Continua após publicidade

Turistas de 29 países poderão entrar na Grécia a partir deste mês

O país foi bem-sucedido nas medidas de contenção da pandemia e resolveu abrir as fronteiras 15 dias antes do previsto. E, o melhor, com preços mais baixos

Por Luca Occhialini
Atualizado em 1 jun 2020, 13h43 - Publicado em 25 Maio 2020, 01h13
Acrópoles de Atenas, na Grécia
A Acrópole de Atenas já está reaberta para a temporada de verão (Mlenny/Getty Images)

A Grécia decidiu antecipar o fim do embargo para a entrada de turistas. A reabertura estava prevista para acontecer no dia 1° de julho, mas agora irá acontecer em 15 de junho. A medida é um sinal positivo das ações que o país vem tomando para o combate ao coronavírus. Até o momento foram registrados menos de 3 mil casos e 175 óbitos por Covid-19.

Na sexta-feira (29), o país divulgou uma lista com as 29 nacionalidades que poderão embarcar em voos diretos para Atenas ou Tessalônica a partir de 15 de junho. São elas:  Albânia, Austrália, Áustria, Macedônia do Norte, Bulgária, Alemanha, Dinamarca, Suíça, Estônia, Japão, Israel, China, Croácia, Chipre, Lituânia, Líbano, Nova Zelândia, Lituânia, Malta, Montenegro, Noruega, Coreia do Sul, Hungria, Romênia, Sérvia, Eslováquia, Eslovênia, República Tcheca e Finlândia. Brasil e Estados Unidos continuam proibidos de entrar.

Os turistas que desembarcarem serão selecionados aleatoriamente para fazerem testes de coronavírus e não precisarão ficar de quarentena – o site oficial do governo não revelou quais medidas serão tomadas em caso de resultado positivo. Uma nova lista com mais países liberados para entrar será divulgada em 1 de julho. 

A Grécia anunciou que vai reduzir as taxas de transporte de 24% para 13% a fim de incentivar a atividade econômica. A medida vale pelos próximos cinco meses, e fará diminuir o preço das passagens aéreas e também do transporte marítimo – os ferries e barcos são modais de transporte fundamentais para quem faz turismo pelas ilhas. Os impostos que incidem sobre alguns alimentos e na atividade turística também serão temporariamente reduzidos.

O número de casos de covid-19 na Grécia é bem inferior se comparado aos países mais turísticos da Europa, como Espanha e Itália. Por isso, o governo acredita que vai conseguir retomar o turismo com segurança durante o verão europeu a ponto de conseguir começar a recuperação da  principal atividade econômica do país ainda este ano. O primeiro ministro Kyriakos Mitsotakis declarou: “vamos vencer a batalha econômica, assim como vencemos a da saúde”.

Continua após a publicidade

O turismo representa boa parte do produto interno bruto da Grécia. Em 2019, o país recebeu 33 milhões de turistas. A projeção para a chegada de viajantes em 2020, antes do coronavírus, era bater o recorde do ano anterior.

O caminho para a reabertura

Restaurantes e lojas devem reabrir no final do mês de maio. Os hotéis retomarão as atividades de maneira gradual a partir do começo de junho.

No sábado (16), centenas de praias pelo país foram liberadas. Na faixa de areia, estabeleceu-se um limite de pessoas por área ocupada e as espreguiçadeiras e mesas passaram a ser higienizadas com mais frequência. Na segunda-feira (18), sítios históricos ao ar livre foram abertos, como é o caso da Acrópole de Atenas. O governo indica manter um espaço de 1,5 metros entre os visitantes e recomenda o uso de máscaras – a obrigatoriedade do uso, no entanto, é apenas para os guias. Os pontos turísticos irão contar com equipe médica reforçada e um plano elaborado para agir em caso de descoberta de um novo foco de infecção. 

O que esperar do turismo?

Mykonos é um dos destinos mais disputados do verão grego, mas até o momento o cenário é outro: praias desertas e o comércio da região de Little Venice, sempre tão vibrante, segue com as portas fechadas. Alguns comerciantes ainda não se sentem confortáveis para a reabertura. “Mesmo que eu abra minha loja, sentirei medo de atender. Não suporto usar máscara, prefiro fechar as portas e ir para a minha cama”, disse Nikos Degaitis, dono de uma loja de lembrancinhas, à agência France-Presse. Alguns moradores se preocupam com a dificuldade de manter o distanciamento social em ruas tão estreitas, que justamente fazem o charme da ilha.

Continua após a publicidade
Mykonos, Grécia
Uma das muitas ruas estreitas de Mykonos (Jeremy Villasis/Getty Images)

Uma mudança que aconteceu no mercado do turismo no mundo inteiro diz respeito à política de cancelamento de reservas em hotéis. A rede Accor, por exemplo, que anteriormente não reembolsava os clientes em caso de desistência das reservas, passou a permitir o reembolso ou reagendamento sem custos, assim como a possibilidade de obter um crédito para uso posterior. 

Os hotéis da Grécia também se adaptarão a essa nova realidade e tornarão a política de cancelamento mais flexível. O Canaves Oia, por exemplo, um dos hotéis mais famosos de Santorini e que reabrirá em 1 de julho, permitirá o cancelamento da hospedagem sem cobrança se a desistência acontecer até sete dias do início da estadia. A condição é válida para o mês de julho. De agosto a outubro, cancelamentos sem penalidades poderão ser feitos até 14 dias antes da chegada.

Leia tudo sobre a Grécia

Saiba tudo sobre o coronavírus

Publicidade