Conheça as diferentes rotas para Machu Picchu, no coração do Peru
Veja também as paisagens do Qhapaq Ñan, o sistema de estradas dos Incas do qual as Trilhas Incas para Machu Picchu fazem parte

















Trilha Inca, PeruÉ muito comum observar lhamas, sozinhas ou em grupos, ao longo da Trilha Inca. Crédito: ThinkstockO trajeto clássico da Trilha Inca dura quatro dias e começa no km 82 (Piscacucho) da estrada de ferro que leva a Águas Calientes – a opção é iniciá-la no km 88 (Qorihuayrachina). Esse itinerário tem aproximadamente 45 quilômetros e passa por ruínas incas envoltas em espetaculares paisagens montanhosas. Já a rota curta, de dois dias, tem início no km 104 (Chachabamba) e também contempla achados arqueológicos, como a bela Wiñaywayna, cujo nome significa “sempre jovem”.Para qualquer das opções, é preciso fôlego e muita disposição. Os dois primeiros dias da rota clássica são os mais puxados. O auge é vencer Warmihuañusca, a mais de 4.200 metros sobre o nível mar. A altitude estafa, mas é possível enfrentá-la com pastilhas medicinais vendidas nas farmácias ou, como fazem os nativos, com folhas de coca comercializadas nos mercados. O antídoto natural contra o soroche (mal de altitude) pode ser consumido em infusões ou mascado. Não há o que temer. Para esclarecer dúvidas, desfazer mitos e espantar fantasmas a esse respeito, visite o Museo de la Coca, no bairro de San Blás, em Cusco.Na trilha, a média de esforço a cada dia fica em torno de seis a oito horas. As noites são dedicadas a descansar, ouvir as histórias dos guias, trocar experiências com outros viajantes e observar as estrelas. O restante é pura conexão de corpo e mente com as montanhas. Belas, imponentes e por vezes amedrontadoras, elas são as grandes coadjuvantes da aventura. A protagonista, não cabe dúvida, é Machu Picchu, a grande recompensa que enche de lágrimas os olhos de quem a avista pela primeira vez desde Intipunku (Porta do Sol) no amanhecer do último dia de caminhada.Salcantay, a alternativa mais confortávelSalcantay remete ao nevado cultuado pelos incas na região de Machu Picchu. Na cidadela uma inscrição aponta na direção do monte, um Apu na cosmovisão andina. Aos Apus, ou espíritos sagrados e força vital das montanhas, eram dedicadas oferendas e rendidas homenagens. A trilha que empresta seu nome pode durar cinco dias, ou mais, a depender de suas intenções. Dentre todas, é a que oferece mais conforto e uma experiência sem igual. A empresa Mountain Lodges of Peru organiza roteiros com hospedagem em lodges ao longo do caminho, e todas as vantagens que isso acarreta.Boa parte da caminhada é feita a quase 4 mil metros de altitude, o que requer fôlego e bom preparo físico. Isso não impede os sedentários de cumprir o trajeto, mas há que estar atento às articulações: é importante ter joelhos saudáveis. O incessante sobe e desce exige bastante da musculatura e dos meniscos. Passo a passo, escute seu corpo. E respeite-o. Uma das lições mais belas de um trekking como esse está justamente no autoconhecimento. Não dá pra perder essa chance.Do alto de seus 6.270 metros, o Salcantay acompanha os viajantes durante a maior parte do percurso. Quem vai no esquema lodge to lodge tem confortos inimagináveis para quem encara a trilha acampando. Água quente e cama branca, limpa e cheirosa toda noite fazem a diferença em qualquer situação. Para uns e outros, no entanto, o caminho não leva diretamente a Machu Picchu, como seria de se supor – ou desejar. A chegada ocorre em Águas Calientes, ou Machupicchu Pueblo, a cidadezinha aos pés da velha montanha encimada pela enigmática cidadela. De lá, na alvorada do dia seguinte, os viajantes finalmente têm acesso a uma das novas maravilhas do mundo.Apesar de bem menos concorrida que a Trilha Inca, também é recomendável fazer reserva para a Salcantay. “Nosso roteiro vende mais que pão quente”, diz Valerie Barton, travel specialist da Mountain Lodges of Peru. O preço final, a propósito, de US$ 3 mil por pessoa na alta temporada, equipara-se ao de outros roteiros exclusivos pelo mundo. Ainda assim, costuma lotar. A concorrência dos europeus, especialmente de alemães, nórdicos e holandeses, aumenta a cada ano.
Trilha Inca, PeruVistas deslumbrantes e subidas íngremes aguardam aqueles que desafiam os Andes Peruanos. Crédito: ThinkstockChoquequirao e Vilcabamba, ainda mais desafiosÚltimo bastião da resistência inca ante a invasão espanhola, Vilcabamba faz parte de um dos trekkings mais desafiadores da Cordilheira dos Andes. Limitada pelos profundos cânions do Apurímac e do Willcamayu, a cidade acolheu a linhagem real remanescente inca que impôs resistência durante anos aos ibéricos em meados do século 16.Choquequirao, ou Berço de Ouro em quéchua, fica numa quebrada deslumbrante também protegida pelo rio Apurímac. Trata-se de uma clássica cidade inca, com setores sagrado, urbano e agrícola. Apenas 30% de sua área total se encontram escavados, mas uma parceria entre os governos do Peru e da França promete acelerar os trabalhos e, eles apostam, transformá-la numa nova Machu Picchu.Conhecer de perto tanto Vilcabamba como Choquequirao exige tempo e ainda mais espírito de aventura do que, por exemplo, percorrer o Caminho de Salcantay ou mesmo a Trilha Inca. É possível fazê-lo em partes ou numa única tacada (de mestre, diga-se) em um roteiro de 13 a 15 dias que inclui também Machu Picchu.Menos tempo, mas bem aproveitadoSe a ideia é travar contato com povoados isolados que preservam seu modo de vida ancestral, então não pense duas vezes em optar pelo trekking no Vale de Lares. Nele, os viajantes atravessam sítios arqueológicos incaicos e visitam vilarejos agrícolas, comunidades indígenas e famílias de tecelões durante os quatro dias de um trajeto que os leva para mais perto das nuvens, a 4.400 metros de altitude.Mesmo quem dispõe de menos tempo também pode vivenciar a experiência de percorrer caminhos incaicos na região do Vale Sagrado, nas cercanias de Cusco. O roteiro que leva ao sítio arqueológico de Huchuy Qosqo tem a medida certa: os viajantes caminham de seis a oito horas para chegar às ruínas do palácio onde o soberano Viracocha se refugiou quando os chancas, arquirrivais dos incas, atacaram Cusco por volta de 1440. Coube a Cusi Yupanqui, um dos filhos de Viracocha, conter o ímpeto dos invasores. Após derrotar seus inimigos mais temidos, os incas puderam enfim iniciar o auge de sua expansão.Cusi Yupanqui assumiu o poder, mudou seu nome para Pachacutec, o transformador do mundo, empreendeu várias campanhas exitosas e criou, de fato, um modelo estatal que viria a ser conhecido como Império incaico. Considerado o maior entre seus pares, Pachacutec também ordenou a construção de Machu Picchu, talvez a maior façanha arquitetônica de seu governo e destino final dos melhores trekkings na Cordilheira dos Andes.
Machu Picchu, PeruA imagem clássica de quem chega ao fim da trilha inca. Crédito: Thinkstock
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