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O Rio por uma carioca

Nossa colaboradora da gema dá 28 dicas para você, família, amigos e quem mais vier curtirem a Cidade Maravilhosa sem limites

Por Flávia Belaciano
Atualizado em 22 mar 2022, 13h38 - Publicado em 17 dez 2012, 15h06

Férias no Rio em época de Réveillon? Muitos cifrões devem estar passando agora pela sua cabeça. Mas a cidade de encantos mil, de bem com a vida com os investimentos para a Copa e as Olimpíadas e os resultados das UPPs, também tem algo a dizer a quem não sente vontade de entrar no limite do especial ou no rotativo do cartão de crédito. As 28 dicas a seguir são de lugares que eu, uma carioca da gema, indicaria a meus melhores amigos – que estão longe de ter os recursos do Eike Batista. Por isso, eis uma seleção de endereços com a essência do Rio, de botecos a cartões-postais bons para passear (ou escalar), de boates (ops, baladas…) a hotéis para você ficar sem ir à falência.

. . : BOTECOS : . .

Aconchego Carioca Só o bolinho de feijoada já valeria a espera de uma hora num sábado à tarde. Outra pedida no Aconchego, que ganhou uma filial paulistana, é a moquequinha de camarão com coco verde e purê de batata-baroa. Há ainda 250 rótulos de cervejas artesanais e importadas. Se a fila parecer muito coisa de paulista pra você, atravesse a rua e vá ao bar da fente, chamado, aliás, Bar da Frente, que tem seus próprios bolinhos e cervejas igualmente bacanas, como a Colorado. (Rua Barão de Iguatemi, 379, Praça da Bandeira, 21/2273-1035)

Bar do Arnaudo Adoro ir a Santa Teresa e adoro a ir a esse bar/ restaurante do pernambucano Arnaudo Gomes, aberto em 1970. Abra os trabalhos com o queijo de coalho na chapa, torradinho e cortado em cubos. A carne de sol, estrela do cardápio, se destaca em conjunto com macaxeira, arroz, feijão-de-corda, farofa de abóbora etc. (Rua Almirante Alexandrino, 316-B, 21/2210-0817)

Bar do David Se você quiser conhecer a gastronomia das UPPs, eis o lugar. O bar fica na favela pacificada Chapéu Mangueira, no Leme. Prove o croquete de futos do mar, vice-campeão do festival Comida di Buteco 2012. O dono, o simpático ex-pescador David Vieira, diz servir para até 300 pessoas em alguns fins de semana. O menu é pequeno, e o espaço é simples, mas vale. Dá para ir a pé ou pegar uma Kombi (R$ 2) na esquina da Rua Gustavo Sampaio com a Rua Anchieta, no Leme. (Ladeira Ari Barroso, 66, loja 3, 21/7808-2200)

Bar Urca Uma das muitas proibições do começo de mandato do prefeito Eduardo Paes, o chamado Choque da Ordem, atingiu esse bar de 1939. O serviço dos garçons, que levavam cerveja gelada e os veneráveis pastéis de camarão ou carne, as empadas e os polvos grelhados aos clientes, foi suspenso. Tudo porque nós, clientes, teimamos em ficar do outro lado da rua, sobre a mureta que separa a praia da rua. Nada a lastimar. Polvos, empadas e pastéis continuam lindos, assim como a praia, o Pão de Açúcar e a atmosfera da mureta, que junta dezenas, talvez centenas de pessoas. (Rua Cândido Gafée, 205, Urca, 21/2295-8744)

Jobi No quarteirão mais agitado do Baixo Leblon, fica aberto até 5 da manhã. Se quiser beber e quem sabe conseguir uma mesa, procure conhecer o Juninho, o garçom que serve as mesas da varanda e as pessoas que bebem em pé na rua. Querido pelos fequentadores, ele sabe tudo o que rola na noite e até dá uma força na paquera. O bar é de 1956 e desde essa época já devia ser forte no pós-pós-pós praia. (Avenida Ataulfo de Paiva, 1166, loja B, 21/2274-0547)

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. . : NA NATUREZA : . .

Joatinga Selvagem e exclusiva, a praia é um paraíso escondido em São Conrado, dentro de um luxuoso condomínio no meio da Estrada do Joá – uma vez na via, pergunte pela entrada. O acesso à praia é feito por uma trilha em declive (nas pedras) que leva até 15 minutos. Frequentada por surfistas e artistas, a faixa de areia é mínima e, às vezes, a maré sobe logo. Gosto de chegar cedinho para garantir meu lugar ao sol, que não demora a ser encoberto pelos morros ao redor.

Morro da Urca Na Praia Vermelha, a Pista Cláudio Coutinho é um convite ao esforço prazeroso. Nela começa uma subida de 220 metros (e uns 30 minutos) até a segunda estação do Bondinho do Pão de Açúcar. Com degraus de madeira em alguns trechos, a trilha é uma caminhada leve com partes íngremes. Tenha uma garrafa de água e não morra de sede, como já aconteceu comigo. Mas o visual de 360 graus faz a gente até esquecer de tudo: 360 graus incluem a orla da Zona Sul, Corcovado, Centro, Niterói e Dedo de Deus. A descida pode ser feita de bondinho (R$ 53) ou pela mesma trilha.

Paineiras É relaxante passear por essa via asfaltada – fechada aos carros nos fins de semana – localizada dentro do Parque Nacional da Tijuca, perto do Cristo. No início da subida, cerca de 15 minutos de caminhada, uma parede de rochas de 20 metros é o playground de escaladores, com vários graus de dificuldade. Eu já vi, por ali, na mata próxima a essa parede, uma iguana e uma cobra. O caminho é fresco por causa das árvores e dos chuveirões de água pura vinda do topo da serra. Mas leve água para beber, pois não há ambulantes nem lanchonetes. Repelente também é bem-vindo.

Rio de Janeiro: café da manhã com vista panorâmica, uma das atrações do Forte de Copacabana Rio de Janeiro: café da manhã com vista panorâmica, uma das atrações do Forte de Copacabana

Café da manhã com vista panorâmica, uma das atrações do Forte de Copacabana – Foto: Fernando Lemos

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. . : MUSEUS : . .

Instituto Moreira Salles A casa onde viveu a família do banqueiro Walter Moreira Salles (retratada no filme Santiago, de João Moreira Salles), na Gávea, sozinha já vale a visita. Mas o acervo é também bacana, bacanérrimo. Só de fotografia o IMS tem 550 mil imagens. E tem biblioteca e um cinema com programação alternativa. Uma tranquilidade só tomar o chá das 5 no Café Galeria, sentada numa das mesinhas ao ar livre, entre os jardins de Burle Marx, o lago de carpas e a piscina. (Rua Marquês de São Vicente, 476, ims.com.br; 3ª/dom 11h/20h; grátis, R$ 10 o cinema)

Museu Chácara do Céu Ao visitálo pela primeira vez, tive a sensação de estar entrando na casa de alguém. E eu não estava enganada, pois a construção modernista foi a residência do colecionador Castro Maya, um industrial que amava as artes. Os jardins e a vista de lá são lindos. A coleção reúne obras de Matisse e Miró, mas há ainda gravuras de Debret e Rugendas e outros paisagistas que registraram o Rio (e o Brasil) imperial. Abra as gavetas onde as obras estão guardadas e confira se a paisagem da Baía da Guanabara, descortinada da Chácara, mudou muito. (Rua Murtinho Nobre, 93, Santa Teresa, museuscastromaya. com.br; 4ª/2ª 12h/17h; R$ 2)

Museu de Arte Moderna Mantém em comodato a coleção privada modernista mais importante do Brasil, a do ex-diplomata Gilberto Chateaubriand. Adoro ver Urutu (1928), de Tarsila do Amaral, um dos destaques do acervo, além das obras de Lasar Segall e Portinari. O MAM fica a minutos do Aeroporto Santos Dumont – uma boa visitá-lo enquanto se espera o avião, check-in já feito. (Avenida Infante Dom Henrique, 85, Flamengo, mamrio.com.br; 3ª/6ª 12h/18h, sáb/ dom 12h/19h; R$ 8)

Museu Histórico Nacional Um acervo eclético, que reúne carruagens, porcelanas portuguesas, quadros acadêmicos, aparelhos de TV dos anos 1960, moedas de outros milênios. Baixe um app disponível para smartphones e tablets para se autoguiar durante a visita. (Praça Marechal Âncora, Centro, museuhistoriconacional. com.br; 3ª/6ª 10h/17h30, sáb/dom 14h/18h; R$ 8)

Museu Nacional O palacete neoclássico na Quinta da Boa Vista conta com 122 salas, algumas com meteoritos, múmias e fósseis de dinossauros. É a mais antiga instituição científica do Brasil – foi criada por dom João 6º em 1818. (Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, museunacional.ufj. br; 7h/18h; R$ 3)

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. . : PARA AS CRIANÇAS : . .

Baixo Bebê Não se surpreenda com um engarrafamento de carrinhos de bebê à beira-mar. Você chegou ao Baixo Bebê. Na orla do Leblon, o quiosque conta com estrutura completa para os pais curtirem a praia com os filhos. Tem faldário acolchoado, monitores em determinados horários, playground na areia, aluguel de piscinas de plástico com água doce e até faldas e lenços umedecidos para emergências. (Avenida Delfim Moreira, altura da Rua General Venâncio Flores)

Forte de Copacabana Os doces da Confeitaria Colombo e do Café 18 do Forte são só duas das atrações das ruelas do interior do Forte. Além de curtir uma das melhores vistas de Copa, aproveite para conhecer o Museu do Exército, com objetos que representam as conquistas militares do país. As crianças adoram os canhões alemães Krupp e os soldados da Guarda Histórica – mas eles não falam, como os do Palácio de Buckingham. (Praça Coronel Eugênio Franco, Posto 6, 21/2287-3781; 3ª/dom 10h/18h; grátis, R$ 6 o museu)

Jardim Botânico Uma das mais bonitas e bem conservadas áreas da cidade, o espaço tem 8 mil espécies de plantas – as palmeiras- imperiais se destacam no longo corredor central da instituição. (Rua Jardim Botânico, 1008, 21/3874-1808; 8h/18h; R$ 6)

Parque da Catacumba Levo sempre meus sobrinhos para brincar na Lagoa Aventuras, dentro do Parque da Catacumba, na Lagoa. A atração tem arvorismo, escalada, rapel e tirolesa. Cada uma dessas atividades tem um preço (desde R$ 20) e um nível de dificuldade. O circuito mais indicado para as crianças pequenas é o arvorismo baixo, uma caminhada entre as árvores da Mata Atlântica, a 2 metros do chão. (Parque da Catacumba, 21/4105- 0079; 9h30/17h30; grátis)

Parque Lage Aos pés do Corcovado, eis o lugar preferido para piquenique de muitos cariocas (e desta sua nova amiga também). Ao contrário do Jardim Botânico, que proíbe piqueniques, aqui você pode organizá-lo no parquinho, no platô, no Recanto dos Namorados e no coreto. Há ainda cavernas artificiais com aquários incrustados nas paredes. (Rua Jardim Botânico, 1008, 21/3257-1800; 8h/19h; grátis)

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. . : NOITE : . .

Bar do Copa Chique no último, como dizem por aí, a decoração não é modesta: o teto tem 10 mil pontos de fibra óptica e luminárias Sputnik. O agito rola de quinta a sábado. Nas carrapetas, DJs convidados tocam house, hip hop e MPB. (Avenida Atlântica, 1702, bardocopa.com.br)

Barzinho Para quem é a fim de curtir música eletrônica, eis o lugar no Rio. Novidade na Lapa, a casa abriu em setembro e mescla beats de DJs com dias dedicados ao samba. Para atenuar a bebedeira há um saboroso croquete de mortadela. Em uma das paredes, um inusitado altar mistura imagens de santos com brinquedos antigos. (Rua do Lavradio, 170, 21/2221-4709)

Casa Alto Vidigal A aventura começa na entrada da favela pacificada, ao pegar uma Kombi ou mototáxi para chegar até o alto do morro. Recomendo subir de moto: a sensação é a de rumar para o céu – no bom sentido. No topo, a recompensa é a inspiradora vista das orlas do Leblon e de Ipanema até a Lagoa. Aberta em 2010, conta com um bar e um espaço para shows e festas com ritmos variados. No dia 21, a Festa Fim do Mundo 2012 promete. (Rua Armando de Almeida Lima, 2, altovidigal.com)

Casa da Matriz Melhor endereço do rock’n’roll no Rio de Janeiro, o inferninho reúne as tribos indie e underground. Em Botafogo, aposta em uma programação variada com duas pistas de dança, fliperamas, loja de roupas e dois bares em dois andares. (Rua Henrique de Novaes, 107, matrizonline.com.br)

The Maze A casa do inglês boapraça Bob Nadkarni se transformou em ponto de encontro dos amantes do jazz. E é mais um lugar localizado em uma favela segura, pré-UPP, já que na Tavares Bastos fica um batalhão do Bope – a tropa de elite da polícia carioca. Para chegar, é preciso ir até a Rua Bento Lisboa, no Catete, e pegar uma van até a entrada da comunidade; depois, percorrer as ruelas da favela. Mas não se preocupe. O lugar é seguro, e você vai seguir o fluxo de pessoas que estão indo para lá. Se achar que está perdido, pergunte a qualquer morador onde fica a famosa casa do gringo. (Rua Tavares Bastos, 414, jazzrio.com)

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. . : HOTÉIS : . .

Bossa in Rio Novidade do ano, esse charmoso hostel em Santa Teresa está a dez minutos do burburinho e a uma curta caminhada da Lapa e do Centro. Há bons quartos privativos e coletivos. Os beliches são mais espaçosos do que as camas comuns e têm lâmpadas individuais; então, dá para ler um pouco antes de pegar no sono. (Rua Joaquim Murtinho, 531, bossainriohostel.com; diárias desde R$ 130)

Che Lagarto Na Barata Ribeiro, uma das ruas comerciais mais legais de Copa, está esse albergue descolado. Se o seu plano é fazer amigos (ou quem sabe mais do que isso), fique pela piscina ou pelo bar, onde muitos gringos fazem jus ao estereótipo e não abandonam as caipirinhas. (Rua Barata Ribeiro, 111, chelagarto.com; diárias desde R$ 190; exige-se permanência mínima de cinco noites)

Ipanema Beach House A localização é excelente, no coração de Ipanema. Limpo e confortável, tem um jardim com piscina, bar ao ar livre e mesa de sinuca, garantia de diversão. (Rua Barão da Torre, 485, ipanemahouse.com; diárias desde R$ 160; permanência mínima de quatro noites)

Leblon Spot Na badalada Rua Dias Ferreira, o hostel-design tem decoração com janelões de madeira de demolição e detalhes cheios de bossa, como o armáriobar garimpado na Lapa. Conta com wi-fi grátis. Um lounge com bar completa o agradável espaço. (Rua Dias Ferreira, 636, le blonspot. com; diárias desde R$ 210; permanência mínima de cinco noites)

Oztel Em uma casa de três andares em Botafogo, o albergue, que é o mais confortável da cidade segundo o GUIA BRASIL 2013, abriu no começo do ano e já cativou os turistas com seus funcionários, prontos a dar boas dicas sobre a cidade. Também atrai cariocas, como eu, figurinha fácil do bar da casa. Há quartos coletivos e suítes para casais com paredes grafitadas e luminárias irreverentes, como a que fica dentro de uma gaiola, na suíte Paquetá. (Rua Pinheiro Guimarães, 91, oztel.com.br; diárias desde R$ 200; permanência mínima de cinco noites)

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