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A louca do buquê

Na França, Itália, Espanha e até na Bulgária, ela faz do casamento dos grandes amigos a mais alegre forma de turismo

Por Suzana Paquete
Atualizado em 16 dez 2016, 08h05 - Publicado em 6 mar 2013, 01h00

Admito: eu adoro um casamento, meu codinome é arroz de festa, sou a louca do buquê. Quando me mudei para Madri, em 2005, nunca imaginei que o grande motivador das minhas viagens pela Europa seriam as bodas dos amigos que fiz. Depois de marcar presença em dez cerimônias, da França até a Bulgária, eu me tornei uma adepta do turismo matrimonial. As três melhores festas, descrevo agora.

No casório da minha amiga búlgara Nikolina com o francês Kevin, em Brest, na Bretanha, o ponto alto da festa acontecia quando um novo leitão era tirado do forno e ia escoltado até o jardim pelo irmão do noivo, que chegava todo pimpão tocando uma gaita de fole celta. E eu nunca imaginei que os tais moules frites, a estranha combinação de mexilhão com batata frita, se tornariam um dos meus pratos favoritos. Chegada a noite, mudamos do jardim para o celeiro, que virou um dancefloor, com direito a DJ, globo espelhado e luz estroboscópica.

Já em casamentos à italiana, o bom é que a festa começa dois dias antes. Pelo menos foi o que eu vi na Sicília, nas bodas da Bia e do Toto, ela, brasileira, ele, italiano. A macarronada dos dias que antecederam a festa serviu para quebrar o gelo e eliminar o carão tão comum dos casórios. O cabelo da noiva quem fez fui euzinha mesmo, com a ajuda de um tutorial do YouTube. Na hora da festa, os noivos eram cercados pelos convivas ao redor de uma mesa e recitavam poemas. Depois de cada verso, brindes. O vinho liberava o poeta que havia dentro de cada um, e ninguém arredava o pé, mesmo com o jantar à mesa. Na hora do buquê, o felizardo, vejam só, foi um amigo do noivo.

O ponto alto de um casamento espanhol, por sua vez, é a “barra libre” de bebidas depois da refeição, quando começam os trabalhos etílicos mais sérios. Os convidados deixam de lado o vinhozinho comportado e se jogam no rum, gim-tônica e afins. No enlace da Tamise e do Patrick – ela, brasileira; ele, espanhol –, mesmo depois de 12 horas de festa os noivos arrastaram os convidados de bar em bar até de manhã. Ali aprendi a máxima de que, na Espanha, a festa não acaba, só muda de lugar.

Suzana Paquete* sabe saudar os noivos em 119 idiomas

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