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1/14 1. Mojito – Cuba Popular em todo Caribe – e no mundo inteiro – os cubanos reivindicam a autoria do drink que leva rum, hortelã, açúcar e suco de limão. Realmente, é perfeito para enfrentar o calor e umidade da região. O bar La “Bodeguita del Medio” em Havana era um dos favoritos do escritor Ernest Hemingway. Boêmio notório, ele teria dito “Mojito na Bodeguita e Daiquiri na Floridita”, outro bar no centro histórico da capital cubana. Não é uma tradição difícil de seguir, não é? Experimente em casa: em um copo alto, macere 6 folhas de hortelã com 2 colheres de açúcar e 90ml de suco de limão. Encha o copo com gelo, acrescente 120ml de rum claro e complete com água com gás. + 14 bons movitos para conhecer o Caribe (Stephan Braun/Wikimedia Commons) 2/14 2. Spritz – Veneza – Itália Drink refrescante de espumante com um toque de Aperol, Campari ou Cynar e muito gelo. Originário das regiões italianas Friuli-Venezia Giulia, Vêneto e Trieste, a sua versão mais comum, com Aperol, é o coquetel oficial dos venezianos. É consumido por jovens, adultos e idosos locais e também por turistas. Na cidade e região, é comum o ritual do Aperitivo, que consiste em bons drinks (frequentemente Aperol Spritz), comidinhas e conversa com os amigos antes do jantar. Tem jeito melhor de passar o final da tarde depois de um dia intenso de caminhadas pelo arquipélago de Veneza? Experimente em casa: em uma taça grande com gelo, acrescente 3 partes de espumante (ou prosecco) e 2 partes de Aperol. Complete com água com gás e decore com uma rodela de laranja. (Winniepix/Wikimedia Commons) 3/14 3. Caipirinha – Brasil O coquetel mais brasileiro de todos foi inventado no interior paulista no século 19 e largamente difundido por todo o país devido ao baixo preço de seus ingredientes – e por ser delicioso, claro. Feito com cachaça, açúcar, limão e gelo, as variações são bastante criativas, com diferentes frutas – sem nunca destronar a mistura original. Acompanhamento perfeito em churrascos e rodas de amigos no bar, é o que faltava naquele último fim de tarde na praia. Experimente em casa: quase todo mundo tem o seu jeito perfeito de fazer caipirinha, mas aqui vai uma receita básica: em um copo baixo de fundo grosso (chamado de old fashioned ), macere um limão cortado em quatro pedaços com duas colheres de açúcar. Encha o copo de gelo até a borda e acrescente uma dose de cachaça. + Os 20 destinos mais cachaceiros do Brasil (xtopalopaquetl/Flickr) 4/14 4. Piña Colada – Porto Rico Rum, leite de coco e suco de abacaxi compõem esse drink que casa perfeitamente com uma tarde de preguiça em uma praia caribenha. A Piña Colada é a bebida oficial de Porto Rico desde 1978 e ganhou o mundo graças à canção "Escape", de Rupert Holmes, também conhecida como “A música da Piña Colada ”, lançada em 1979. Você já a escutou, com certeza. Experimente em casa: bata no liquidificador 3 partes de rum branco, 3 partes de leite de coco, 9 partes de suco de abacaxi e gelo até adquirir uma consistência cremosa. Sirva em um copo alto (esse de base bojuda e boca larga é o clássico para Piña Colada) e decore com uma fatia de abacaxi ou uma cereja marrasquino. (Achim Schleuning/Wikimedia Commons) 5/14 5. Martini – Inglaterra Dos muitos drinks criados na Inglaterra (afinal, é uma terra de muitos bebedores semi-profissionais), o martini é um dos mais icônicos por ser o drink preferido da Rainha Elisabeth I (falecida em 2002 aos 101 anos de idade). A Rainha Mãe, como se referem à bisa de William e Henry, bebia cerca de 8 unidades de álcool por dia (240ml – hoje em dia seria considerada alcoólatra). Sua hora favorita do dia era às 6h da tarde, que ela chamava de Hora Mágica, quando a rainha bebia um martini – todos os dias. James Bond, seu fiel espião, também é adepto do martini: batido e não mexido. God save the Queen! Experimente em casa: bata ou misture 6 partes de gim, 1 parte de vermute branco (transparente) em uma coqueteleira cheia de gelo. Coe e sirva em taça alta de martini, torça a casca de um limão siciliano sobre o drink para liberar seus óleos essenciais e sirva com uma ou duas azeitonas. Para preparar um “dry martini”, é preciso usar gin e vermute secos. Caso queira um “perfect martini”, adicione quantidades iguais de martini seco e doce. E ao “dirty martini”, inclua um chorinho de água de azeitona (aquela que vem no vidro mesmo). (Ken30684/Wikimedia Commons) 6/14 6. Michelada – México Popular em todo México, o nome michelada vem de “mi chela helada”, ou “minha cerveja gelada”. Antes da popularização dos refrigeradores era comum colocar uns cubos de gelo na cerveja – e por que não um pouco de pimenta e limão, como tudo na culinária mexicana? Com o tempo, a receita foi se aperfeiçoando para incluir molho inglês e outros molhos prontos (como de soja e maggy), além de suco de tomate. Em algumas cidades, a mistura da michelada com molho de tomate se chama cubana, mas você não vai encontrar esse drink em Cuba. Em muitos bares na Cidade do México , a mistura secreta da michelada perfeita é chamada de “petróleo” e já fica pronta em uma jarra, para ser acrescentada à cerveja na hora de servir. Experimente em casa: as receitas variam muito e é tudo feito no “olhômetro”, mas aqui vai o princípio das coisas para ir treinando até achar sua mistura ideal: em um copo alto, faça uma borda de limão, sal e pimenta em pó. Sirva cerveja clara até três dedos abaixo da borda, acrescente suco de um limão pequeno, meia colher de chá de molho de pimenta, meia colher de chá de molho inglês e, se estiver se sentindo caribenho, um pouquinho de suco de tomate. (Scott Dexter/Wikimedia Commons) 7/14 7. Caesar – Canadá Em uma cidade próxima às grandes formações rochosas “Canadian Rockies”, surgiu o Bloody Caesar, a versão canadense do Bloody Mary que leva suco de tomate com caldo de moluscos, o “Clamato”. O Canadá é responsável por consumir a maior parte do tal do Clamato, que foi inventado nos EUA. O segundo maior consumidor mundial desse suquinho de frutos do mar e tomate é o México, onde ele é usado pra fazer micheladas. Na verdade, poderíamos dizer que os dois são drinks irmãos: a diferença entre o Caesar e a Michelada é que a primeira leva vodka e a segunda leva cerveja. O Caesar só existe no Canadá e em cidades com muitos imigrantes canadenses, então mesmo se você não achar a mistura apetitosa, vale a pena provar se você estiver por lá! Ele é um cura-ressacas tradicional do país. Experimente em casa: se você achar Clamato no seu caminho, experimente fazer o drink! Em uma coqueteleira, misture 30 ml de vodka, 1 colher de chá de molho de pimenta, 1,5 colheres de chá de mistura de sal e pimenta do reino, duas colheres de chá de molho inglês e 120ml de Clamato. Sirva em copo alto com gelo. Pode ser decorado com talo de salsão, como o Bloody Mary. (R Love/Wikimedia Commons) 8/14 8. Sangria – Espanha Bebida típica por toda Espanha e também largamente consumida em Portugal, é servida às jarras para dividir com os amigos no bar. Sua origem remonta ao outro lado do Atlântico, nas colônias inglesas no Caribe, mas a novidade logo se espalhou para as colônias espanholas e fez seu caminho à península ibérica. Ali se estabeleceu e a receita se aperfeiçoou graças à larga produção de vinho tinto na região e por ser ideal para o clima mediterrâneo. Feito tradicionalmente de vinho tinto doce, em Barcelona se prepara também com a cava (chamada sangría de cava). No Uruguai , o uso de vinho branco e frutas tropicais se popularizou sob o nome de Clericot. Experimente em casa: as quantidades variam de tradição para tradição, mas o básico é: em uma jarra grande, junte vinho tinto, limão, laranja e frutas da estação (maçã, pera, pêssego, damasco, uvas), refrigerante de limão ou laranja e um pouco de vermute vermelho, brandy ou triple sec. E açúcar, tudo à gosto. Prepare com antecedência de uma a duas horas, para que as frutas saborizem a bebida e fiquem mais gostosas de comer. Sirva em taças de boca grande. (Li Ding/iStock) 9/14 9. Sazerac – Nova Orleans – Estados Unidos Feito de conhaque e absinto, este coquetel de alto teor alcoólico vai bem com as longas noites de improvisação de jazz em bares underground de Nova Orleans , onde foi criado. O absinto pode ser substituído por Herbsaint ou outro destilado de anis. A principal característica do Sazerac é seu modo de preparo: o copo é primeiro aromatizado com absinto, que é jogado fora antes de serem acrescentados os outros ingredientes. Experimente em casa: “lave” um copo baixo de fundo grosso (old fashioned ) gelado com um pouco de absinto, encha-o o com gelo e reserve. Em outro recipiente cheio de gelo, misture 150ml de conhaque, um cubo de açúcar e uma colher de chá de bitter Peychaud ou Angostura. Coe o conteúdo do segundo copo no primeiro, que já está aromatizado com absinto. Decore com a casca de um limão siciliano retorcida (martiapunts/iStock) 10/14 10. Pisco Sour – Peru e Chile O Pisco é um destilado de uva que se produz tanto no Peru quanto no Chile. Em ambos países ele é largamente consumido puro, com coca-cola e no coquetel Pisco Sour. Preparado com pisco, limão, açúcar e clara de ovo (que forma essa espuminha simpática em cima), é inspirado no Uísque Sour e se tornou a bebida nacional das duas nações. No Peru, o drink tem até um dia oficial! O primeiro sábado do mês de fevereiro é dia de beber pisco sour pelos bares de Lima , Cusco , Arequipa e outras cidades peruanas – nada impede que você celebre essa data especial em qualquer país que esteja 😉 Experimente em casa: em uma coqueteleira com gelo, bata 120ml de pisco, 30ml de limão, 30ml de xarope de açúcar (feito com 1 parte de água e 1 parte de açúcar, aquecido até levantar fervura) e 1 clara de ovo. A clara pode ser substituída por 1 colher de sopa de albumina, que nada mais é que clara de ovo em pó. Bata vigorosamente por mais de um minuto (para formar a espuminha!), sirva em um copo baixo (old fashioned ) com gelo e pingue duas ou três gotas de Angostura (bitter). (Dtarazona/Wikimedia Commons) 11/14 11. Negroni – Florença – Itália Resultado de uma mistura de três bebidas alcoólicas amargas, é considerado o drink oficial dos bartenders por causa de seu grau alcoólico e por ser difícil preparar um negroni bem feito. Sem açúcar, limão nem gelo para amenizar os sabores fortes, é preciso usar bebidas de qualidade para sair bom. Esse grau de exigência só poderia mesmo ter sido criado em Florença, cidade de forte tradição em apreciação estética que pode ser notada no belo acervo arquitetônico e artístico da cidade. A tradição conta que o negroni foi inventado em 1919 no Caffè Casoni, que depois deu lugar ao Caffè Giacosa que infelizmente só vende cafés, doces e chocolates. Até que não é uma má combinação para aplacar o amargor e pilequinho de um (ou dois) negronis. Experimente em casa: em um recipiente com gelo, misture 30 ml de gim, 30 ml de vermute doce vermelho e 30 ml de campari. Coe e sirva em um copo baixo de fundo grosso (old fashioned ), decore com uma casca de laranja retorcida dentro do copo (Geoff Peters/Wikimedia Commons) 12/14 12. Fernando (fernet com coca-cola) – Argentina O Fernet é uma bebida italiana amarguíssima, feita com ervas maceradas em álcool de uva e usada como digestivo no final das refeições. Ele viajou com os imigrantes que foram à Argentina e ali encontrou seu público fiel. Foi misturada com coca-cola oficialmente pela primeira vez em Córdoba , a terra do Che Guevara, já na década de 1990 (ou seja: Che nunca experimentou esse drink). Graças ao seu sabor doce e à cafeína da coca-cola, o fernando, fernandito ou fernetcola é quase considerado um refresco entre os jovens argentinos. Isso pode resultar em baladas com gente muito bêbada e animada até o raiar do dia. Aê! Experimente em casa: sirva 2 partes de Fernet e 6 partes de coca cola em um copo alto com gelo. (Cristian Garcia Vigil/Wikimedia Commons) 13/14 13. Manhattan – Nova York – EUA Este drink foi criado no Manhattan Club no começo dos anos 1870. Preparado tradicionalmente com uísque americano, mais especificamente o de centeio, vermute doce e Angostura com uma cereja para decorar, é um coquetel forte que equilibra sabores amargo, doce e amadeirado – tão complexo quanto a megalópole que lhe deu origem. Na cidade, bares que se prezem têm o Manhattan logo no começo do cardápio. Experimente em casa: em um recipiente cheio de gelo, misture 50ml de uísque e 20ml de vermute doce com duas gotinhas de Angostura. Coe e sirva em uma taça de martini decorado com uma cereja marrasquino. (Graeme Maclean/Wikimedia Commons) 14/14 14. Canelazo – Equador Enquanto todas as outras bebidas desta lista são servidas frias, o canelazo dá aquele quentinho necessário ao corpo quando se está em um ambiente frio. Típico da região dos Andes, em especial no final da Cordilheira no Equador , Colômbia e Peru , é consumido principalmente no inverno – em especial durante as festas de natal. No Equador, a receita leva aguardiente, que é um tipo de aguardente de cana de açúcar – dá pra substituir a bebida peruana pela nossa cachaça na versão brasileira da receita. Experimente em casa: a receita é basicamente um chazinho alcoólico, bem parecida com o nosso quentão, mas com suco de laranja. Em uma panela, misture 250ml de água, suco de 1 laranja e raspas da casca da mesma laranja, 1 pau de canela, 5g de cravo de cheiro e 20g de açúcar – ferva até engrossar um pouco. Desligue o fogo. Sirva em uma caneca e acrescente de 15 a 30ml de aguardiente (pode ser substituído por cachaça ou rum) por porção. (momentcaptured1/Wikimedia Commons)
Vodka, cachaça, saquê, rum, uísque, tequila, cerveja… Todo país tem sua tradição nacional para embebedar-se. Nos territórios de maioria muçulmana, que têm severas restrições ao consumo de álcool, muitos burlam a lei, pagam mais caro (ou bebem algo mais tosco) e enchem a cara em festinhas privadas. A vida é dura e entorpecê-la faz parte das válvulas de escape que o ser humano inventou, ainda que não seja a prática mais saudável a se fazer – beba com moderação e só se você for maior de idade!
As bebidas alcoólicas puras e bem feitas já são em si um prazer gustativo, mas a humanidade seguiu inovando e misturando ingredientes, fazendo-as ficarem ainda mais geniais! Assim como a culinária, a coquetelaria de cada país revela os ingredientes típicos, hábitos culturais e harmoniza perfeitamente com o clima de cada lugar – nada melhor para conhecer um destino novo que comendo e bebendo como os locais, certo?
Melhor ainda se esse drinque for compartilhado com os próprios locais em festinhas e bares de gente que nasceu ali e pode te aplicar no melhor de sua terra. Na falta de conhecidos para fazer um brinde, o bartender e o garçom são os primeiros amigos em qualquer país que se visita.