Meus 5 lugares favoritos em Paraty
Semanas atrás aproveitei um feriado paulista de quatro dias para me mandar para Paraty. Como no Rio de Janeiro não era feriado coisa nenhuma e a FLIP tinha acabado de acabar, encontrei a cidade tranquila de tudo, com pouca muvuca nas ruas e preços bem legais nas pousadas. Já tinha ido a Paraty uma vez, mas há muito tempo atrás, já não lembrava de quase nada. Me encantei pela cidade num tanto… Apesar de ter uma atmosfera bucólica, especialmente no centro histórico – onde o pavimento é do tipo pé-de-moleque e o casario é colonial – a cidade tem também uns ares internacionais, muito por conta dos vários gringos que se instalaram por lá nos últimos anos.
Você anda pelas ruelas só de pedestres do miolinho do centro e encontra atendente argentino na sorveteria, chef alemã no restaurante tailandês, grupos de franceses saindo de pousadas com nomes igualmente franceses e coisas afins. É uma cidade histórica que não parece presa ao passado, com música nas ruas e comida boa nos restaurantes charmosos. Sou suspeita para falar porque dei sorte de pegar um clima ótimo na cidade, tanto nos céus (sol de inverno gostoso de dia, brisa fresca à noite) quanto na atmosfera (sem muvuca nem superlotação, mas com agito).
Dizem que no Carnaval também é legal, mas a vibe é totalmente diferente, claro. Enquanto não volto, fico aqui sonhando com os lugares que mais gostei por lá:
Um rolê rápido pelo centrinho basta para mostrar a enorme importância da cachaça pra cidade: tem um empório em cada esquina, alguns com garrafas de vários lugares do Brasil, outros só com produtos produzidos em Paraty. Mas é legal ir além das comprinhas e conhecer o método de produção nos alambiques. A maioria deles fica na Rio-Santos ou na estrada para Cunha.
Foi nesta última que estava o Pedra Branca, o mais legal que visitei. No meio de uma enorme área verde há uma pequena casinha onde as cachaças são vendidas e uma outra onde elas são produzidas. É um alambique bem pequeno e relativamente novo mas seu produto é super reconhecido e o tour guiado é ótimo. A guia foi muito gentil, tirou todas as dúvidas e depois ofereceu várias degustações, tudo gratuito e sem precisar agendar visita. Aproveite para abastecer o estoque, as bebidas custam menos por lá do que nos empórios da cidade. Outros alambiques bem visitados são o da cachaça Paratiana, que tem um tour meio mais ou menos mas vende vários licores artesanais bem docinhos e gostosos, e também o da Maria Izabel, que é considerada a melhor cachaça da região – uma garrafa custa R$ 92.
Quando você passa pela portinha do restaurante, no buchicho do centrinho, fica curioso pra saber o que tem no final daquele corredor colorido. Pois eu te digo: tem a melhor comida que eu comi em Paraty, no melhor ambiente.
A decoração é bem colorida e charmosinha, mas sem frescuras. O quintal é cheio de árvores e um saxofonista se apresenta num palco improvisado ao lado da cozinha aberta, o que dá um super clima de romance. Recomendo reservar antes porque o negócio ali é disputado – eu mesma não fiz reserva e tive que esperar um tantinho para sentar. Mas cada segundo de espera foi recompensado quando eu levei à boca a primeira colherada do meu curry vermelhe de peixe.
Era um caldo super saboroso, com várias nuances de sabores agridoces, picantes e ácidos; nele boiava um peixe no ponto de cozimento perfeito e vários vegetais, alguns conhecidos, como abobrinha e vagem, e um que eu só descobri o que era depois de perguntar pra garçonete, o broto de bambu – spoiler: tem gosto de palmito.
É bom demais, sério. Sabe aquele clichê de comercial de comida, aquela coisa de explosão de sabores? É exatamente isso. Pedimos também um camarão com abacaxi ao curry que estava só um tiquinho menos delicioso. Os drinques da casa não fazem feio: fui de Jorge Amado, um coquetel que você vai ver em quase todos os cardápios de Paraty. Trata-se de uma mistura delicinha de maracujá, limão e a cachaça Gabriela (feita de, advinhe? cravo e canela). Os pratos custam em média R$ 60 e são individuais; a bebida custou por volta de R$ 20. Não é exatamente uma pechincha, ok, mas é uma refeição dessas inesquecíveis e não chega a esfolar o bolso.
- Praia do Sono
Apesar de as praias do centro da cidade não serem das mais legais pra se banhar, Paraty tem um litoral extenso e recortado. O distrito de Trindade guarda algumas das praias mais belas. A do Sono, que escolhi para visitar, só é acessível de barco ou por uma trilha de uma hora desde o Condomínio Laranjeiras. É chato de chegar? Sim, mas vale super a pena pela tranquilidade da praia e a beleza da trilha.
O melhor esquema para conhecer o lugar é entrar de carro no tal condomínio de luxo, explicando a cada portaria que você vai fazer a trilha do Sono, e estacionar no pequeno vilarejo de funcionários do condomínio – custa R$ 20. É de lá que sai a trilha que no começo assusta com as muitas subidas mas depois vai ficando mais plana. Logo antes de chegar tem uma escada bem íngreme com ótimas vistas pro mar, impossível não se demorar um pouquinho ali tirando fotos. Lá embaixo, na areia, tem alguns campings rústicos e uma ou outra barraca de praia mas não espere muita infraestrutura. O clima é de calmaria, mesmo no fim de semana.
Depois de passar o dia lagarteando na canga e petiscando bate aqueeela preguiça de encarar a trilha da volta. Nessa hora se aproxime dos barquinhos que ficam na areia, no centro da praia, e combine a volta – depois de alguma pechincha eu consegui pagar só R$ 20 por pessoa. A voadeira deixa você no píer do condomínio metido. Como não permitem que você, mero mortal, fique passeando entre as mansões, é preciso esperar alguns minutos pela Kombi do condomínio que busca os turistas e os deixa na portaria principal, perto do começo da trilha.
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Melhor sorvete que eu experimentei por lá e ponto. Ok que não provei todos, mas no quesito doce, não duvidem da minha gulodice. A loja é filial de uma sorveteria bem tradicional de Penedo e fica numa casinha colonial no centro, mas o legal mesmo é pegar a casquinha e sair passeando pela cidade no começo da noite. O melhor sabor que experimentei é o de chocochip, que tem umas pepitas enormes de chocolate amargo, mas os de morango e framboesa também não ficam muito atrás.
É um dos barzinhos mais conhecidos da cidade e se agita depois das 23h, quando o pessoal sai dos restaurantes e vai pra lá dançar e beber. De quinta-feira, um trio de forró muito bom se apresenta no pátio da pequena casa, que fica lotada de brasileiro e de gringos em clima de paquera – não dá pra ficar muito tempo sozinha sem que alguém te puxe pra dançar. O ambiente é bem gostoso, a cerveja não é cara e, nos intervalos do show, a galera fica papeando na rua, do lado de fora. Como não amar?