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Café com girafas

Em Nairóbi, no Quênia, um hotel em que não é preciso esticar o pescoço para ver os animais

Por Caio Vilela
Atualizado em 16 dez 2016, 00h47 - Publicado em 16 dez 2011, 17h28

Não fosse pela vizinhança excêntrica, esse hotel de apenas seis quartos seria mais um sossegado retiro no campo. Mas os hóspedes do Giraffe Manor (254/732 812-896, www.giraffemanor.com; diárias desde US$ 300; fecha em abril e maio), a apenas 20 quilômetros de Nairóbi, a capital do Quênia, recebem ilustres visitantes pescoçudos todos os dias pela manhã.

Tudo começou em 1932, quando a casa com grandes janelas foi construída para alojar caçadores escoceses. Depois, o lugar passou pelas mãos de diversos proprietários e caiu em quase total abandono até ser comprado pela conservacionista americana Betty Leslie-Melville. Ao chegar, ela descobriu que a espécie Rothschild de girafas estava prestes a ser extinta no país, e adotou um dos últimos indivíduos: uma fêmea chamada Daisy, que logo foi acompanhada por Marlon, um jovem macho. O esforço de Betty para alimentare reproduzir a espécie foi bem-sucedido e deu origemao Giraffe Center de Nairóbi, um parque vizinho ao Manor que conduz um programa de conservação, reprodução e reabilitação da espécie Rothschild nas savanas africanas. A história originou o best-seller Raising Daisy Rothschild e o filme A Última Girafa (1979), do diretor Jack Couffer. O casarão foi transformado em hotel em 1983, e desde então os hóspedes se divertem alimentando as girafas. Não é preciso muito esforço: basta ficar nas janelas dos quartos ou no salão onde é servido o café da manhã para elas chegarem bem pertinho. Personalidades como Brooke Shields, Mick Jagger e Ewan McGregor já passaram temporadas por lá. Com suas diárias na casa dos três dígitos, o Giraffe Manor não é barato. Mas vale cada centavo, principalmente para quem viaja com crianças.