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Um roteiro de carro pelo Uruguai

Cenários, cores, rostos, formas, tempos, sabores, estilos e histórias que fazem do Uruguai um dos lugares mais fáceis do mundo para se perder de amores

Por Otávio Rodrigues
Atualizado em 2 jan 2023, 19h29 - Publicado em 6 fev 2013, 00h00

Uma das maneiras de viajar é fazendo a lição de casa. Você estuda antes o país ou a região, suas cidades, a natureza e o clima, os pontos turísticos ou de interesse, os modos das pessoas e vai firme, com o máximo de informação. Outra é chegar sem saber nada, disponível – como a xícara vazia, recorrente nas parábolas do mestre chinês, que inspira novos conhecimentos.

Há um pouco das duas estratégias nesta jornada pelo Uruguai, que os brasileiros mais conhecem pelos méritos de Montevidéu e Punta del Este. Alheio às coisas desse país tão vizinho e querido, granjeei entre meia dúzia de amigos algumas breves e riquíssimas percepções e segui, margeando os rios da Prata e Uruguai, num roteiro ilustrado por pequenas cidades e planícies sem fim. Voltei apaixonado.

Uma amiga que estudara em Montevidéu recomendou o candombe, manifestação popular legada dos escravos, ocasional nas ruas de Palermo e do Barrio Sur. Falou de carros e ônibus antigos, certo aspecto cubano, disse que eu ia gostar.

Um colega jornalista descreveu a intrigante sensação de andar pelas ruas do Centro, que às vezes ficam desertas e quase nos deixam ouvir o que os velhos prédios, tão cheios de história, estão cochichando. “Parece um feriado eterno”, definiu.

Outro amigo, do tipo viajante-observador, tinha dicas sobre mercados de pulgas e mais comentários sobre a atmosfera anos 1950 da capital. “Há algo de insular ali”, disse ele, filosofando sobre a originalidade étnica e cultural do país. Para completar, mandou contatos de músicos locais, alguns ligados à nobre tradição guitarrera gaúcha.

Logo percebi, muitos brasileiros têm amigos ou parentes no Uruguai e vice-versa. Num rato, como eles dizem, eu já estava enturmado, confortável no meu portunhol selvagem, dominando a geografia da capital e alguns de seus bons endereços, a começar pelo mais popular: La Rambla. Larga e movimentada, a avenida margeia o Rio da Prata e abraça a cidade com duas pistas e um generoso calçadão. É nesse parque linear, às vezes assemelhado à orla carioca, que os montevideanos passam boa parte da vida. Sozinhos ou em grupo, caminhando ou correndo, de bicicleta ou deslizando em patins, com ou sem filhos, de dia ou de noite, trazem a cuia de mate na mão e uma garrafa térmica com água quente abraçada no lado esquerdo do peito. São uns loucos por mate.

Mas, a despeito de sua onipresença, La Rambla concorre em graça com vias menos famosas, que vamos descobrindo sem querer, perdidos entre um bairro e outro. Flanar nas alamedas de Pocitos e Punta Carretas, por exemplo, entre paraísos, fresnos e plátanos, árvores mais recorrentes nos passeios e áreas públicas da cidade, é uma experiência comovente. Numa esquina, surge um bistrô, na outra, um café, entre luzes de fim de tarde filtradas pelos galhos e a folhagem. Um menino atravessa correndo, um Chevrolet Belair 1950 passa buzinando, as folhas no chão levantam em nuvem, viram borboletas. Quem tem dentro um cineasta ou poeta acomodado, dos que ficam esperando os grandes momentos acontecerem, não precisa fazer nada além de caminhar.

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É mentira dizer que me perdi o tempo todo, pois estava bem acompanhado. Desfrutando dos benefícios de dirigir sem estresse e da facilidade para estacionar – algo hoje impensável nas capitais brasileiras –, fui levado pelas ruas do Centro e da Ciudad Vieja, sempre assombrado com a caprichosa arquitetura. O Palácio Salvo, de 1928, marca o skyline – já foi o edifício mais alto da América do Sul. Plantado no encontro da Avenida 18 de Julio com a Plaza Independencia, com 27 pavimentos e quase 100 metros de altura, está onde antes havia uma mítica confeitaria, local da primeira execução de La Cumparsita, o tango mais famoso do mundo. Porque tem essa: os uruguaios também são loucos por tango.

As origens dessa música arrebatadora estão tanto em Buenos Aires quanto em Montevidéu. Ainda flutua em mistério o local de nascimento de Carlos Gardel, o maior nome do gênero, mas há quem defenda que ele era uruguaio, do distrito de Tacuarembó. Boa parte dessas histórias ouvi numa das mesas com tampo de mármore do La Tasende, um botequim fundado em 1931, bem ao lado do Teatro Solis, destaque entre os incontáveis monumentos históricos do Centro. No embalo da Mastra Negra, uma das boas cervejas da terra, generosos nacos de pizza e porções de fainá (espécie de pão bem fino feito com massa de grão-de-bico, sal e pimenta), muitos começam e terminam a noite ali. Não era nosso caso, e logo estávamos no soturno bar La Ronda, ao lado da Cheesecake Records, outros habituais pontos de encontro da galera, antes de resolvermos zanzar pela Rambla em busca de ar fresco e algum equilíbrio.

Em conversas, fui descobrindo outros aspectos da cultura platina e, com meus próprios olhos, atestando o que é viver no país menos corrupto e mais seguro da América do Sul. Com cerca de 3,4 milhões de habitantes, o Uruguai tem 98% de suas crianças na escola. E cada uma das 300 mil crianças que estão na rede pública tem um computador pessoal oferecido pelo governo. O país ainda experimenta um momento chamativo, em parte porque a economia vem crescendo e, os salários estão subindo, mas também devido ao estoicismo de seu líder, o ex-tupamaro José Mujica, especialmente depois que a imprensa internacional passou a chamá-lo de “o presidente mais pobre do mundo”. A caminho do Cerro, ponto mais alto da cidade e área de uma antiga fortaleza, passamos onde mora o digníssimo mandatário. Ele vive num pequeno sítio, de onde vai e vem com seu velho Fusca azul, carro que prefere usar apesar dos privilégios a que tem direito.

A conquista do oeste

Minhas regalias também estavam por acabar. A decisão de cair na estrada era também o fim de uma agradável vida social em Montevidéu, com jantares e guitarreadas, shows de alguns ótimos artistas emergentes e folias de candombe. Uma rápida olhada no mapa e lá estava a estrada ao longo do Rio da Prata, ligação entre a capital e as cidades do lado ocidental, que margeiam o Rio Uruguai espreitando a Argentina.

Da janela do hotel, contudo, o dia parecia ter amanhecido como se fosse o último. Nuvens escuras cobriam o estuário, chovia direto, e o vento vergava as árvores sem piedade, zunindo entre os vãos dos edifícios e as festas dos caixilhos. Uma semana antes um ciclone extratropical, com rajadas de até 200 quilômetros por hora, causara um susto tremendo. A defesa civil colocou agentes e cordas para ajudar os pedestres a atravessar certos cruzamentos, tamanha a força da ventania. Olhando ali de cima, porém, dava para ver um grupo de operários, guarnecidos apenas por capas amarelas de chuva, trabalhando a céu aberto, impassíveis. Não era o fim do mundo.

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Uma hora depois, o sol apareceu e o céu foi concedendo pedaços cada vez melhores do mais denso azul. Era a condição perfeita para os 180 quilômetros do bom asfalto que leva até Colonia del Sacramento, na confluência dos dois rios. Ao longo da Ruta 1, entre planícies cultivadas e pastos a perder de vista, cenas simples e fora do tempo, como a de um velho caminhão ao lado de um paiol de madeira, nem de longe traduzem a pujante atividade agropecuária do país, grande exportador de carne, lã, soja e derivados de leite. Aos olhos dos viajantes, isso resulta em visões contínuas de largas coberturas em tons de verde e dourado cindidas por estradas vicinais e pontuadas por silos de armazenagem. O cenário muda quando o destino está próximo: em linha reta, a estrada como que alcança o horizonte, ladeada por duas longas fileiras de palmeiras butiá.

A pompa se justifica. Fundada em 1680 e epicentro de sucessivas disputas de território entre espanhóis e seus argentinos, portugueses e seus brasileiros, Colonia é um motivo de aquarela. Seu Barrio Histórico, Patrimônio Cultural da Unesco, tem um discreto e eficiente complexo hoteleiro com pousadinhas repletas de estrangeiros, além de um simpático circuito de restaurantes, cafés e casas de vinhos. Como era de supor, carros antigos, alguns em aposentadoria cenográfica, outros em franco movimento, vão surgindo a cada esquina. E a cidade está diante de Buenos Aires, que pode ser vista do outro lado do rio em dias de tempo bom – uma posição estratégica para os interesses da coroa portuguesa no passado e para o turismo hoje: a viagem de ferry até a capital portenha dura só uma hora.

Cores de Van Gogh

O improvisado plano de viagem, no entanto, apontava para o norte. Subindo a Ruta 21, paralela ao Rio Uruguai, os plantios bem rasos mais uma vez se sucedem, agora assentados em uma topografia diferente, gentilmente ondulada, com ainda mais intensas variações de cor. Além dos matizes de verde, línguas de pequenas flores amarelas tingem as divisas das fazendas e o entorno da estrada. Fica ainda melhor quando nuvens espessas sobem no horizonte nos finais de tarde e o sol começa a passear seus fachos de luz sobre a terra. Bandos de pássaros atravessam a pista em revoada, às vezes assustando os motoristas. Pequenos rebanhos e algumas vacas desgarradas se aproximam do arame das cercas, com notável curiosidade, completando os vislumbres quase bíblicos.

Não obstante a paisagem e a grande quantidade de aves nessa região de beleza vangogheana, boa parte da vegetação original e muitas espécies animais foram aniquiladas – outras continuam sob ameaça. A interferência humana começou ainda em 1580, quando o governador de Assunción, do outro lado do rio, liberou a criação de gado no lado uruguaio, com vistas a abrir caminho e criar condições para ele mesmo empreender suas caçadas. Índios guaranis e charruas, entre outros, foram exterminados. Restaram perdizes, seriemas, tordos, patos, nhandus, cardeais amarelos, abutres, capuchinhos, pombos e canários, além de mamíferos como o tatu e o tamanduá, o cervo e a raposa, a paca e a capivara. Desde a metade do século 20, com o incremento da criação bovina e o plantio sistemático de forragens, o habitat dessa bicharada vem sendo modificado. Entre as cidades de Carmelo e Nueva Palmira, em especial, a invasão graneleira promove uma revolução, com silos enormes junto à pista, trechos novos de asfalto sem sinalização, desvios repentinos e muitas carretas carregadas transitando perigosamente.

O tempo não permitiu acompanhar palmo a palmo a orla do Rio Uruguai, repleta de balneários e estâncias, muitas delas exemplares e convidativas, como fui apurando pelo caminho. Sem reserva em hotel e sob risco de encontrar os restaurantes fechados, acelerei até Mercedes, eleita como limite desta jornada, antes que o anoitecer se completasse. Não foi fácil achar um lugar para dormir. Com cerca de 40 mil habitantes, pouco lembrada pelos turistas, mas base importante para profissionais do agronegócio, a pequena cidade tem hotéis e pousadas quase sempre lotados. Dona de um acanhado Centro Histórico e também emoldurada por uma rambla, sua vida noturna avança admiravelmente além da meia-noite, reunindo galeras junto às arborizadas margens do Rio Negro e rodas de mate nas muitas pracinhas ao longo da larga avenida.

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Punta e os segredos

Cheguei a Punta del Este depois de cumprir obrigações sociais em Montevidéu, o que incluía lautos jantares, bons vinhos e alegrias semelhantes. Tive a impressão de estar numa versão menor de Miami, com prédios modernos, lanchas reluzentes e restaurantes de pescados junto ao cais. Foi a atenciosa dona de uma lanchonete quem me explicou alguns segredos de Punta, como o circuito de baladas, as praias mais distantes e descoladas, além dos agitos nos enclaves de ricos e famosos. Depois de alguns passeios na península, e usando o não-saber a meu favor, parti mais uma vez sem rumo até o que parecia ser apenas o lado de lá, atravessando a esquisita ponte ondulada sobre o Rio Maldonado. E foi assim que compreendi a verdadeira natureza de Punta, bem mais interessante e charmosa em praias como La Barra e Manantiales, onde imperam casas de veraneio, restaurantes e barzinhos com pegada rústica, surfistas e cocotas de lá pra cá. O rumo errante me colocou diante da portentosa entrada do Hotel Fasano Las Piedras, parte de um complexo assinado pelo arquiteto Isay Weinfeld, que, além de luxuosa hospedagem, inclui venda de lotes em um condomínio do tipo beach & country.

Píer de Punta, no Uruguai Píer de Punta, no Uruguai

Voltei do Uruguai feliz da vida. Minha química havia sido alterada pelos plátanos de Montevidéu e pelos ventos do estuário do Prata e das franjas do Uruguai. Modificaram-me as fartas porções de fainá, as comparsas do candombe e as mais belas canções do mundo que ouvi ao violão. Guardarei as visões das pastagens coloridas, agora penduradas como lindos quadros na memória. Aproveitei as delicadas recomendações de meus amigos de cá e de lá, para ao final perceber se tratarem da mais fina renda artesanal, comentários e impressões que amenizaram o caráter aventureiro da viagem. E, se algo falta ser dito, em breve voltarei a esse país sui generis, tão familiar e misterioso.

Punta de ponta por Diogo Carvalho*

Dez dicas ducas do balneário badalado do sur:

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1. Parador Gecko Agora que Portezuelo voltou a ser uma das praias in de Punta, esse beach club assume de novo seu protagonismo na América do Sul. Peça chiporones a la plancha e aproveite as espreguiçadeiras com uma trilha sonora padrão Ibiza.

2. La Huella José Ignacio é o lugar que tem o maior índice de mulheres bonitas de toda Punta – quiçá do país. E é neste parador que todos vêm para um pitstop ou para curtir o dia todo. Passe lá para a happy hour. (Calle Los Cisnes, 44/86-2279)

3. Virazón Instituição de Punta, com seus guarda-sóis amarelos, ele está agora dois quarteirões adiante, na Rambla del Puerto. Peça um bom vinho branco, a qualquer hora do dia, e sinta a vibe. (Rambla del Puerto, esquina com Calle 18, 42/443924)

4. Boca Chica O restaurante na ponta da Peninsula é até normalzinho, sem requintes, mas tem um deque bacana onde é servido um dos melhores clericots da cidade, o drinque que mistura vinho branco com pedaços de frutas tropicais e gelo, marca de Punta. Vá na hora da “puesta del sol” y sea feliz. (Rambla General Artigas, esquina com Calle 11, 42/443-060)

5. Manolo Os mineiros que me perdoem, mas com dulce de leche nada pode ficar ruim. Já com doce de leite… Dito isto, faça o que todo mundo deve fazer em Punta ao menos uma vez na vida (embora não fazer dezenas, centenas de vezes seja um desperdício e tanto). Vá ao Manolo, pague uns UY$ (pesos) 50 (cerca de R$ 6) e arremate seu churro de dulce de leche. Cabrón… (Calle 29, entre Gorlero e Calle 24)

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6. Mariskonea Restaurante clássico de frutos do mar nascido em 1944 e que tempos atrás interrompeu suas atividades. Para sorte da humanidade, reabriu no verão de 2013. Dessa vez de frente para a Mansa, na Calle 21, quase na esquina com a Rambla del Puerto. Segue irrepreensível. (Calle 21, 642, 42/44-0408)

7. Garzuana Alugue um carro, peça carona, tome um ônibus, faça qualquer coisa. Pra lá de José Ignacio está Laguna Garzón, onde o hotel flutuante Garzuana exubera graças a um dos jantares mais bacanas de Punta. Uma sugestão? Peça a pesca del día. É sempre golaço. (Ruta 10, km 190,5, 44/80- 6016)

8. La Caraloca Versão privê do parador La Huella, também dos mesmos donos. Desfrute de praia particular numa faixa de areia entre a laguna e o mar, open bar e open kitchen o dia inteiro. No kidding. Para chegar, pegue a balsa para Laguna Garzón e siga as placas. (9422-3015)

9. Narbona é uma granja escondida no caminho para o Hotel Fasano, filial de uma famosa vinícola homômina de Carmelo. O cenário é cinematográfico; a comida, nem tanto. Passe lá para um esquenta. (Estrada antiga para San Carlos, atrás do posto Ancap da Barra + 4,5 km em direção ao Camino del Golf, 44/10- 2999)

10. Las Cumbres Num país que é uma planície só, qualquer elevadinho já vira uma serra. Justamente sobre uma “serra” dessas (de 250 metros acima do nível do mar, nos Altos de La Ballena), há um lugar chamado Las Cumbres, um dos hotéis mais charmosos de Punta. Simplesmente vá. (Ruta 12, km 3,9, Laguna del Sauce, 42/57-8689)

* Diogo é criador do site Destemperados.com.br, especializado em gastronomia e Punta del Este

O país de um homem comum por Osvaldo Tato

Praias populares e termas fazem parte do Uruguai que José “Pepe” Mujica, 77 anos, recomenda aos leitores da VT. O estoico presidente do país recebeu a reportagem em sua chácara, onde cultiva alface e couve, em Rincón del Cerro, na periferia de Montevidéu. Mujica, que dispensou privilégios do cargo para seguir morando na chácara (e seguir a dirigir seu Fusca 87), falou de um Uruguai nada “trendy”, que está a uma distância dir-se-ia amazônica de Punta del Este. “Eu ia sempre a lugares isolados, riozinhos”, disse em referência a seus tempos de juventude, antes do engajamento na luta armada. Mujica ficou preso por 15 anos – o último período entre 1972 e 1985. Para ele, o melhor do país está nas termas ao longo do Rio Uruguai. “São muito gostosas.” Estações como Daymán, Almirón, Guauviyú, Arapey, San Nicanor e Salto Grande ficam nos departamentos (estados) de Salto e Paysandú, a cerca de 350 quilômetros de Montevidéu. Mujica também gosta da costa fluvial de Colônia e Carmelo, onde nasceu. “Toda a costa ali é espetacular. Está cheia de balneários familiares.” Sobre Montevidéu, uma capital que tem um calçadão quilométrico e a possibilidade de ver o sol se pôr no “mar” (na verdade o largo Rio da Prata), Mujica exalta as praias “lado B” de Punta Espinillo e La Colorada, perto de sua chácara. “Aquilo lá é popular, agradável, fora da badalação, delicioso.” Ao seguir a recomendação do presidente, a VT pôde constatar que em pelo menos uma coisa Mujica estava certo: as praias são realmente populares.

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