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O que é que Paulínia tem?

Paulínia: a nova Vera Cruz. O Festival de Cinema. O SWU. Vizinha a Campinas, a cidade de 80 mil habitantes desponta como o novo polo cultural do estado

Por Karina Fusco
Atualizado em 16 dez 2016, 08h58 - Publicado em 16 nov 2011, 16h19

Logo ao avistar o portal de Paulínia, na saída da Anhanguera, percebe-se que a palavra grandiosidade está na ordem do dia no município a 118 quilômetros da capital. O imponente pórtico greco-romano mostra o novo-riquismo bancado pelo polo petroquímico da cidade, sede da maior refinaria da Petrobras no Brasil, a Replan. Mas Paulínia não torrou toda sua arrecadação com portais megalomaníacos (embora haja mais três: um medieval, outro colonial e um “futurista”, todo espelhado). Em 2006, uma parceria entre a prefeitura e empresas da região injetou R$ 550 milhões na criação do maior complexo cinematográfico do país, composto de quatro estúdios, uma escola técnica e a Film Comission, órgão que distribuirá R$ 23 milhões para novas produções somente neste ano.

Em 2008, a inauguração do moderno Theatro Municipal abriu caminho para a criação do Festival de Cinema, hoje um dos mais badalados do país, com R$ 800 000 em prêmios. De carona, o evento musical Paulínia Fest entrou para o calendário do festival, em julho passado, trocando seu tradicional line-up sertanejo pela fina flor da MPB – leia-se Rita Lee, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Com tanta visibilidade cultural, Paulínia foi escolhida para receber, em outubro, a final do Grand Prix do Festival de Dança de Joinville, mostra competitiva com a participação da escola do teatro Bolshoi. Não era pouco, mas Paulínia queria mais, e como a provocar o gigantismo de Itu, tirou da “cidade dos exageros” o Starts With You (SWU), franquia do famoso festival de música que, de 12 a 14 de novembro, exibirá atrações como The Black Eyed Peas e Faith No more.

Previsto para ancorar em Paulínia nas próximas cinco edições, o SWU será montado no mesmo bairro do Theatro Municipal, do polo cinematográfico e da prefeitura – o chamado Parque Brasil 500, que ainda abriga sambódromo, pavilhão de eventos e uma universidade. Para receber o festival, a cidade assumiu o compromisso de fazer do distrito uma área piloto de práticas de sustentabilidade e urbanismo. Outro fator determinante na escolha do SWU foi a proximidade do município com Campinas, a 24 quilômetros. Apesar de o evento comportar até 10 mil pessoas em sua área de camping, milhares de fãs optam por se hospedar em hotéis – e há apenas sete na cidade, contra os mais de 8 mil leitos da hotelaria campineira. Hoje, as taxas de ocupação hoteleira em Paulínia – 100% durante a semana e 50% de sexta a domingo – refletem a supremacia do turismo de negócios na cidade, que não tem atrativos como museus ou parques temáticos, apenas áreas verdes de interesse local.

O Parque Zeca Malavazzi, o mais frequentado, tem pista de caminhada, lago com pedalinhos e quiosques. Na frente dele, o Jardim Botânico está em reformas. Para as crianças, o Zoológico chama a atenção pela enorme arca de Noé que orna a entrada. Inaugurado em janeiro, o Parque da Amizade tem remanescentes de Mata Atlântica, mas seu apelo ecológico ainda não seduziu as massas.

Se você, então, for a Paulínia, faça como os paulinenses: estique até Barão Geraldo. Sede da Unicamp, esse distrito de Campinas concentra as melhores opções de bares, baladas e restaurantes da região. Para ter uma ideia, foi apenas em 2010 que o maior polo cinematográfico do Brasil ganhou um cinema, com duas salas. “Nesses cinco anos do SWU, a infra de alimentação, hospedagem e serviços da cidade deverá quadriplicar”, aposta Emerson Alves, secretário municipal de Cultura. Portais, como sabemos, Paulínia já tem.

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Ficar

Com 100 quartos, o Ibis (Rua 31 de Março, 290, Santa Cecília, 3833-7155, www.ibishotel.com; diárias desde R$ 139; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V) é o maior hotel de Paulínia e fica perto do centro. Menorzinho, o Universo Hotel (Rua Presidente Costa e Silva, 21, Nova Paulínia, 3874-2203, www.universohotel.com.br; diárias desde R$ 130; Cc: A, D, M, V; Cd: M, R, V) localiza-se ainda mais próximo do comércio.

Comer

A Churrascaria da Fazenda (Avenida José Paulino, 2397, Morumbi, 3874-4053, Cc: A, D, M, V; Cd; M, R, V), a melhor da cidade, tem rodízio com 24 cortes de carne. Custa R$ 45 e inclui bufê com 40 saladas e 24 pratos quentes. Em outra churrascaria, a Recanto do Sul (Avenida Armelinda de Pádua Pietrobom 120, 3874-9010, Cc: A, D, M, V; Cd; M, R, V), o rodízio sai a R$ 32 por pessoa.

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Passear

Todas as principais áreas verdes da cidade têm entrada franca: o Parque Zeca Malavazzi (Rua Álvaro Ribeiro, Jardim Itapoã, 3874-1462; 7h/18h), o Jardim Botânico (Rodovia Doutor Roberto Moreira, 577, 3833-2093; 2ª/6ª 7h30/16h30), o Zoológico (Rua 31 de Março, 50, Centro, 3844-7688; 3ª/dom 9h/16h30) e o Parque da Amizade (Avenida Olívia Fávero Piva, 651, Alto de Pinheiros; 9/17h).

Leia mais:

Novembro de 2011 – Edição 193

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