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Nunca foi tão barato ir – Grécia: crise não afeta turistas

Na Grécia, crise é coisa de grego – não de turista

Por Cassia Dian
Atualizado em 16 dez 2016, 09h14 - Publicado em 13 set 2011, 16h35

Eu tinha uma semana de folga e uma passagem para a Grécia na mão. Mas escolher os destinos no país, com suas dezenas, centenas de ilhas, aí é que são elas. Ao fim, decidi-me por Atenas e três ilhas das Cíclades: Naxos, Paros e Santorini.

Com o noticiário da crise econômica grega, eu estava apreensiva. Desde fevereiro, já houve seis paralisações gerais em reação às medidas governamentais, como o corte de empregos e de benefícios sociais. As nações ricas da Europa querem que a Grécia reduza drasticamente seu déficit público, hoje em 13% do PIB. Mas, como pude notar, o turista tem sofrido pouco. De minha parte, vi algumas pichações em Atenas – e só. E nas Ilhas Gregas… Bom, pensar em crise ali é como pensar em crise em Boipeba.

Atenas

Na capital grega, meu prazo para desvendar a cidade eram 48 horas. Então usei e abusei do metrô, modernizado para as Olimpíadas de 2004. Algumas estações, como a Syntagma, são quase museus. Foi começar a cavar para milênios de história aparecerem. Achados arqueológicos agora ficam expostos na estação. De Syntagma, por calçadões e pelas ruas estreitas do bairro Plaka, vai-se à Acrópole, visível de qualquer ponto da cidade. Conferi os monumentos: o Parthenon, o Templo de Athena Nike, o lindo Teatro de Dioniso. É verdade que nem todas as cariátides, as colunas em formato de mulher do Erecteion, o templo ao lado do Parthenon, são originais. Mas as cópias são bem-feitas! De lá, você pode parar numa autêntica cantina grega, como a Taverna Tou Psiri (Eshylou, 12, 30-210/321-4923) para o moussaka, as keftedes (almôndegas) e a deliciosa salada grega, sempre com muito queijo feta. Se eu pudesse, faria dieta mediterrânea a vida inteira. À noite, conheci Gazi, bairro moderninho a oeste da Acrópole. No Mamacas (Persefonis, 41, 30-210/346-4984; Cc: A, M, V), ataquei uma dose de ouzo, a bebida típica à base de anis.

Iniciei o dia seguinte vendo a estranha coreografia da troca da guarda. De lá, fui caminhar nos Jardins Nacionais, um dos poucos refúgios verdes da cidade. E então desci a Rua Irodou Attikou até os mármores do lindo e milenar Estádio Panatenaico. Mais tarde fui ao Monte Lykavittos (Ploutarhou, 30-210/721-0701; 9h/15h; Cc: todos) e investi € 6 no funicular para subir e ter a melhor vista da cidade. Fechei a visita a Atenas no café Queens (Rua Ploutarhou, 18, 210/729-2522; Cc: todos).

Naxos

A odisseia continuou em Naxos, onde fiquei no Iliovasilema Hotel (Saint George Beach, 30-22850/23-222, www.iliovasilemahotel-naxos.com; diárias desde € 36; Cc: M, V), em Chora. De cara aluguei um bugue (a € 18 a diária) para me jogar nas estradinhas. Pelo caminho, igrejinhas ortodoxas com suas cúpulas azuis, lindas paisagens de lavanda e os simpáticos moradores da ilha, que, se não falam inglês, fazem mímica como ninguém. Numa visita rápida à ilha, conheça as praias de Plaka e Mikri Vigla. De volta a Chora, estendi-me em uma das espreguiçadeiras do Cream & Coffee (Chora, 22580/25-129; 9h/2h; Cc: todos) e fiquei apreciando o movimento do porto, o Mar Egeu e, mais ao fundo, o Templo de Apolo e seu imponente arco.

Polvo em Paros, na Grécia

Polvo em Paros, na Grécia

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Paros

De ferry (www.ferries.gr), fui por € 25 a Paros. A viagem foi rápida, durou 40 minutos, e, já no desembarque, na capital da ilha, Parikia, aluguei um carro por € 20 para ir ao hotel Senia (30-22840/51-971, www.seniahotel-paros.com; diárias desde € 80; Cc: todos), no charmoso vilarejo de Naoussa, a 8 quilômetros. Não conheci muitas Ilhas Gregas, mas me arrisco a dizer que Paros é minha preferida! Ainda era cedo, então fui a Lefkes, no centro geográfico de Paros. O calçamento de pedra e as casinhas imaculadamente brancas dão a sensação de que o tempo parou. No fim da tarde, para não perder uma mania bem brasileira, fui conferir se Santa Maria merecia mesmo a fama de praia mais bonita da ilha. So so, eu diria. Decidi voltar a Naoussa, ali pertinho, e pelo caminho vi tantos polvos ao sol que só conseguia pensar neles ao chegar à vila. Numa mesa do Sigi Ihthios (30-22840/51-225; 19h/1h; Cc: M, V), mandei ver. À noite, estiquei no bar Fotis (30-69444/26-431; 20h/5h). Dei graças a Deus por estar de sandália baixa… Ouzo, luz baixa, agitação e uma sacada a 1 metro do mar são uma boa combinação para terminar a noite dentro d’água!

Santorini

Você já viu essa imagem. Em Oia, as casinhas caiadas de branco de alto a baixo do penhasco são o postal de Santorini. Mas eu não tinha pressa para chegar lá. Depois de desembarcar em Fira, preferi conhecer um outro lugar, de paisagem bem mais inóspita: Red Beach, ao sul. É uma praia, mas com aquela falésia bem poderia ser um pedaço de Marte. Ao lado está Akrotiri, o principal sítio arqueológico de Santorini, que foi uma cidade minoica destruída por uma erupção vulcânica há 3 500 anos. O lugar ficou intacto, como uma Pompeia grega. Oia era agora o objetivo. Hospedei-me lá, seguindo os conselhos de uma amiga, para quem eu devia, ou melhor, eu tinha de ficar em frente à famosa caldeira, a cratera de um vulcão submerso. Cacifei o Filotera Villas (30-22860/71-110, www.filoteravillas.gr; diárias desde € 135; Cc: M, V), e valeu cada euro. Dali vi o sol morrendo no Egeu, incomparável. Depois foi descer e subir por um labirinto de ruas cinematograficamente iluminadas até chegar ao Kastro (30-22860/71-045; Cc: todos), onde jantei um delicioso cordeiro. No dia seguinte, circulei pelas praias Perissa e Perivolos – nada marcianas e bem próprias para a curtição. O drinque no Yazz (Perissa, 30-22860/81-235) fez o resto.

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