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Holanda não quer mais ser chamada de Holanda

O país quer ser chamado pelo nome oficial: Países Baixos. A mudança faz parte de uma estratégia para combater o excesso de turistas na região de Amsterdã

Por Giovanna Simonetti
Atualizado em 25 nov 2022, 20h09 - Publicado em 14 jan 2020, 18h48
Clássicos de Amsterdã: bikes, barcos, pôr do sol e um canal  (Dennis VD Water/Grupo Keystone/Reprodução)
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Não estranhe ao não ver a Holanda nas Olimpíadas de 2020. Seus atletas estarão lá, mas não mais representando a Holanda. O pequeno país europeu conhecido por seus canais, tulipas e liberalismo aproveitou a chegada do novo ano para fazer algumas mudanças e agora quer apenas ser chamado por seu nome oficial: Países Baixos (Netherlands, em inglês). 

Por anos, o governo alternou entre os dois termos, mas o fim do uso de Holanda para se referir oficialmente ao país chegou ao fim em 1 de janeiro, parte de um projeto de “reformulação da marca” da nação. 

A Holanda, na verdade, é uma região a noroeste dos Países Baixos dividida em duas províncias, Holanda do Norte e Holanda do Sul, que abriga os principais (e mais turísticos) destinos, como Amsterdã, Haia e Keukenhof. O nome foi adotado pelo governo como um apelido para popularizar o turismo no seu território. Só que, para a alegria da Holanda e infelicidade do restante do país, a propaganda fez sucesso até demais – e, agora, a Holanda chegou ao seu limite. 

A campanha atual de marketing pretende criar uma imagem internacional renovada do país, que há tempos sofre com os excessos do turismo de massa. Uma das estratégias ao adotar apenas o nome “Países Baixos” nos seus canais de comunicação e divulgação oficiais é atrair viajantes para lugares menos explorados para além da região da Holanda, já muito lotada de turistas.

Batalha contra o overtourism

Não é de hoje que o governo holandês toma medidas para conter o turismo de massa: há pelo menos três anos, políticas tentam aliviar o número de visitantes nos principais centros turísticos e redistribui-los pelo país. Em março do ano passado, Amsterdã baniu os tours guiados pelo Red Light District.

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Mais recentemente, a taxa de turismo da capital aumentou e agora é a mais alta da Europa: hóspedes de hotel pagarão €3 por pessoa, por noite, além da tarifa de 7% sobre o valor da diária. Além disso, os aluguéis de Airbnb tiveram um aumento de 10% por noite. 

A questão é: seria essa mudança de nome um enxugar gelo? Estariam as autoridades holandesas tapando o sol com a peneira? Especialistas em branding duvidam que essa reformulação terá algum impacto significativo. Pelo menos não se pode dizer que os holand… ops, neerlandeses, não tentaram. 

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