Litoral da Bahia: pontos imperdíveis de norte a sul
Navegar pela extensa costa baiana é fácil: aqui estão locais seletos de sossego e contemplação da natureza para entrar no envolvente ritmo do Estado
Por entre 1.200 quilômetros de costa e quase 300 praias do litoral baiano, dois eixos, um norte e um sul, ainda conservam alguns retiros de natureza e cenários pouco explorados. Redutos de acesso apenas por trilhas e barcos revelam coqueirais, rochas escarpadas, recifes de coral e mar límpido, indisputados, desertos.
Conheça a seguir as indicações estreladas do GUIA QUATRO RODAS, lugares e endereços por onde você não pode deixar de passar, além de pousadas e hotéis que levam o selo Escolha do Guia, dicas certeiras para aproveitar o que a Bahia tem de melhor.
Vilarejo mais antigo do Brasil segundo o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Caraíva tenta preservar a tranquilidade que lhe é característica: acessível apenas por barco, as ruazinhas estreitas são cobertas de areia fofa. Não há carros, e a escassa iluminação pública chegou há pouco tempo. Para “roubar” o sossego, há apenas os movimentados bares e pousadas durante o verão.
Não deixe de ir
Vale a caminhada por cerca de uma hora para chegar à Praia Barra Velha e avistar, no horizonte de água verde e cristalina, barquinhos coloridos de pescadores. O mar quente, com piscinas naturais, é ótimo para mergulho. Para ir à Praia Satu, se você não quiser andar também por uma hora, dá pra negociar um frete com os barqueiros. Chegando lá, aproveite a lagoa de água doce e a Barraca do Satu, que está lá há 30 anos.
Onde ficar
Ora verde, ora azul piscina claro, verdadeiro espelho do céu, é a cor da água de uma das praias mais bonitas do Brasil. Do lado esquerdo, por onde se chega de carro, a chamada Curuípe tem pousadas e estrutura pra comer e beber. À direita, depois do rio, começa a Praia do Espelho. As cinco estrelas dadas a ela pelo GUIA QUATRO RODAS não são à toa: contornada por falésias, às vezes cobertas pela vegetação de coqueiros, a praia guarda corais que, dependendo da maré, colorem o mar.
Não deixe de ir
A Praia do Outeiro (ou Setiquara) não tem todas as estrelas do Espelho, mas também revela seus corais na maré baixa e é cercada por rochas escarpadas. A 10 minutos de lá, a Praia dos Amores tem uma história interessante por trás da origem de seu nome. Por estar entre duas pontas de falésias, muitos casais teriam ficado presos ali com a maré alta e sido flagrados, com o fim do isolamento, em plenos “amores”.
Onde ficar
Este distrito fashion de Porto Seguro guarda a praça mais famosa do Brasil: o Quadrado, onde brasileiros e gringos passeiam pelo retângulo gramado, cercado de pousadas luxuosas, lojas de marcas (como Osklen e Carmim) e restaurantes que servem jantar à luz de velas, sem o incômodo de carros e motos. Praias, rios, mangues, árvores centenárias e ambiente gay-friendly são alguns dos ingredientes que fazem deste um ponto disputado do litoral baiano.
Não deixe de ir
A areia clara e o mar verde da Praia do Rio da Barra têm, de um lado, a foz do rio que lhe dá nome e, do outro, uma falésia. Pode-se chegar ali a pé em 40 minutos pela Praia dos Nativos ou de carro pela estrada para Arraial d’Ajuda. É preciso caminhar uma hora e meia até a paradisíaca e quase sempre deserta Praia Ponta de Itaquena a partir da Praia do Rio Verde, mais procurada e com areia firme, ideal para caminhadas.
Onde ficar
Igreja de Nossa Senhora d’Ajuda tem um mirante atrás, com vista pro mar azul de Porto Seguro – Foto: Ricardo Freire
Mata Atlântica e rochas escarpadas à beira-mar envolvem os 16 quilômetros de praias do povoado, também chamado de esquina do mundo. Isso porque Arraial d’Ajuda atrai pessoas de diversas culturas e foi reduto dos hippies nos anos 1970, seduzidos pela simplicidade e natureza exuberante do local. Entre Porto Seguro e Trancoso, o distrito é agitado no verão e possui pousadas charmosas e falésias a emoldurar suas praias. Ah, e experimente o imperdível croissant de chocolate do Paiol, que também faz tortas doces e variados pães caseiros.
Não deixe de ir
As praias Taípe e da Pitinga têm rochas escarpadas em suas paisagens. A primeira é a mais deserta do pedaço e também a mais preservada. O mar transparente é mais revolto do que as águas plácidas de Pitinga, bem movimentada devido aos hotéis, pousadas e barracas do canto esquerdo da orla. Na maré baixa, piscinas naturais e recifes de coral dominam o mar da Praia do Parracho.
Onde ficar
Pracinha com igreja, amendoeiras e roda de capoeira fazem parte do sossego da vila mais conhecida da Península de Maraú. De difícil acesso, a melhor opção para chegar lá é deixar o carro em Camamu e atravessar o Rio Acaraí em lanchas ou barcos. De carro, parte-se de Itacaré para encarar 40 quilômetros de estrada de terra.
Não deixe de ir
“Lua nova, lua cheia, maré baixa, nove e meia.” Esse é o ditado que vale a pena ser aprendido para aproveitar os aquários de peixinhos das piscinas naturais da Praia Taipu de Fora, que se formam apenas duas vezes por mês, em períodos de maré baixa. A paisagem mais bonita da península exibe mar azul-claro, areia dourada e coqueiros enfileirados. É pouco?
Inclua um passeio de jipe por Taipu de Fora, Lagoa Azul e os mirantes Farol de Taipu e Morro Bela Vista. Contrate o programa no ponto das jardineiras, na Rua Vasco Neto (Vila de Barra Grande).
Onde ficar
Rios, cachoeiras, Mata Atlântica, restingas e manguezais envolvem Itacaré. Às margens do Rio das Contas, a cidade tem ampla oferta de atividades e esportes, como rafting, rapel, trilhas, passeios de canoa e, claro, o surfe. Entre junho e outubro, essa antiga vila de pescadores fica mais tranquila, e o mar é presenteado com baleias ávidas para acasalar. Quando a fome bater, não tenha dúvidas: o Tio Gu Café tem gostosos crepes doces e salgados, batizados com nomes de praias, além de um ambiente agradável.
Não deixe de ir
A Praia Jeribucaçu é das mais bonitas e desertas da cidade. Chega-se a ela apenas por uma trilha não-sinalizada percorrida em aproximadamente 40 minutos, mas vale a pena. Cercada de coqueiros, a areia branquinha recebe as pancadas de ondas fortes, boas para surfe. A pequena e isolada Havaizinho acolhe ondas amansadas por dois costões compridos que canalizam a água. Com 30 minutos de caminhada se acessa a deserta Engenhoca, point de surfistas com o Rio Borundanga ao lado direito. Prainha é outro ponto de surfe e também é boa para caminhar e jogar frescobol na areia plana. Assim como as outras praias, o acesso é por trilha (50 minutos). Itacarezinho é a mais acessível delas: dá para deixar o carro no estacionamento e logo colocar os pés na areia. Em Camboinha, apelido dado à ponta norte, há uma ducha natural: uma cascata de água doce desce da mata e cai diretamente na areia. Importante: nenhuma dessas trilhas é sinalizada e o ideal é contratar um guia.
Onde ficar
Entre Morro de São Paulo e Barra Grande está a apaixonante e bem preservada Ilha de Boipeba, uma das mais lindas paisagens brasileiras. Livre de carros e resorts, esta Área de Proteção Ambiental (APA) conseguiu se manter um excelente refúgio de tranquilidade com praias desertas e piscinas naturais. As melhores refeições da ilha são no restaurante da Pousada Santa Clara e a lagosta com abacaxi do quiosque do Guido, na Praia Cueira.
Não deixe de ir
Na Praia Moreré o mar prega peças: ora deixa apenas um filete de areia para caminhar, ora foge pra longe, encalha alguns barcos e forma piscinas cheias de vida marinha. A Praia Bainema, cuja orla é decorada por densa vegetação e centenas de coqueiros, também forma piscinas naturais na maré baixa. A Cueira é a melhor praia para banho, e o lado esquerdo é cheio de surfistas. Na Praia Ponta de Castelhanos, quando a maré permite, quem mergulha consegue ver recifes de corais e o navio espanhol Madre de Dios, naufragado em 1535.
Onde ficar
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