Estive hospedada com minha família no Costa do Sauípe, no Sauípe Park, entre os dias 7 e 10 de julho. O resort estava com lotação máxima, mas os restaurantes e bares não estavam preparados para tanto. Na hora das refeições, as filas eram enormes. Chegamos a esperar 25 minutos por um omelete e 15 minutos por um ovo mexido. Um tumulto! Não havia mesas disponíveis para todos e sempre tínhamos de esperar um tempão que alguém nos cedesse lugar. Nos bares da piscina, a cerveja estava quente. Quando conseguimos uma vaga em um dos restaurantes temáticos, por conta de uma desistência, acabamos descobrindo que a comida era trash. No Sauípe Náutica só havia dois pedalinhos para todos os hotéis. Para completar, quando fui deixar meu filho que tem Síndrome de Down para brincar no Sauípe Kids, o monitor disse que não sabia se poderia recebê-lo porque o lugar estava atendendo de 500 a 1 000 crianças por dia. Ele sugeriu que eu conversasse com a supervisora para ver se ela autorizava. Fiquei chateada e desisti. Que confiança eu poderia ter nessa equipe que tinha dúvida se poderia receber meu filho? — Paula Ferreira da Silva, Aracaju, SE
Encaminhamos o relato para a assessoria de comunicação do Costa do Sauípe e três dias depois recebemos uma resposta. O resort afirma que ampliou o atendimento no restaurante colocando mais mesas e ilhas de bufê. No centro náutico, os pedalinhos foram consertados.
Quanto ao Sauípe Kids, o resort diz estar apto para atender qualquer criança com idade entre 4 e 12 anos e que a hóspede deveria ter insistido em falar com a supervisora de plantão. “Quando o Sauípe Kids recebe uma criança portadora de necessidades especiais, o primeiro procedimento é conversar com os pais para conhecer as limitações da criança e, se for o caso, disponibilizar um monitor exclusivo para acompanhá-la durante as atividades”, diz o comunicado do resort.
Para a gerente técnica da Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Paulo, Marília Costa, o resort não poderia ter hesitado em receber o filho de Paula Cecília. Segundo ela, tanto a Constituição Federal quanto a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência salvaguardam os direitos de crianças com necessidades especiais. O artigo 40 da Convenção define que pessoas com deficiência devem poder participar em igualdade de oportunidades dos demais de atividades recreativas, esportivas e de lazer, inclusive em empreendimentos turísticos.
A gerente da Apae não viu dolo na atitude do hotel, apenas falta de conhecimento. “Muitas vezes os monitores não sabem o que fazer porque nunca conviveram com crianças com Síndrome de Down”. e aproveita para dar algumas dicas: “É importante que os pais comuniquem para os monitores se a criança sofre de alguma enfermidade ou cardiopatia; já os monitores precisam falar de forma clara e pausada na hora de passar as regras das brincadeiras; outra coisa bacana é colocar a criança para fazer dupla com uma outra mais velha na hora das atividades, incentivando a integração. No mais, é tratá-la como uma criança como qualquer outra.”
Marília também alerta para o fato de que muitas pessoas partem de uma premissa equivocada, como se crianças com deficiência intelectual fossem diferentes e todas as outras, iguais. “Isso é errado. Cada criança é única. Até porque há crianças com deficiência intelectual que são muito mais tranquilas e fáceis de lidar do que uma criança que não tenha a deficiência.”
Sobre retornar ao resort, a hóspede diz: “Só voltaria se algum conhecido atestasse que os serviços realmente mudaram.”
Entre os dias 6 e 10 de abril me hospedei no resort Grand Palladium Imbassaí, ao norte de Salvador. No caminho para o quarto reparei que o lugar, inaugurado havia seis meses, tinha paredes com sinais de vazamento e bolor. Em um dos dias, no restaurante da piscina, encontrei apenas pedaços de pizza esturricados. Quando reclamei na recepção, fui informado que não haveria reposição e que o melhor seria esperar pela abertura do restaurante dali a uma hora e meia! Solicitei um carrinho de bebê e informaram que havia poucas unidades, todas emprestadas (o hotel tem mais de 300 quartos). No bar da piscina era apenas um garçom para atender todos os hóspedes. Sem contar que havia gatos andando pelas dependências do hotel e eles comiam os restos de comida que caíam no chão. — Kristian Armbrust Figueiredo, Ribeirão Preto, SP
Após analisar o relato e as fotos enviadas pelo leitor, a diretora adjunta do Grand Palladium Imbassaí, Felisa Barral, respondeu sobre as queixas. Quanto ao “bolor”, ela esclarece que as águas da região são ferruginosas e que por isso qualquer mínimo vazamento deixa resquícios de difícil remoção. As manchas nas paredes são fruto da irrigação da área verde e que as reparações foram intensificadas. Ela explica também que petiscos, exceto pizza, poderiam ter sido solicitados até a abertura do restaurante para o jantar e que o resort estuda a compra de mais carrinhos para crianças. A diretora admite que, por estar localizado em uma reserva ambiental, o lugar acaba atraindo gatos que vão em busca de comida. Os funcionários, diz Felisa, estão encarregados de afugentá-los e também de alertar os hóspedes para que não os alimentem. Por fim, o resort incentiva que os clientes relatem no momento do check-out as suas impressões para que melhorias possam ser realizadas constantemente.
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