dinheiro, com uma razoável possibilidade de terminar em uma grande roubada.
Pensando nisso, nós selecionamos 10 programas nas capitais brasileiras em que vale gastar uma corrida de táxi ou até mesmo arriscar chegar por conta própria. São restaurantes de cunho regional, museus interativos e passeios para contemplar a natureza da periferia das metrópoles. Veja acima a galeria de fotos!
LEIA MAIS:
Museu Catavento, a casa dos curiosos em São Paulo
Caminhada grátis percorre pontos literários de São Paulo
Aproveite o inverno para fazer trilhas nos parques nacionais