Top 10 México: veja fotos dos sítios arqueológicos maias do país
Chichén Itzá, Uxmal, Tulum e outras magníficas cidades eternizadas por uma civilização obcecada pela passagem do tempo




A 78 quilômetros de Mérida, na Península de Yucatán, Uxmal exibe um dos exemplos mais extraordinários de arquitetura maia, conhecida como estilo Puuc. É Patrimônio Mundial pela Unesco desde 1996 (INAH/Divulgação)

Os edifícios mais representativos de Uxmal são a Pirâmide del Adivino (ao fundo), o Cuadrángulo de las Monjas (em primeiro plano) e a Casa de las Tortugas, embora a cidade guarde outras tantas construções admiráveis. Sua majestosa arquitetura tem como característica marcante as fachadas trabalhadas com representações tanto em alto quanto em baixo-relevo. A figura de Chaac, o deus da chuva, aparece frequentemente em seus templos mais importantes (INAH/Divulgação)

Seu nome indica tratar-se de um lugar próspero e abundante. Também pode ser interpretado como "a cidade três vezes construída", como de fato se comprovou por meio de escavações arqueológicas. Alcancou seu auge entre 600 e 900 d.C. A visita ao sítio arqueológico costuma ser feita no período da tarde, quando o intenso calor yucateco começa a arrefecer – a propósito, chapéu, protetor solar e água, muita água, são itens indispensáveis (INAH/Divulgação)

À noite ocorre também o "Espetáculo de Luz e Som" no local: a história de amor de dois jovens maias em Uxmal é contada ao mesmo tempo em que suas construções ganham cores e vida com a projeção de uma iluminação toda especial (INAH/Divulgação)

Cidade maia com vista para o Mar do Caribe: aqui os amanheceres costumam proporcionar espetáculos inesquecíveis. Em seu tempo foi conhecida como "Zamá", palavra maia que designa "manhã" (INAH/Divulgação)

Na parte mais alta da costa oriental de Quintana Roo, proporciona aos visitantes panorâmicas de um mar que grita de tanto azul. Tulum flosreceu entre 1200 e 1520, já no período de declínio da civilização maia (INAH/Divulgação)

Depois de visitar templos e de conhecer a história do local, os visitantes podem tomar um belo banho de mar. Por isso, é importante estar preparado: além de chapéu e protetor solar, leve também toalha e uma troca de roupa na mochila (INAH/Divulgação)

Aproveitar o dia no sítio arqueológico é sem dúvida um programa original. De novembro a janeiro e de março a julho também é possível visitá-lo à noite, de maneira alternativa. Tulum fica a cerca de 130 quilômetros de Cancún e, nos últimos anos, tem recebido um fluxo mais intenso de turistas. Com isso, novos empreendimentos hoteleiros também têm surgido (INAH/Divulgação)

O Templo de los Frescos é uma das construções simbólicas da cidade que um dia foi completamente amuralhada em decorrência dos permanentes conflitos entre os governantes maias (INAH/Divulgação)

A subida ao topo da grande pirâmide de Cobá, a Nohoch Mul, é feita por mais de cem degraus íngremes. Do topo de seus 42 metros de altura, descortina-se uma ampla vista daquele que foi maiores centros maias do período clássico (INAH/Divulgação)

A cidade alcançou seu apogeu entre 200 e 800 d.C., época em que chegou a ter aproximadamente 50 mil habitantes. Fica a cerca de 40 quilômetros de Tulum e a 90 km de Chichén Itzá. Na foto, o campo onde era disputado o "jogo de pelota" – o objetivo era fazer com que uma bola produzida a partir do látex extraído das árvores passasse por dentro dos aros situados nas laterais (INAH/Divulgação/Divulgação)

Calcula-se que haja mais de 6,5 mil estruturas no sítio arqueológico, mas poucas foram recuperadas. Entre elas, cerca de 30 estelas – totens em que os maias gravavam a história de suas cidades e de seus governantes –, altares, pirâmides e painéis. Cobá disputou com Chichén Itzá o domínio da região e acabou subjugada pela rival
(INAH/Divulgação)

Patrimônio da Humanidade desde 1987, foi uma das cidades maias mais influentes no período clássico tardio, ao lado das também grandiosas Tikal (Guatemala) e Calakmul (México). Palenque teve seu apogeu entre os anos 600 e 800 d.C. e foi berço de uma das dinastias mais notáveis entre seus pares maias, encabeçada por Pakal, o Grande. A descoberta de sua tumba, em 1952, é até hoje considerada um dos achados arqueológicos mais relevantes da Mesoamérica (Mundo Maya/ Divulgação)

Seu declínio começa depois de 900 d.C., quando a cidade é abandonada e permanece encoberta pela selva por quase mil anos. Foi então "redescoberta" em 1784 e hoje é um dos sítios arqueológicos mais visitados do México. Fica no estado de Chiapas (Mundo Maya/ Divulgação)

Mais de 200 estruturas conformam o patrimônio do sítio arqueológico, em que se destacam construções imponentes como o Gran Palacio, o Templo de las Inscripciones, o Templo de la Calavera e o de la Reina Roja. Além de seu conjunto arquitetônico único, Palenque também se destaca por guardar muita informação sobre as observações astronômicas realizadas pelos maias (Mundo Maya/ Divulgação)

A antiga e poderosa Calakmul, no estado mexicano de Campeche, competia com a grande Tikal, na Guatemala, pela hegemonia da região central maia. Os primórdios da cidade remontam ao período pre-clássico (300 a.C a 250 a.C), desde quando começa a prosperar e se transforma numa "superpotência" política e militar. Estudos recentes indicam que foi capital do Reino de Kaan, ou Reino da Serpente, e chegou a abrigar mais de 50 mil habitantes fixos. É Patrimônio Cultural da Humanidade desde 2002 (Mundo Maya/ Divulgação)

A gloriosa trajetória de Calakmul está registrada em 117 estelas – totens com inscrições sobre os feitos políticos de seus governantes –, maior número já encontrado na região. Mais de 6 mil estruturas compõem o sítio arqueológico, que se espalha por uma área de 70 quilômetros quadrados, pertencentes hoje em dia a uma Reserva da Biosfera (Mundo Maya/ Divulgação)

Boa parte dos achados arqueológicos na região está exposta em um museu de sítio aberto à visitação. Há grande número de máscaras, artigos de cerâmica, peitorais, colares e adornos de orelha, entre outros itens próprios da indumentária de época que foram recuperados nos muitos contextos funerários encontrados na cidade (Mundo Maya/ Divulgação)

O nome da cidade vem de uma palavra maia que designa "muros pintados". É exatamente essa característica que torna fascinante este sítio arqueológico, no meio da floresta de Chiapas: as paredes internas de seus templos estão cobertas por pinturas murais que contam a sucessão dos acontecimentos desde a fundação da cidade até os feitos mais relevantes de seus governantes (Mundo Maya/ Divulgação)

O primeiro governante de que se tem registro foi Pájaro Jaguar, que já liderava seu povo por volta do ano 400 d.C. Em seguida, Cara de Pez assumiu em seu lugar e manteve o poder por um longo período. As inscrições mencionam também Jaguar Ojo-anudado (516 anos d. C.), Chaan Muan I (603 anos d. C.) e Ahau (683 anos d. C.). Bonampak alcança seu esplendor sob o governo de Jaguar Ojo-anudado II, que subiu ao trono em 743 d. C. Seu último governante conhecido foi Chaan Muan II, que assumiu o controle da cidade em 776 d. C. Graças às pinturas e também, claro, às inscrições gravadas nas estelas, Bonampak nos conta uma rica e detalhada história. As pinturas mostram, por exemplo, os preparativos para uma batalha e a sequência de eventos que acompanham os auto-sacrifícios promovidos pelos governantes. Também mostram o desenrolar das guerras e o destino dos prisioneiros. Entenda o significado das pinturas maias (Mundo Maya/ Divulgação)

Todos os acontecimentos narrados nos murais compreendem um extenso período histórico que culmina nos anos de 790 a 792 d.C., quando começa a decadência de Bonampak. A cidade então permaneceria encoberta pela selva por quase 12 séculos. Os trabalhos de recuperação das pinturas murais começaram apenas em 2009, sob a coordenação da restauradora Haydee Orea Magaña (Mundo Maya/ Divulgação)

Nos trabalhos de resgate do patrimônio são aplicadas técnicas avançadas para recompor os desenhos. O primeiro passo é fazer uma cuidadosa limpeza na superfície das gravuras, de modo a eliminar a umidade acumulada sem prejudicar a pintura. Em seguida, são fixados pedaços que estejam desprendendo-se para, então, dar início aos procedimentos de restauração (Mundo Maya/ Divulgação)

Enclave comercial estratégico entre as cidades-Estado maias, Comalcalco alcançou seu esplendor de 300 a 900 d.C. O conjunto arquitetônico principal inclui a Acrópole, a Grande Acrópole e a Plaza Norte. A disposição das construções denota um rigoroso planejamento urbanístico, a exemplo de Palenque. Mas o aspecto original que a diferencia de todas as demais é que suas edificações não estão feitas em pedra, mas em ladrilhos unidos por argamassa. Neles há imagens gravadas com motivos antropomorfos, zoomorfos, geométricos e de conotação mítico-religiosa. Fica a 90 quilômetros de Villahermosa, no estado de Tabasco (INAH/Divulgação)

Remodelado em 2012, o museu de sítio de Comalcalco teve as instalações modernizadas e exibe extensa coleção com o material retirado durante as escavações empreendidas pelos arqueológos. Destaque para os ladrilhos pictografados utilizados nas construções (INAH/Divulgação)

Fundada em 400 a.C., Edzná conta com numerosas construções de caráter religioso, administrativo e habitacional, todas elaboradas nos três estilos arquitetônicos mais marcantes da região em que está localizada, no estado mexicano de Campeche: Puuc, Petén e Chenes. O Edifício de los Cinco Pisos figura entre os mais emblemáticos da cidade que chegou a abrigar cerca de 25 mil pessoas (INAH/Divulgação)

Como o nome indica, o Templo de los Mascarones tem a fachada tomada por diferentes máscaras com características e atributos estéticos próprios dos integrantes da elite: estrabismo, mutilação dental, adornos de nariz e orelhas e grandes toucados zoomorfos
(INAH/Divulgação)

A cidade teve forte influência regional e manteve relações de poder com vizinhas ilustres como as arqui-inimigas Calakmul e Tikal. Além disso, contou também com um engenhoso sistema de canais para captação e distribuição de águas. Foi habitada até 1450 (INAH/Divulgação)

Ocupou papel destacado no intercâmbio cultural entre as cidades maias da região de Tabasco e imediações, e alcançou sua independência política por volta de 692 d.C., conforme constatam estudos de campo. Pomoná foi aliada de Palenque, mas acabou sendo derrotada por Piedras Negras, situada na Guatemala
(Mundo Maya/ Divulgação)

De seus seis conjuntos arquitetônicos, apenas um foi explorado. Está composto por 13 edifícios em torno de uma praça retangular. Os visitantes podem subir até o topo da pirâmide para ter uma vista privilegiada de Pomoná, ou Pakbul, nome dado à cidade de acordo com os hieroglifos encontrados no local (Mundo Maya/ Divulgação)

A localização geográfica do sítio arqueológico, na faixa de convergência entre serra e planície, faz dele uma peça-chave para os estudos sobre a capacidade de adaptação dos maias ao meio ambiente e, em decorrência disso, também sobre o desenvolvimento social proporcionado por seus governantes (Mundo Maya/ Divulgação)
Em 3 mil anos de história, a civilização maia acumulou sólidos conhecimentos em matemática, arquitetura e astronomia, além de ter elaborado um sistema de escrita absolutamente original. Obcecados pelo tempo, os maias desenvolveram meios de registrar sua passagem e de relacioná-la aos acontecimentos. Acreditavam em ciclos contínuos e intermináveis em que episódios marcantes na vida cotidiana voltariam a ocorrer de quando em quando.
Criaram dois calendários – ha’ab, de função astronômica, e tzolkin, de uso cotidiano – e transformaram a observação da passagem do tempo em ciência. “Esta concepção encontramos no calendário de conta longa e também em algumas de suas profecias, porque consideravam que acontecimentos passados voltariam a ocorrer. Para eles era muito importante prever que haveria bons períodos de chuva, que não haveria epidemias, e para isso usavam os calendários”, disse o arqueólogo Alfredo Barrera Rubio durante o seminário “El Tiempo en el Pensamiento Maya” realizado no fim de setembro em Mérida, capital do Estado de Yucatán, no México.
A fama de serem um povo profético colou nos maias e espalhou-se pelo mundo. Uma brecha perfeita para o manancial de especulações que cercam o suposto fim de seu calendário. Para muita gente, indica o apocalipse. O fim do mundo. Mas não era exatamente nisso que os maias acreditavam. Para eles, a conclusão de uma Era induz o início de outra.
Historiadores, arqueólogos e estudiosos da escritura hieroglífica maia reconhecem que ainda estão longe de ter uma compreensão mais abrangente sobre os calendários desse povo. “Nos últimos anos, pesquisas deram muita ênfase ao conhecimento das genealogias dinásticas, de maneira que a abordagem política ganhou força em detrimento ao estudo da relação dos maias com o tempo”, explica Barrera.
Contudo, os estudiosos sabem que as Eras maias se concluem a cada 5.125 anos e são compostas por 13 ciclos denominados “baktunes”. Assim, cada baktun compreende aproximadamente 144.000 dias – há que se considerar a variação no número de dias nos anos bissextos.
Segundo a conta longa, a Era atual teve início no ano 3.118 a.C. e vai culminar em 21 de dezembro de 2012. É o fim do 13.º baktun. O desfecho de uma Era, o começo de outra. Concepção bastante diferente das teses apocalípticas que proclamam o fim do mundo.
O fato é que muitas lendas urbanas cercam os maias. Uma delas diz que não se tratava de um povo guerreiro. Por algum motivo convencionou-se dizer que “os astecas, sim, eram violentos, mas os maias eram pacíficos”.
Tremenda bobagem. As cidades-Estado maias viviam em conflito permanente e o derramamento de sangue era constante entre urbes rivais. Tais eventos foram registrados pelos maias. Especialistas na história pré-colombiana trazem esta e outras verdades à tona.
Além disso, ao contrário do que muita gente pensa, os maias jamais foram extintos nem “desapareceram misteriosamente da face da Terra”, como se costuma comentar. Ainda hoje seus descendentes, legítimos herdeiros de um povo sem igual no mundo, continuam a transmitir seus conhecimentos e seu entendimento sobre a vida geração após geração.
De certa forma, o turismo tem ajudado na difusão e na perpetuação dessa cultura fascinante. A gastronomia maia, por exemplo, pode ser apreciada atualmente em restaurantes e hotéis de primeira linha nos destinos da Riviera Maya.
Quem já foi a Cancún e a Playa del Carmen pode não ter se dado conta disso, até por causa da forte influência de fast-foods e genéricos. Mas quem já esteve em Tabasco, Chiapas ou Campeche – e mesmo em cidades mais autênticas de Yucatán e de Quintana Roo – sabe como é.
Além de tradições milenares, crenças, aromas e sabores, as magníficas cidades maias também resistem. Elas ocuparam territórios hoje pertencentes a México, Guatemala, Honduras, El Salvador e Belize.
Os centros maias mais importantes – convertidos em sítios arqueológicos – estão abertos ao turismo e anualmente recebem levas consideráveis de visitantes vindos de todas as partes do planeta.
Conheça aqui a beleza eternizada de 10 das principais cidades maias do México: Bonampak, Calakmul, Chichén Itzá, Cobá, Comalcalco, Edzná, Palenque, Pomoná, Tulum e Uxmal.