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Santorini só não é um paraíso para os jegues

Obrigados a trabalhar 12 horas por dia, os animais sofrem lesões na coluna por carregarem turistas muito acima do peso; a prefeitura tomou providências

Por Lilian Hamatsu
Atualizado em 22 out 2018, 16h42 - Publicado em 19 out 2018, 00h28

Um dos destinos gregos de maior popularidade, Santorini está na mira do chamado overtourism, ou “excesso de turismo”. Depois de limitar o número de visitantes que chegam à ilha em navios de cruzeiros para oito mil por dia, entidades e ativistas em prol da vida animal encamparam uma luta em defesa dos jegues e mulas.

A nova medida adotada pela prefeitura visa proteger os bichos que são utilizados como meio de transporte para subirem os mais de 600 degraus que separam o porto de Karavolades do vilarejo de Fira, no alto da ilha. Não bastassem fazer até cinco viagens por dia em jornadas de 12 horas, os pobres animais vêm sofrendo com outro excesso: turistas acima do peso.

Embora sejam um modal de transporte importante, já que um carro não é capaz de percorrer as escadarias intermináveis da ilha e há apenas cinco cabines no teleférico disponível para o percurso (com capacidade máxima de seis pessoas em cada), os bichos costumam enfrentar um calor de 30ºC e sofrem sérias lesões na coluna vertebral durante as extenuantes jornadas. Além de subirem e descerem com passageiros no lombo, os animais levam também bagagens e até lixo.

A partir de agora, de acordo com uma lei sancionada pelo Ministério da Agricultura do país, os quadrúpedes só poderão carregar o equivalente a cem quilos e trabalhar no máximo seis horas por dia. Mais de cem mil pessoas assinaram a petição que pede o encerramento das atividades onde há abuso contra os animais na ilha grega.

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Até o fim do ano, 32 milhões de visitantes terão passado pela Grécia e a tendência é que o país tome cada vez mais precauções contra o turismo de massa, incluindo diversas medidas socioambientais.

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