Aviso de “não perturbe” em hotéis pode estar com dias contados

A medida busca inibir potenciais crimes como a chacina em um hotel de Las Vegas que resultou em dezenas de mortos

Por Lilian Hamatsu
Atualizado em 8 out 2018, 19h26 - Publicado em 8 out 2018, 18h47
Plaquinha com aviso de não perturbe na maçaneta de um quarto de hotel
O aviso que está causando burburinho nos hotéis dos Estados Unidos (Image source/Getty Images)
Continua após publicidade

O aviso de “do not disturb” (“não perturbe”), usado pelo hóspede que não quer ser incomodado em seu quarto de hotel, pode estar em vias de extinção nos Estados Unidos. As tradicionais plaquinhas de pendurar na maçaneta não devem ser eliminadas, mas a mensagem, aos poucos, será alterada para “room occupied” (quarto ocupado).

O que muda na prática? Quando o serviço de camareira se deparar com o aviso e ele ali permanecer por mais de 24 horas, um funcionário colocará por debaixo da porta o aviso “unable to service”, ou seja, que o estafe foi impossibilitado de realizar a arrumação de rotina. Na sequência, a gerência poderá entrar para inspecionar o quarto. Os hóspedes serão avisados deste novo procedimento logo no check-in, que já foi adotado pela rede Hilton e pelos hotéis da Disney, de Orlando.

Atirador usou o “não perturbe”

A razão para tal medida? Segurança. A rede Hilton confirmou que o novo procedimento foi adotado por conta do massacre ocorrido em Las Vegas em outubro de 2017 e que resultou na morte de 58 pessoas e cerca de 500 feridos. O episódio ficou marcado pelos disparos realizados do 32° andar do hotel Mandalay Bay, localizado na principal avenida da cidade, contra frequentadores de um festival de música country. O atirador, Stephen Paddock, que se matou na sequência, fez check-in alguns dias antes e não permitia a entrada de funcionários, deixando sempre o aviso de “não perturbe” pendurado na maçaneta. Durante o tempo que permaneceu no local, ele foi capaz de reunir um arsenal de armas de fogo sem levantar suspeitas.

O episódio causou grande repercussão no mercado hoteleiro, que deverá adotar mais amplamente a medida de inspecionar os quartos com o intuito de inibir também outros crimes, como o tráfico humano e a produção de drogas sintéticas.

A Disney, que declarou não estar adotando tais medidas pelas mesmas razões que a rede Hilton, disse que instituirá a inspeção para garantir ao hóspede “a melhor experiência possível”, como checar se o ar condicionado está funcionando bem, trocar toalhas e abastecer o banheiro com amenities.

Publicidade