Decisão argentina lembra que não dá para planejar viagem – ainda
Dois meses após abertura das fronteiras, governo restringe entrada de estrangeiros e endurece medidas para residentes que retornam ao país
Pouco mais de dois meses após a abertura das fronteiras, o governo da Argentina decidiu fechar as fronteiras para os países vizinhos – o que inclui o Brasil – como medida para controlar o número de casos de covid-19 no país. Embora as restrições internas estejam mais brandas, permitindo deslocamentos internos na Argentina durante as festas de fim de ano, a administração de Alberto Fernández está tentando evitar o esgotamento das vagas em hospitais controlando o fluxo externo.
Além de barrar visitantes de Brasil, Chile, Uruguai, Bolívia e Paraguai, o governo também decidiu interromper voos entre a Argentina e Reino Unido, Itália, Dinamarca, Países Baixos e Austrália por causa da nova cepa de coronavírus detectada. Quem tem parentes na Argentina pode requisitar uma autorização especial para entrada, mediante pagamento de uma taxa de cerca de US$ 100.
As regras também mudaram para argentinos ou residentes que estão voltando do exterior. Agora, quem vai ficar em Buenos Aires é obrigado a fazer um teste PCR até 72h antes do embarque e um novo teste na chegada ao aeroporto, com resultado enviado em 48h (até lá, é preciso fazer isolamento). Se for positivo, é preciso fazer quarentena de 14 dias. Para outros destinos dentro do país, é necessário apresentar o PCR antes de embarcar e fazer 7 dias de isolamento. A nova regra vale até 8 de janeiro, quando será revista. A partir do dia 30 de dezembro, o Brasil também vai exigir um PCR negativo para autorizar a entrada tanto de cidadãos como de estrangeiros no país.
As novas diretrizes pegaram de surpresa brasileiros que já tinham comprado passagem para a Argentina para o fim de ano e relembram que ainda não é possível fazer planos de viagem internacional. As regras mudam de acordo com o número de casos no país de origem e no destino e podem alterar planos de um dia para o outro, exigindo mais testes, possíveis quarentenas ou até remarcação da estadia. Ficou mais fácil alterar datas de passagens e hotéis, é verdade, mas ninguém agenda uma viagem pensando nisso. Mas esse risco deve fazer parte do “novo normal” no turismo.