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Carnaval de paulista

Carnaval em São Paulo: marchas e sambinhas fazem a alegria dos que saem nos blocos da capital. Juntar-se a eles não requer abadá nem ingresso

Por Pedro Henrique Araújo
Atualizado em 16 dez 2016, 09h11 - Publicado em 15 set 2011, 19h56

“Vinicius de Moraes costumava dizer que São Paulo era o túmulo do samba. Ele e outros amigos cariocas brincavam que cordão de paulista era cordão de isolamento, que bloco de paulista era bloco de cimento, que grupo de paulista era grupo escolar.” Aos 75 anos, o ator, sambista e hoje um dos diretores da Associação das Bandas Carnavalescas de São Paulo (Abasp) Carlos Costa, ou apenas Carlão, fala com a maior empolgação sobre sua história no Carnaval de São Paulo. Ao lado do dramaturgo e entusiasta do samba Plínio Marcos (1935-1999), Carlão fundou em 1972 a Bandalha, “uma banda para acabar com a tiração de onda”. Ainda hoje há quem compartilhe da opinião de Vinicius, mas os blocos de rua da cidade ganharam força e chegam a atrair mais de 10 mil foliões por onde passam.

Um dos mais tradicionais de São Paulo, o de Plínio e Carlão foi rebatizado, em 1974, como Banda Redonda, em homenagem ao extinto Bar Redondo, localizado na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua da Consolação. Formada por 30 músicos, que se dividem entre instrumentistas de sopro e percussionistas, a banda faz um Carnaval à moda antiga, tocando apenas marchinhas e sambas de décadas passadas. “Em 2010, iniciamos a marcha carnavalesca com 6 mil seguidores. Ao fim do percurso já eram 11 mil foliões”, diz Carlão.

Em outros bairros da cidade, longe das alegorias do Sambódromo do Anhembi e com o mesmo cunho boêmio, outros blocos também fazem a festa. Sem vender abadá nem cobrar ingresso, eles se multiplicam. Pelo menos 15 (confira os principais) garantem o ziriguidum até 4 de março, dia em que começam os desfiles das escolas paulistanas.

É o caso do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, fundado em 2010 no reduto alternativo paulistano que dá nome ao bloco. Ale Youssef – proprietário da badalada casa noturna Studio SP e espécie de cicerone partidário da região – criou a banda, que, em seu ano de estreia, levou mais de 5 mil foliões à Rua Augusta, número que deve ser quadruplicado em 2011. Entre os integrantes, Simoninha, filho de Wilson Simonal, é o puxador oficial de samba-enredo; Marisa Orth, a rainha da bateria; e Marcelo Rubens Paiva, o porta-estandarte.

Em outro ponto hypado de São Paulo, na Vila Madalena, os festejos começam na Praça Rafael Sapienza, ao lado do Bar e Mercearia São Pedro. É o Cordão Carnavalesco Confraria do Pasmado (CCCP), que começou em 2005, com os integrantes da roda de samba Confraria do Pasmado, formada por jornalistas, cineastas e músicos amadores. Hoje, o CCCP aconchega em seus cordões mais de 5 mil pessoas. Neste ano, o grupo homenageia o deputado estadual Tiririca. Para o cineasta Gustavo Mello, “o objetivo é ficar o mais próximo possível ao espírito do Carnaval de rua e o mais longe do modelo de escola de samba”. Bloco de cimento? Cordão de isolamento? “O Carnaval paulistano tem raiz e faz a alegria do povo”, diria Carlão aos amigos cariocas.

SIGA AQUELE BLOCO!

Bantantã

Data: 25/2

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Concentração: 16 horas

Onde: Avenida Valdemar Ferreira, esquina com a Rua Desembargador Armando Fairbanks, no Butantã

Ressaca

Data: 26/2

Concentração: 14 horas

Onde: Largo do Cambuci, no Cambuci

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Acadêmicos do Baixo Augusta

Data: 27/2

Concentração: 14 horas

Onde: Rua Bela Cintra, 461, no centro

Cordão Carnavalesco Confraria do Pasmado (CCCP)

Data: 27/2

Concentração: horário não divulgado

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Onde: Praça Rafael Sapienza, na Vila Madalena

Fuxico

Data: 27/2

Concentração: 10 horas

Onde: Largo do Arouche, no centro

Kolombolo Diá Piratininga

Data: 27/2

Concentração: 17 horas

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Onde: Rua Belmiro Braga, 164, na Vila Madalena

Banda Redonda

Data: 28/2

Concentração: 19h30

Onde: esquina das avenidas Ipiranga e Consolação, no centro

Candinho

Data: 2/3

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Concentração: 17 horas

Onde: esquina das ruas Santo Antônio e 13 de Maio, no Bixiga

Ilú Obá De Min

Data: 4/3

Concentração: 19 horas

Onde: Rua Major Quedinho, na Bela Vista

 

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