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Um passeio sensorial pelo Mercado Municipal de São Paulo

Saiba quais são as cores, sabores e cheiros que fazem do Mercadão um ponto turístico da cidade

Por Anderson Estevan
Atualizado em 16 dez 2016, 15h14 - Publicado em 22 Maio 2012, 22h51

Tomar um simples café da manhã pode ser uma experiência incrível no Mercado Municipal de São Paulo. Assim que chegar, já é possível notar como as cores, cheiros e sabores criam uma atmosfera única nos 12.600 metros quadrados que contemplam esta imensa feira diária.

Para apreciar um pouco mais dessa atmosfera, é essencial chegar ao lugar nas primeiras horas da manhã, enquanto os milhares de turistas (brasileiros e estrangeiros) famintos por um pedaço de um lanche de mortadela ou um bolinho de bacalhau bem quentinho ainda não lotaram as “ruas” do Galpão.

Um pouco antes das sete horas é possível passear com calma pelo local, observando os detalhes do prédio erguido em 1933 para substituir o mercado velho que ficava na rua 25 de Março. Projetada pela equipe do arquiteto Francisco Ramos de Azevedo, a construção foi feita usando colunas gregas, jônicas e romanas, configurando assim um estilo de construção eclético. As telhas de vidro, claraboias e os 32 painéis subdivididos em 72 vitrais feitos pelo artista russo Conrado Sorgenicht Filho, conferem ao lugar uma iluminação natural praticamente perfeita.

Além de conferir a estrutura do prédio, neste horário também é mais fácil conferir toda a variedade de frutas, carnes, sementes, queijos, peixes e especiarias raras em boa parte da cidade, como figo da Índia e pistache iraniano, assim como raridades da alta gastronomia como o bem conhecido (e pouco provado) caviar, assim como trufas brancas, flores de sal e favas de baunilha.

Na Galeria do Bacalhau, por exemplo, essa infinidade de ingredientes encanta os sentidos. Comece seu passeio por este lugar que, além do peixe que dá o nome a barraca, também dispõe de uma infinidade de carnes defumadas e salgadas, como o famoso presunto cru pata negra, além de chouriço, linguiças artesanais, alheira e até mesmo joelho e barriga suína. Dividindo espaço com as carnes, há pistache iraniano, castanhas caramelizadas, ervilhas com wasabi, provolone chips e azeitonas de origem grega, argentina, chilena, libanesa e espanhola.

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E é claro que esta infinidade não se faz presente só nas carnes, mas também nos queijos. A laticínios Pirâmide é uma das lojas que também deixa isso visível, com um imenso queijo provolone de quase dois metros de altura na entrada. Lá é possível encontrar desde os essenciais parmesão, prato e mozzarella, como também os finos Rembrandt, da Holanda e Brie, da França e Manchego da Espanha.

Temperos de várias partes do mundo também podem ser encontrados no mercado municipal. Sua próxima parada pode ser uma das lojas dedicadas exclusivamente a especiarias, a Mr. Josef, que vende desde condimentos como cavalinha, orégano chileno, chili em pó e alho frito, além de uma infinidade de espécies de açafrão, como também pimentas, ervas e corantes naturais como beterraba, espinafre e aipo em pó.

Para acompanhar toda esta variedade de alimentos, somente um bom vinho. E o Empório Luso Brasileiro tem uma das maiores e mais completas adegas do Mercadão. Rótulos nacionais, caros ou baratos, assim como estrangeiros, encontram-se na loja, tanto para os especialistas, quando para os consumidores esporádicos. Vinhos como o Pêra-manca e Torre do Esporão, com valores elevados juntam-se a rótulos bem mais baratos como o chileno Casillero del Diablo. Gosto a parte, a maioria das lojas do mercado municipal contam com uma ampla oferta de vinhos.

Grapefruit, Pitaia, Jamelão, atemoia, graviola e cupuaçu, groselha, Longan e Xirimoya. Há algum nome desconhecido? Com certeza. A cada banca de frutas do Mercadão, o visitante é surpreendido por espécies que vem dos quatro cantos do mundo. Se diversidade é a palavra de ordem por aqui, nas suas bancas de fruta ela é uma constante. Ainda há uma infinidade de nozes, amêndoas, castanhas e azeite, como o conhecido e forte trufado. Há muito mais o que conhecer no Mercadão, outros ingredientes, outros temperos e sabores escondidas, que aguardam ansiosamente para serem descobertos. Depois dessa aventura frutífera, com o perdão do trocadilho, é hora de fazer uma pausa para o almoço.

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As instituições do Mercadão

Paulistano que é paulistano sabe: o sanduíche de mortadela, o pastel e o bolinho de bacalhau são verdadeiras instituições do Mercado Municipal da cidade. Seja pela fartura, pela fama ou mesmo pelas grandes filas, comer pelo menos um dos três lanches é parte obrigatória de qualquer roteiro pelo Mercadão.

Instalado no mesmo local desde a abertura do mercado, o Hocca Bar é um bastiões dos lanches que se tornaram verdadeiros sinônimos do lugar. Além dos caprichados bolinhos, pastéis e sanduíches tradicionais, a lanchonete criou novas variações para cada um deles, que merecem o acompanhamento de um chopinho no fim da tarde.

Na falta de um lugar para comer entre as diversas bancas, também é possível provar o melhor da gastronomia do local no espaço gourmet, localizado no mezanino, que foi inaugurado em 2004 como parte da revitalização do prédio. Lá há outras opções que vão além dos lanches conhecidos. Há restaurantes de culinária brasileira, japonesa e árabe. Além das sobremesas, que são um capítulo a parte.

Doces, sorvetes e uma cachacinha para “arrematar”

Depois de um bom almoço, degustar uma sobremesa parece ser um caminho natural para encerrar o roteiro pelo Mercadão. Com uma mistura de doces e salgados, frutas e amêndoas e castanhas especiais, o Empório Chiappetta pode ser uma das opções para aqueles que buscam sabores exóticos e inusitados.

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A harmonização de frutas desidratadas com sorvetes, cafés e até mesmo com cachaças é um dos diferenciais do lugar.  As castanhas e amêndoas incrementadas com chocolates e caramelos também são destaque, além das massas artesanais que também misturam sabores doces e salgados. Depois de um passeio desses, você se sentirá um gourmet realizado – e com a sacola cheia de ingredientes especiais.

Mercado Municipal de São Paulo

Quando: de segunda a sábado, das 6h às 18h; domingos e feriados, das 6h às 16h

Onde: Rua da Cantareira, 306, São Paulo, próximo à estação Luz do metrô

Quanto: entrada grátis

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