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8 experiências irlandesas em Dublin

Curta os pubs, café da manhã irlandês, jogos gaélicos, corrida de cachorros, Viking Tour, Guinness, muitos parques e o famoso Saint Patrick's Day!

Por Ricardo Marques Gabriel
Atualizado em 28 mar 2019, 17h20 - Publicado em 29 jan 2016, 19h37

Você quer fazer uma viagem perfeita em Dublin, na Irlanda? Comece o dia com um café da manhã de guerreiro, vibre com o futebol gaélico, aposte nas corridas de cachorros, embarque em um tour viking, relaxe nos parques, coloque um gorro verde na cabeça e saia pelas ruas da festeira capital irlandesa. Tudo, claro, com um pint de Guinness na mão. Veja acima 8 dicas para você curtir ao máximo a terra de São Patrício.

Pubs, naturalmente

Temple Bar, Dublin
Temple Bar (Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

Antigas casas transformadas em bares, os pubs também são todos parecidos na arquitetura. Os ambientes se diferenciam de acordo com o número de pints (se fala “páint”), os copos com um pouco mais de meio litro de cerveja, ingerida na toada da música gaélica. No balcão há um horizonte de torneiras metálicas com cervejas de todo o mundo – embora pedir alguma que não seja a Guinness, a marca-símbolo nacional, possa render olhares de reprovação.

Mas pubs são lugares, principalmente, para confraternizar, reunindo jovens ou idosos, homens ou mulheres – até crianças, devidamente acompanhadas pelos pais. Todos estão lá, participando da tradição irlandesa de compartilhar alegrias e problemas à mesa do bar com um sláinte! (“saúde!”, em gaélico).

O'Connell's Pub, Dublin
O’Connell’s Pub (Reprodução/Reprodução)

Depois de alguns pints, já com o inglês lubrificado, é ótima ideia puxar conversa com os moradores. Você vai ouvir um pouco mais da cidade – sua história, personagens locais, futebol, outros pubs imperdíveis… Caso a noite seja longa, dá para emendar em pubs baladeiros, que juntam tudo isso com música eletrônica, pop e rock.

Café da manhã para os fortes de estômago

Lovinspoon Cafe, Dublin
Lovinspoon Cafe (Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

Bom dia! O café da manhã está servido. Bacon, ovo, tomate, champignon, salsicha, feijão com molho de tomate e um pouco de mel, chouriço (black pudding) ou linguiça (white pudding) no formato de minihambúrguer, torradas, café ou chá. Por € 10, você traça esse desjejum campeão.

A gulodice data da época em que os trabalhadores das fazendas tomavam o café da manhã reforçado, pois não tinham tempo de almoçar. Hoje, vale como mata-ressaca – ou refeição para os turistas que querem economizar pulando – como os antigos trabalhadores – o almoço. Coragem!

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Futebol irlandês e hurling, a dupla dos Jogos Gaélicos

Croke Park Jogos Gaélicos, Dublin
Croke Park Jogos Gaélicos (Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

Nada de futebol, basquete ou vôlei. Os esportes mais populares no país são o futebol irlandês (ou gaélico) e o hurling, a dupla dos Jogos Gaélicos. O primeiro (para simplificar) é uma espécie de rúgbi com elementos do futebol: além de carregarem a bola (redonda) com as mãos em direção ao gol, os jogadores também precisam usar os pés, fazendo “embaixadinhas”. O segundo tem um quê de hóquei, em que tacos são usados para conduzir uma bola até um gol parecido com o de futebol. É mais divertido ver do que tentar entender…

Torcida Croke Park Jogos Gaélicos, Dublin
(Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

 Os jogos acontecem principalmente no Croke Park, o maior para jogos amadores. Nas arquibancadas, as cores dos times se misturam, sem nenhuma confusão. Para quem se animar, dá para jogar uma partida – basta agendar.

 

Corrida de cachorros no Shelbourne Park

Corrida cachorro Shelbourne Park, Dublin
Corrida cachorro Shelbourne Park (Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

Um dos programas mais tradicionais entre os dublinenses são as corridas de cachorros. Elas acontecem às quartas, às quintas e aos sábados à noite, no Shelbourne Park, estádio com capacidade para 5 mil pessoas. Os cachorros, da raça galgo, eram utilizados originalmente para caçar e acabaram se dando bem nas pistas, onde atingem velocidades de até 65 quilômetros por hora – basta uma olhadinha no celular para perder uma corrida. Só para entrar no clima, é possível apostar uns poucos euros nas corridas – como eu fiz.

Livro Corrida cachorro Shelbourne Park, Dublin
(Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

Mas achei mais divertido mesmo o ambiente nas arquibancadas, povoadas de senhores de boina vibrando com suas apostas na mão. Sim, nem todos vão simpatizar com a ideia de animais correndo para diversão, mas o fato é que os bichos são bem tratados – a maioria deles é animal de estimação da família dos treinadores. Quando acaba a corrida, voltam pra casa.

 

O Viking Tour, para conhecer a cidade e assustar os turistas

Viking Splash Tour Castelo de Dublin
(Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

 Se você estiver andando distraído pelas ruas de Dublin e vir um barco viking sobre rodas cheio de turistas gritando sob capacetes com chifres, não se assuste – embora a ideia deles seja, na verdade, te assustar. Melhor ainda é ser um deles.

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O Viking Splash Tour dura uma hora e 15 minutos e percorre os principais pontos turísticos da cidade. Se o seu inglês não estiver afiado, talvez você não consiga entender toda a parte histórica do passeio, que é descrita com muito bom humor pelo guia. Começa pelas igrejas medievais de St. Patrick e Christchurch, passando pela Trinity College, a mais antiga (do século 16) e prestigiada universidade de Dublin.

Viking Splash Tour caminhão, Dublin
Caminhão do Viking Splash Tour (Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

Ao chegar às docas do Grand Canal, o barco entra na água, dá uma voltinha, mostra o estúdio onde o U2 costumava gravar seus discos. Fora isso, é ir berrando bem imaturamente para assustar os pedestres.

 

A Guinness Storehouse e o pint perfeito

Guinness Entrada, Dublin
Entrada do Guinness (Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

A Guinness Storehouse é a atração turística número 1 de Dublin. Com sete andares, a antiga fábrica conta com áudios, maquetes, pôsteres e vídeos que mostram o processo de fabricação e a história da cerveja.

O ponto alto é a aula de como tirar um pint de Guinness perfeito. O ingresso também dá direito a um pint no Gravity Bar, um bar redondo com paredes de vidro em toda a sua volta e que está a 46 metros do chão. Se o dia não estiver muito nublado, você poderá ver a cidade inteira. Fundada em 1759, a empresa é amada pelos irlandeses.

Guinness Gravity Bar, Dublin
Gravity Bar (Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

Entre as razões para isso estão sempre ter colaborado em projetos sociais da comunidade e oferecer um conjunto de benefícios invejável aos funcionários, além de salários maiores que os da concorrência. Sem contar que, até os anos 1970, cada um deles tinha ainda direito a dois pints por dia. Hoje, nada de bebida no trabalho. As cervejas seguem para as casas dos trabalhadores. 

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Gansos, patos, veados e outros bichos nos parques

St Stephen's Green Park, Dublin
St Stephen’s Green Park (Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

Apesar de pequena e quase sempre friorenta, Dublin tem mais de dez parques para viver a vida ao ar livre. Alguns ficam bem no Centro da cidade, como o St. Stephen’s Green, o preferido dos moradores para piqueniques à beira do lago. Lá eles alimentam cisnes e patos com biscoitos de arroz integral (fitness, não?).

Mais afastado, o Phoenix Park merece uma programação à parte – um dia inteiro vai bem. Com mais de 7 quilômetros quadrados de área total, é ideal para um passeio de bike – elas podem ser alugadas a € 5 por “a couple of hours” (umas “horinhas”, como me disse, displicentemente, o atendente). Pegue um mapa e guarde-o bem! Saí pedalando sem rumo e sem levar em consideração o título de maior parque urbano de Dublin – o terceiro maior da Europa – e me perdi um tanto.

Uma experiência bacana é ver de perto os veados que ficam soltos no parque. Apesar das placas recomendando distância dos animais, os turistas não resistem a se aproximar para fazer uma selfie. Se não é o seu caso (como não foi o meu), a alternativa fica dentro do parque mesmo. O Zoológico de Dublin, aberto desde 1834 para ajudar a preservar alguns animais ameaçados de extinção, conta com mais de 400 espécies.

Phoenix Park veados, Dublin
Phoenix Park (Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

Os habitantes mais famosos são os leões asiáticos, rinocerontes, gorilas e elefantes. Esses podem ser vistos mais de perto durante as atividades agendadas, como alimentação ou treinamento. Importante: se quiser entrar, leve cadeado para prender a bicicleta – na Irlanda, é bom não vacilar.

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Saint Patrick’s Day

St Patrick's Day desfile 1, Dublin
Desfile do St Patrick’s Day (Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

Finalmente: se você planeja ir a Dublin, vá em março, quando acontece a festança do St. Patrick’s Day. O feriado é no dia 17, mas o festival em homenagem ao padroeiro da Irlanda dura uma semana inteira. O ponto alto é o desfile, em que os dublinenses comparecem com fantasias, roupas e adereços verdes – a cor tradicional do país, que remete ao trevo de três folhas que, segundo a lenda, São Patrício usou para explicar a Santíssima Trindade aos pagãos celtas no século 5.

Se você é do time dos curiosos, vale fazer o walking tour do historiador Pat Liddy, que explica a história da celebração enquanto passa pelos pontos históricos, como a Igreja de St. Patrick. O desfile não tem carros alegóricos gigantes e tecnológicos, fantasias complexas ou um enredo – não dá para comparar com o nosso Carnaval, por exemplo, como alguns irlandeses me perguntaram. Mas a festa impressiona por reunir todos os tipos de pessoa – de crianças a irlandeses vermelhos de cerveja.

St Patrick's Day desfile 2, Dublin
St Patrick’s Day (Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

De qualquer modo, quando o desfile termina, um mar de verde ruma em direção aos pubs, em especial na histórica Temple Bar, área que ainda guarda características medievais. O ideal, se você não gosta de muvuca, é ficar um pouco mais distante dessa região – confusões às vezes acontecem.

St Patrick's Day Trinity College, Dublin
Trinity College no St Patrick’s Day (Ricardo Marques Gabriel/Reprodução)

Na manhã seguinte, ao sair na rua, parece que tudo não passou de um sonho. Todos estão de volta ao trabalho, e as ruas, limpas. Mas basta chegar a noite que a famosa Dublin volta definitivamente à rotina, os pubs lotados, o som dos banjos, flautas e violinos ecoando pelas ruas estreitas de paralelepípedo, e muita cerveja… Sláinte! Importante: no St. Patrick’s Day, excepcionalmente, o consumo de bebidas alcoólicas na rua é liberado.

Revista Viagem e Turismo — Janeiro de 2016 — Edição 243

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