Dicas para aproveitar o melhor de San Andrés, na Colômbia
Em pleno mar do Caribe, o arquipélago colombiano mescla belas praias, um mar turquesa perfeito para o mergulho e vida noturna agitada
Diante do dégradé do famoso “mar de sete cores”, seria inútil tentar convencer alguém a não ir a San Andrés. A fartura visual dessa ilha é absurdamente apetitosa – ora, o Caribe colombiano tem melhor custo/benefício que outros caribes.
Cayos (ilhotas) com águas calmas, espreguiçadeiras convidativas e drinques coloridos costumam ornar com o receituário de férias perfeitas. Eu não me atreveria a ser a mosca nessa sopa, mas há umas verdades a saber antes de comprar a passagem, geralmente via Bogotá.
Algo em San Andrés flana entre o autêntico e o mambembe, tende mais à Nicarágua – de onde está mais próxima geograficamente – do que à Colômbia.
Sob o manto dos resorts all-inclusive, famílias e casais acham refúgio semelhante em hotéis de onde teoricamente não é preciso sair. Solteiros(as), aviso: não paira no ar o clima de paquera. O bacana está um pouco mais longe dos hotéis e das piscinas com aulas de hidroginástica ao som da Xuxa.
Quanto às compras, além dos perfumes, a zona duty-free do Centro não compensa tanto em comparação à do Panamá – leve dólar. Dali, siga pela Peatonal, calçadão central que margeia uma praia movimentada, por vezes farofenta, mas, ahh, tem aquele marzão…
Coisa boa é reservar um passeio de barco para Johnny Cay (pronuncia-se “quêi”), ilhota cenográfica a uns dez minutos do píer. Dali há a opção do tour rumar para Rose Cay, ou Acuario, ilha perfeita para fazer snorkeling com arraias e cardumes e outros mergulhos.
Só não rola mergulhar de julho a outubro, quando a chuva aporrinha. O bom é que San Andrés está fora da rota dos furacões caribenhos e há calor o ano todo.
De volta à ilha principal, rode-a de chiva, pau de arara turístico. Se a grana permitir, vá de carro ou scooter alugados, no sentido anti-horário, deixando o filé para o final.
Comece por West View, uma ponta de pedra para mergulhos, com tobogã e trampolim. Depois, na La Piscinita, a gente se vê em meio a uma “nuvem” de peixes.
Espécie de gêiser com uma intrincada rede de túneis subterrâneos entre corais, o Hoyo Soplador, que espirra água com uma pressão surreal, é o filé. Prefira a maré cheia: na véspera, pergunte na recepção de seu hotel como anda a tábua das marés.
Pegadinhas do Mallandro: a Cueva de Morgan, gruta onde o pirata teria escondido tesouros, é uma arapuca, com show de lambada mico e pernilongos vorazes; e o Museu do Coco, a maior fraude que visitei em viagens.
Calma, o jogo vira e deixa a gente vidrado em San Andrés pós-refúgio na Playa de San Luis. Loguinho eu volto.
Texto publicado na edição 257 da revista Viagem e Turismo (março/2017)