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Alguns países da Europa mantêm o veto a Astrazeneca

A Covishield, versão da Astrazeneca produzida na Índia e no Brasil, continua sem aprovação junto à Agência Europeia de Medicamentos

Por Bruno Chaise
Atualizado em 28 ago 2021, 09h20 - Publicado em 13 ago 2021, 15h28
Dose de Aztrazeneca
A Aztrazenca é o imunizante mais aplicado no mundo. Mas a versão produzida na Índia ainda não foi aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Crédito:  (Mufid Majnun/Unsplash)
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[Atualização em 22/08/2021: França, Suíça e Alemanha anunciaram que aceitam pessoas vacinadas com a Covishield/Fiocruz]

A Astrazenca, usada atualmente em 136 países, é o imunizante mais aplicado no mundo. A vacina foi desenvolvida pela Universidade de Oxford e é produzida sob licença por laboratórios em diferentes países, entre eles a Fiocruz, do Rio de Janeiro, o Bioscience, da Coréia do Sul e o Serum, da Índia. No entanto, cada laboratório deve fornecer seus próprios dados de eficácia e, principalmente, submeter o imunizante para aprovação junto às agências de saúde reguladoras. E é aí que reside o problema para quem for viajar para a Europa.

Pessoas totalmente vacinadas com as duas doses da vacina podem ser impedidas de tentar entrar em alguns países. O motivo é a distinção feita pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) entre a vacina Astrazeneca desenvolvida em Oxford, a Vaxzevria, da produzida por laboratórios fora do bloco europeu, a Covishield. Não há nada de errado com a vacina, que é biologicamente idêntica à Vaxzevria. A questão é que a Covishield ainda não foi aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e por isso não é reconhecida por alguns países europeus.

A diferenciação pode afetar diretamente o Brasil, já que recebemos quatro milhões de doses prontas da Covishield vindas da Índia e depois começamos a fabricar a nossa própria Covishield, na Fiocruz.  

Por enquanto, a EMA aceita somente os imunizantes da Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca (Vaxzevria) e Janssen. Dentre os países que não aceitam a Covishield estão a Croácia, Itália, Malta, Portugal e Polônia. Há países, no entanto, que aceitam Covishield sem fazer distinção quanto à procedência do laboratório, caso da Áustria, Alemanha, Bélgica, Bulgária, Eslovênia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islândia, Suécia e Suíça.

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Como saber se tomei a Covishield?

Se você tomou a Astrazeneca (também chamada de recombinante) existem duas maneiras de saber a origem do laboratório. A primeira é através do lote: os da Covishield indiana são 4120Z001, 4120Z002 e 4120Z003. A segunda é através do certificado de vacinação, que pode ser obtido através do aplicativo Conecte SUS (confira o passo a passo para obter o seu). Uma vez inseridos os dados, aparecerá “Covishield” no campo “Vacina”. A vacina Astrazeneca produzida no Brasil é discriminada no certificado de vacinação como “Covishield Fiocruz” e, como já dito, por ora o imunizante não está contemplado no esquema do passaporte de vacinação do bloco europeu. Mas há países que, individualmente, já autorizam: França, Suíça e Alemanha anunciaram que aceitam pessoas vacinadas com a Covishield/Fiocruz.

A carteira de vacinação, documento em papel concedido no dia da imunização, pode não diferenciar as versões da Astrazeneca aplicada e por isso é importante checar no aplicativo Conecte SUS. Caso os seus dados não tenham sido inseridos no aplicativo, procure o posto de saúde onde você tomou a vacina e solicite a inclusão.

Outro ponto a se frisar é que até o momento a Coronavac, do Butantan, também não recebeu o aval da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), mesmo que seu uso emergencial já tenha sido aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mesmo assim, países como Espanha, Finlândia, Grécia, Islândia e Suiça já aceitam a vacina do Butantan. Mas o fato de aceitar ou não a vacina não significa que a Europa esteja totalmente aberta para brasileiros em férias. Por isso, consulte a lista de países abertos e a documentação necessária aqui.

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