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Cinquenta Tons de Cinza já foi a breve de um verão

Tarefa de verão: contar, ao redor da sua cadeira de praia, quantas mulheres estão lendo a trilogia Cinquenta Tons de Cinza

Por Ana Claudia Crispim
Atualizado em 16 jun 2022, 20h06 - Publicado em 28 dez 2012, 15h01

Feministas e xiitas literários que me perdoem, mas eu li a trilogia Cinquenta Tons de Cinza, de e.L. James. E li rapidinho as 1 536 páginas dos três livros. Era impossível parar. Se você não sabe do que estou falando, deve morar em outra galáxia.

Muita gente se pergunta a razão do sucesso da trilogia. Seu mérito não está exatamente no requinte do texto, e isso fica claro de cara. As repetidas descrições de sexo sadomasoquista light até animam, mas enjoam. É como comer uma dúzia de quindins. O que funciona, e muito, é a técnica do folhetim, que nos empurra sempre para o capítulo seguinte.

Mas, além disso, o segredo do sucesso é o tal Christian Grey, o protagonista. Lindo, viril, enigmático, milionário e adepto das palmadas (ele distribui, bem entendido, em sua amada, a Anastasia). Um James Bond do sexo. Tirando as palmadas – questão de gosto pessoal –, o cara é um prodígio. Ele faz surpresinhas como levar Anastasia para voar de planador (detalhe: ele mesmo ao manche) ao alvorecer; monta um closet de roupas com grifes caríssimas para a mulher sem ela saber e ainda toca piano lindamente. Hello??? Com tudo isso, devo dizer que, por mais que eu me sinta muito bem-amada, obrigada, fiquei irremediavelmente viúva do Christian Cinza quando terminei o último livro da trilogia.

Embora tenha sido lançado há alguns meses, este vai ser o verão de Cinquenta Tons. Já tive uma première disso no começo de dezembro. Estava na Barra do Sahy, no Litoral Norte de São Paulo, e vi seis mulheres com o livro num raio de 5 metros. Experimente você, agora, contar quantas mulheres estão lendo o livro na praia. Se forem menos de 20, ganha a aposta.

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E você, maridão, que não pilota o seu próprio planador, nem mesmo um Audi R8, e que está com aquela barriguinha de chope, não se desespere. Papai Noel e Christian Grey não existem. Mas, que uma fantasia é boa de vez em quando…

→ *Ana Claudia Crispim, autora da coluna Rivotrip da VT, dispensa o planador, mas não o closet

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