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Quem (ainda) tem medo de viajar sozinho?

Por Betina Neves
25 set 2014, 17h42

Trabalhar na VT significa, entre outras coisas, viajar sempre sozinha. E já perdi a conta das vezes que eu recebo olhares embasbacados, antes, durante e depois da viagem, de gente que quase não crê que eu passe 10, 15, 20 dias, sozinha. De tia chatas a amigos próximos, de pai de namorado a professora de yoga, de dono de hotel a garçom de restaurante. Como se eu fosse muito nova, muito “mulher”ou muito qualquer outra coisa para me jogar no mundo desacompanhada, como se eu estivesse sendo muito ousada ou imprudente ou antissocial.

Então peço encarecidamente que chega disso, pelo amor. Viajar sozinho é bom pra p***. É uma experiência que todo mundo devia ter alguma hora. Mesmo porque, convenhamos que nem sempre é fácil conciliar férias/ dinheiro/ planos com outras pessoas. E isso não deve nunca impedir você de cair na estrada.

E é claro que toda vez que eu tô viajando sozinha tem alguma hora que eu gostaria de estar com alguém. Assim como toda vez que viajo com alguém há momentos em que eu queria botar o respectivo no “mudo”, ou pedir pra ele dar uma voltinha enquanto eu vou fazer meu negócio, a sós comigo mesma.

Ah, sim, os melhores lugares para ir sozinho são cidades grandes, sem dúvida. Mas isso explico em outro post.

 

AS MELHORES COISAS DE VIAJAR SOZINHO

– NÃO PRECISAR ABRIR MÃO DE NADA. É isso aí, egoísmo na veia. Não precisa discutir suas decisões, nem conciliar sua programação com os interesses de ninguém. Você pode comer a hora que estiver com fome, entrar na loja que quiser, virar na esquina que der na telha, ficar deitado num parque a tarde toda se te apetecer, passar dez horas num museu se tiver vontade. Olhando um quadro só. Ou não entrar em museu nenhum. Que seja. Você que escolhe.

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– SEU PODER CONTEMPLATIVO AUMENTA. Imagine assim: você está num mirante lindo, de frente para uma vista impecável, o céu tá azul, o sol tá brilhando, tem cheiro de lavanda no ar (sei lá, inventei) mas… você e seu amigo, depois de darem uma olhadinha, começam a falar dos problemas da vizinha. Acontece muito, porque os assuntos vão rolando, e sua concentração voa longe. Estar solo te obriga a prestar atenção nas coisas, no lugar onde você está, nas pessoas em volta. Te permite ficar em silêncio. E aí deixa a vibe do destino te envolver.

– NÃO TEM STRESS. Porque aquela convivência intensa que a viagem proporciona pode fazer a gente querer matar o companheiro. Sozinho, você só vai ter que se aguentar.

– VOCÊ PODE CONHECER GENTE. OU NÃO CONHECER NINGUÉM. Dá para ficar num hostel e ir pra festas com a galera, colar num bar sozinho e puxar papo com desconhecidos, fazer amigos do mundo todo e descobrir que tem muiiiiiiita gente viajando sozinha por aí. E dá também para usurfruir de nada além do seu “eu”, que é ótimo também. De novo, a escolha é sua.

 

E AS PIORES…

– SAIR À NOITE É DURO. Eu não encaro ficar dançando sozinha na balada. E comer em restaurantes olhando para a cara do prato também cansa. E uma taça de vinho sozinho a gente até bebe, mas não dá para pedir uma garrafa, né (ou dá?).

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– FAZ FALTA COMPARTILHAR. Um comentário, um sorriso, uma praia perdida, aquela vista incrível. Sozinho muitas vezes a gente tem que engolir as palavras.

– CONTRATAR PASSEIOS. Que seja um bugue em Natal ou city tour em Roma. Muitas vezes não rola ou você tem que se encaixar no grupo de alguém.

– GENTE INDESEJÁVEL. Que aparece em momentos inoportunos, que senta sem ser convidado na sua mesa do restaurante (já aconteceu comigo mais de uma vez).

 

E você, ainda tem medo de viajar sozinho? Comenta aí 😉

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