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Coronavírus: quem vier do exterior deve ficar 7 dias em casa

Pesquisadora e pneumologista da Fiocruz recomenda cancelar viagens internacionais pelos próximos 90 dias

Por Da Redação
Atualizado em 16 mar 2020, 08h46 - Publicado em 15 mar 2020, 17h37
aeroporto
Agência americana alerta para o risco de contrair o vírus em aeroportos (Francesco Carta/Getty Images)
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Na última sexta-feira (13), o Ministério da Saúde apresentou uma série de recomendações para que o municípios brasileiros lidem com o Covid-19, na tentativa de fazer com que a velocidade de contágio não atinja os altos índices que acometeram a Itália.

O ministério recomenda às pessoas que chegarem de uma viagem internacional, mesmo sem nenhum sintoma, que fiquem em casa por 7 dias. Caso apresentem tosse ou coriza, a recomendação é estender o prazo para 14 dias (o Disque Saúde, no 136, deve ser acionado em caso de dúvida). Apenas em caso de febre, tosse e dificuldade de respirar é que se deve buscar uma unidade de saúde.

O Brasil já está no que se chama terceira fase epidemiológica ou de transmissão comunitária, quando não é mais possível identificar a fonte ou pessoa transmissora.

Ainda na sexta-feira, a médica pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Margarteh Dalcomo, participou de uma reunião com o Ministério da Saúde e com a Organização Mundial de Saúde (OMS) onde foram discutidas as medidas preventivas que o país deverá tomar para diminuir a velocidade de transmissão do Covid-19. Veja abaixo os destaques da entrevista: 

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  • Não existe país com potencial de transmissão maior ou menor porque a situação já é de pandemia. Então, mesmo que seja um fim de semana em Buenos Aires, cidade onde já existem casos de contaminação, a recomendação é que na volta a pessoa fique 7 dias em casa.
  • É recomendável cancelar todas viagens internacionais pelos próximos 90 dias.
  • Pessoas acima de 70 anos não devem sair de casa pelos próximos 60 dias.
  • Eventos devem ser cancelados porque a transmissão de pessoa para pessoa é muito fácil e a propagação é geométrica.
  • A mortalidade não é alta, mas a doença mata mais os idosos e quem tem doenças instaladas, como problemas respiratórios, hipertensão, diabetes, cardiopatias, o que inclui transplantados. Crianças podem contrair o vírus e não apresentar sintoma algum, mas podem contaminar os seus avós. Em suma, preservar os idosos e mantê-los retirados do convívio social é uma ação necessária e emergencial. 
  • Quem não possui nenhuma condição prévia não precisa andar de máscara nem estocá-las em casa. O uso é indicado para quem estiver doente ou for portador de alguma enfermidade que possa piorar em caso de contaminação pelo Covid-19.
  • A única maneira de interceptar a transmissibilidade do vírus é ficando em casa. Foi assim que a China fez, é isso que Itália e Espanha estão fazendo e até o momento não se conhece outra maneira de diminuir a curva epidêmica.
  • Se não seguirmos a recomendação de ficar em casa, que é de fato algo difícil, sobretudo na nossa cultura, não haverá outro meio de interceptar a cadeia de transmissão e o resultado poderá ser uma situação como a da Itália, que tem mais de 500 pessoas ligadas a respiradores artificiais nesse momento.

Assista na íntegra a entrevista com a pneumologista Margareth Dalcomo:

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