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Roteiro: 48 horas em Milão, na Itália

Uma degustação de clássicos e de programas fora do circuitão

Por Lívia Scatena
Atualizado em 5 fev 2020, 17h09 - Publicado em 21 mar 2018, 17h50
Arredores do Duomo de Milão, Itália
A cidade se movimentando nas cercanias do grandioso Duomo de Milão, construção em estilo gótico (Marco Lamberto/EyeeM/Getty Images/Reprodução)
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Dia 1

10h: Café e vista

O emocionante de estar em uma praça célebre e instagramada é fazer algo corriqueiro, como tomar café, vendo algo monumental, como o Duomo rendado de Milão. O Motta Caffè Bar fica na Galleria Vittorio Emanuele II.

Dispense o serviço de mesa, pegue seu expresso bem tirado no balcão (no verão, vá de caffè freddo, servido numa taçona), apoie sua xicrinha no mesão de frente para a rua e fique ali, fazendo figuração ao lado da catedral.

Galleria Vittorio Emanuele II, Milão, Itália
A Galleria Vittorio Emanuele II (Dmytro Surkov/iStock)

10h30: Design district

Atravesse a Galleria Vittorio Emanuele II, passe em frente ao Teatro alla Scala e siga pela Rua Giuseppe Verdi. É ali que fica Brera, bairro boêmio e com galerias brotando nas ruas. A tradicional Mimmo Scognamiglio Galleria, na Via Goito, 7, impulsiona carreiras de artistas contemporâneos desde 1995.

Espie lojas como a multimarcas Clan Upstairs, no número 15 da Via Pontaccio (a fachada, minimalista, tem só um Clan pequeno na parede), ou a incrível Cristina Rubinetterie, de acessórios de banheiro – sim, e com design multipremiado.

12h30: Fast good

Um almoço mais rápido, mas muito bom: a Trame’, na Piazza San Simpliciano, tem lugares na calçada e 30 sabores de tramezzini, sanduíche triangular tradicional no país, transbordando e a partir de € 2,50 – pechincha para Milão. Vá de humus, berinjela e tomate ou salmão defumado com abacate e cream cheese. E o ótimo aperol é famoso na cidade.

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13h30: Da Vinci

Dali até o Parco Sempione são menos de dez minutos pelas vias Luchino Visconti e Legnano. O complexo do parque tem, na face sul, o Castello Sforzesco, uma das lembranças mais antigas da cidade, e, na norte, o Arco della Pace, herança de Napoleão.

Arco della Pace, Milão, Itália
O Arco della Pace, herança de Napoleão (Alberto Masnovo/iStock)

As ruas milanesas guardam igrejas memoráveis, muitas fora do circuitão. Do parque, pegue a Via Marco Minghetti e a Via Terraggio até encontrar a Basílica de Santo Ambrosio, que conserva os restos mortais do padroeiro da cidade, com manto e coroa.

Pegando o caminho da Via Sant’Agnese e virando à direita no Corso Magenta está a Igreja de São Mauricio, anexa ao Monastero Maggiore, que tem lindos afrescos de 400 anos atrás.

A Última Ceia, na Santa Maria delle Grazie, Milão, Itália
A Última Ceia, de Leonardo da Vinci (White House Photo/Alamy Stock Photo/Latinstock/Reprodução)
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De lá, siga reto pelo Corso Magenta por cerca de 600 metros até a disputada Santa Maria delle Grazie, onde fica a excepcional Última Ceia, de Leonardo da Vinci. É impossível chegar perto da obra sem ingresso – compre no vivaticket.it.

De lá até a Santa Maria Presso di San Satiro são dez minutos no bonde 16 (desça na parada Duomo). A construção renascentista é modesta por fora, mas tem um truque no altar: uma pintura em perspectiva faz com que o corredor pareça maior.

Santa Maria Presso di San Satiro, Milão, Itália
O altar da Santa Maria Presso di San Satiro e sua ilusão de ótica (Adam Eastland/Alamy Stock Photo/Latinstock/Reprodução)

18h30: De lei

Duas coisas são essenciais para o italiano em seu tempo libero: aperitivo e terraço. Faça como eles e passe no disputado rooftop do Ceresio 7 – o metrô mais próximo é o Monumentale. É decorado com móveis de design e, ponto alto, uma longa piscina ladeada por sofás. Ótimo para bebericar e provar comidinhas.

Bar Ceresio7, Milão, Itália
O rooftop do Ceresio 7 (Divulgação/Divulgação)
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Dia 2

10h: Chique

A atmosfera mais fina de Milão fica no Quadrilatero della Moda, região com o metro quadrado mais grifado da Itália. Entre as vias Della Spiga, Alessandro Manzoni e Montenapoleone e pelo Corso Venezia, é o lugar para quem ama lamber vitrines caprichadas.

A Pellini, portinha no número 20 da Alessandro Manzoni, tem joias exclusivas, assim como a Bulgari da Via Montenapoleone, enorme. Na Via della Spiga, 33, a Piquadro faz promoções eventuais de suas peças de couro.

Versace da Via Monte Napoleone, Milão, Itália
Vitrine bonitona da Versace no Quadrilatero della Moda (Dmytro Surkov/iStock)

11h30: L’Ottocento

A 100 metros dali, na Via del Senato, a Enrico Gallerie tem um dos melhores acervos de pintura do século 19 do país, destaque para artistas lígures, região de origem da galeria, que abriu as portas em Gênova.

12h30: Go vegan

Atravesse os jardins públicos de Indro Montanelli, saia na Via Lazzaretto e vire à direita na Via Panfilo Castaldi. No número 21, está um dos melhores restaurantes veganos da cidade. O Mantra Raw tem sucos e sobremesas frescas e um espaguete de abobrinha difícil de esquecer. Torça para encontrar o bolo de gengibre.

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Restaurante Mantra Raw, Milão, Itália
Comida natureba é no Mantra Raw (Divulgação/Divulgação)

14h: Arte na moda

A Fondazione Prada foi criada há quase 25 anos, mas só abriu as portas de sua gigantesca sede em 2015. Para chegar lá, pegue a linha amarela do metrô na estação Repubblica e desça em Lodi T.I.B.B.; dali caminhe por dez minutos pelo Corso Lodi e, em seguida, pela Via Brembo.

O local é um monumento à arte contemporânea sem igual no país – a arte, e só ela, interessa ali. Nos dez pavilhões, é preciso apresentar o ingresso – portanto, guarde-o.

Reluz, majestoso, nos dias de sol, o prédio-instalação dourado, encapado com folhas de ouro, que guarda a exposição La Haunted House, de Robert Gober.

E la nave va

Milão é destino certo para os amantes de arquitetura. A iraquiana Zaha Hadid, morta em 2016, deixou seu projeto para o CityLife Milano, um ambicioso plano urbanístico sustentável no noroeste milanês, cuja construção de prédios comerciais e residenciais e a instalação de áreas verdes e pedonais estão mudando o traçado do bairro Fiera Milano.

As residências Hadid, que lembram um barco de muitos andares com suas paredes curvas, são um marco da arquitetura moderna na Lombardia. O polonês Daniel Libeskind e o japonês Arata Isozaki também encabeçaram o plano urbanístico.

 

Prédio do CityLife Milano, Itália
Prédio do CityLife Milano (Franco Ricci/Alamy Stock Photo/Latinstock/Reprodução)
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16h: Veneza à Milanesa

Pegue o bonde 24 na Via Giuseppe Ripamonti, logo que sair da Via Giovanni Lorenzini. Desça na terceira parada e suba no 9. Salte na Piazza Ventiquattro Maggio e, voilà, você terá chegado à região dos canais de Milão.

Bairro mais alternativo da cidade, Navigli tem restaurantes e bares para mil tribos, lojinhas, sebos, galerias… O Spazio E (ex-Atelier Chagall) vende boas obras. É proibido fotografar o ateliê-galeria de Giuliano Pisati (Via Alzaia Naviglio Grande, 44), cheio de imagens do dia a dia milanês, mas dá para comprar quadrinhos por € 40.

Já a sorveteria Cioccolatitaliani faz um ótimo sorvete na Piazza Ventiquattro Maggio, 4. Para aperitivo, o bar Rita, na Via Angelo Fumagalli, 1, tem ambiente cool – os drinques custam, em média, € 10.

21h: Gastronomia

Desde que abriu, em 2014, o restaurante Carlo e Camilla se mantém na preferência de moradores, turistas e críticos gastronômicos. Tem pé-direito altíssimo, lustres extravagantes e mesas enormes e comunitárias. As massas com frutos do mar são o destaque. Vá de tagliatelle ao vôngole; a forte sopa de legumes também tem sua fama.

 

Quando ir: O clima é agradável na primavera, de maio a junho, e no outono, de setembro a outubro. Julho e agosto são muito quentes. Em Milão, a vida noturna ferve no verão.

Dinheiro: O euro.

Língua: O italiano. O inglês é bem difundido só nas cidades mais turísticas.

Comunicação: O serviço Brasil Direto liga a cobrar para cá no número 800-172-211. Para celular, a Wind tem plano com 20 GB de internet à velocidade de 4G, desde € 9, a cada quatro semanas.

Documentos: Brasileiros não precisam de visto para ficar até 90 dias.

Como chegar: A Latam vai direto para Milão. A Alitalia voa direto para Roma. A KLM voa via Amsterdã e a Air France voa para Florença com conexão em Paris. A Lufthansa voa para Nápoles via Frankfurt. Via Roma, a Alitalia vai para Palermo e Gênova.

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Publicado na edição 265 da Revista Viagem e Turismo

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