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O que você precisa saber para usar o Trip Advisor

Os prós e contras de confiar em avaliações feitas por turistas

Por Betina Neves
Atualizado em 27 out 2017, 15h09 - Publicado em 18 dez 2014, 18h03
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É óbvio que eu, como quase toda alma viva viajante desse mundo, usa e abusa do Trip Advisor. A base de dados e o alcance do site é impressionante e extremamente útil, e o conteúdo colaborativo de qualidade é louvável. Porém, como toda ferramenta, é preciso ser bem entendida para que de fato nos ajude a viajar melhor.

Aqui ficam minhas considerações sobre o Trip Advisor para outros viajantes que, como eu, não saem de casa sem dar uma passadinha por lá.

1- Seu maior mérito é que o sistema tem uma abrangência enorme, desde Paris e Nova York até ilhas perdidas no Pacífico e praias escondidas no Nordeste. Ou seja, dificilmente o estabelecimento que você procura não vai estar ali. Lista de hotéis nas Ilhas Salomão? Tá na mão.

2- Muitas resenhas têm informações preciosas (algumas são assustadoramente detalhadas e longas) que você dificilmente leria num guia. Outro dia eu queria informações sobre o Parque Cinecittà, inaugurado há pouco tempo perto de Roma. Nos jornais e portais online eu só encontrava a notícia de que o parque havia sido aberto e uma descrição institucional, enquanto no Trip Advisor já havia diversas resenhas que me ajudaram a entender se de fato valia a pena visitar o parque.

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3- Os filtros tipo “hotéis que aceitam animais de estimação”ajudam muito a encontrar uma boa seleção de estabelecimentos na “categoria” que você procura.

4- Lembre-se que o site não é escrito por críticos ou jornalistas, e sim pelos próprios usuários. E isso pega mais em relação aos restaurantes. Nada garante que aquela pessoa que diz que o lugar “serve um peixe incrível” tem alguma referência ou expertise para falar de peixe. Você passa por cima disso de duas maneiras: lendo muitas resenhas, pelo menos 10, e  não usando o site como seu único critério de decisão para escolher onde ir.

5 – Cuidado com os rankings: para mim esse é o maior problema. De uns tempos para cá, eles tem se empenhado em divulgar para a imprensa a todo tempo rankings com “as melhores praias do mundo”, “os melhores hotéis em tal cidade”, ” as ilhas mais bonitas do mundo”. E aí saí publicado por aí, sem maiores explicações, AS MELHORES PRAIAS DO MUNDO PELO TRIP ADVISOR. Só que não, não é PELO Trip Advisor. É pelos USUÁRIOS do Trip Advisor.

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Rankings montados por guias, jornais, revistas, sites e blogs são (teoricamente) feitos por gente que entende do assunto e que tem critérios lógicos de classificação. Já rankings montados a partir de resenhas podem dar resultados esquizofrênicos. Na lista do Trip Advisor, por exemplo, o “restaurante” número um em São Paulo, cidade com maior oferta gastronômica do país, é uma sorveteria (o que mostra um problema de filtro também).

As listas são TOTALMENTE baseadas em resenhas e no nível de satisfação do usuário. O blogueiro e colunista Ricardo Freire resumiu bem em uma matéria no Estadão: “O nível de satisfação medido pelo Trip Advisor não reflete a qualidade absoluta – mas a qualidade percebida, influenciada pela expectativa prévia (…)”, explica ele. Aí, cita o caso de um ranking de museus que exemplifica isso, no qual o Instituto Ricardo Brennand, de Recife, ficou na frente do Louvre, de Paris.

Outra coisa a levar em conta é a procedência dos usuários: se uma praia de Fernando de Noronha “ganha” como melhor do mundo, seria interessante saber qual a nacionalidade dos votantes: quanto mais brasileiros votaram, mais chance Noronha tinha de ganhar (e se eu não me engano o Brasil é o quinto país que mais deixa avaliações).

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 Para mais dicas e fotos de viagem, me segue no Instagram @betina.neves   😉

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