Imagem Blog Vem pra Nova York Rogéria Vianna é publicitária e vive em Manhattan há mais de 10 anos, onde faz produção executiva para programas de TV como o "Entre Mundos com Pedro Andrade", na CNN. Aqui ela não vai poupar sola de sapato nem MetroCard para provar que Nova York é muito mais do que a Times Square
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Roteiro de 36 horas em Nova York

Um fim de semana está longe de ser o suficiente para conhecer a cidade. Mas se for esse o tempo que você dispõe, dá pra ser feliz – e muito

Por Rogéria Vianna
Atualizado em 14 nov 2022, 11h51 - Publicado em 14 nov 2022, 10h14

Nova York é o tipo de destino que preenche facilmente uma viagem de um mês. Apesar disso, o New York Times publicou uma matéria sugerindo um roteiro de apenas 36 horas na cidade. Minha primeira reação foi de espanto: esse tempo não é o suficiente nem para aprender a andar de metrô. Depois, compreendi que a proposta não é conhecer a cidade, mas viver experiências que só Nova York pode proporcionar em um final de semana. Desafiada pela VT, criei a minha própria versão do roteiro. Pode soltar o cronômetro:

SEXTA-FEIRA

15h30 – Fotografiska

O Fotografiska é um misto de galeria e museu de fotografia, mas não tem exposições permanentes ou obras de arte à venda. Segundo a própria instituição, seu objetivo é apenas inspirar, entreter e criar impacto. De preferência, enquanto você beberica um dos drinks preparados no bar. Até janeiro de 2023, todo o edifício estará tomado pela primeira grande exposição solo do fotógrafo David La Chapelle (as suas principais obras também estão nas páginas do livro La Chapelle Land). Mas, independente do que estiver em cartaz, a construção em si já é uma atração: esse é o lugar que foi cobiçado por Anna Delvey (a impostora russa que fingia ser uma herdeira alemã e inspirou o livro Inventando Anna, posteriormente transformado em série pela Netflix) para ser a sede da sua fundação.

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17h30 – Search and Destroy

Mais do que um brechó, a Search & Destroy é uma autêntica loja de punk rock vintage que resiste na St. Mark’s Place, região lendária no East Village. Ela está em atividade há mais de 25 anos e o nome foi inspirado em uma música da banda The Stooges. A loja é uma profusão de bonecos, manequins, roupas, acessórios, cartazes e tantas outras coisas que dá para passar horas descobrindo coisas por lá. Mesmo que você saia de mãos vazias, vale pela experiência. 

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19h – Tim Ho Wan 

Sim, existe comida estrelada para todos os bolsos. E quem prova é o Tim Ho Wan, um dos restaurantes Michelin mais baratos do mundo, que tem duas unidades em Nova York. Ele é especializado em dim sums, petiscos chineses servidos em pequenas cestas de bambu ou pratos pequenos. As porções custam em torno de US$ 5 e o item mais popular, mundialmente famoso (e meu preferido também), é o BBQ Pork Bun, que é um pãozinho recheado com carne de porco ao molho barbecue. Bom demais. 

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21h – The Back Room

Você precisa passar por portas e escadas suspeitas para chegar ao The Back Room no Lower East Side. Esse speakeasy original da década de 1920 recebeu muitos atores de teatro e cinema dos “Roaring Twenties”, bem como gângsteres famosos da época que usavam o espaço para “reuniões de negócios”. A decoração vintage, as peças de época e a sala secreta atrás da estante dão a impressão de ter feito uma viagem no tempo. E a tradição não para por aí: os coquetéis são servidos em xícaras de chá, do mesmo jeito que as pessoas costumavam beber secretamente durante a Lei Seca. 

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SÁBADO

10h – Devoción (Williamsburg) 

O que não falta em Nova York são cafés, mas poucos são tão charmosos quanto esse. O Devoción tem quatro unidades na cidade (três no Brooklyn e uma em Manhattan) e serve café de altíssima qualidade, vindo diretamente da Colômbia. Sofás de couro e mesas tornam a visita ainda mais confortável, num ambiente pra lá de lindo.

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11h – Bushwick Collective

Bushwick é uma região na área industrial do Brooklyn que vem ganhando fama nos últimos anos devido à cena artística. Entre as suas maiores atrações está o Bushwick Collective, que desde 2012 colore as ruas com uma enorme exibição coletiva de grafites. Os murais, assinados por artistas do mundo todo, ficam expostos por aproximadamente 12 meses antes de serem substituídos por novas intervenções. Para conhecer essas pinturas, pegue a linha L do metrô e desça na estação “Jefferson”, que fica a sete paradas de Manhattan. O ideal é fazer as suas próprias descobertas, mas as ruas de maior concentração de obras são a Jefferson Street e Troutman Streets, entre a Cypress e a Knickerbocker Avenue. A St. Nicholas Avenue e a Gardner Street também são outros dois locais que valem a pena conferir.

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13h30 – Artichoke Pizza (Bushwick)

Esqueça a ideia das borrachudas fatias de um dólar. Se alguém me perguntar qual é a melhor pizza de Nova York, eu respondo sem pestanejar: Artichoke. O nome vem da especialidade da rede, que é a pizza de alcachofra coberta com um espesso creme de queijo. A combinação faz muita gente torcer o nariz, mas vai por mim: é deliciosa! Com fatias enormes, quentes e sempre fresquinhas, essa é uma parada obrigatória para um lanche no meio do dia ou para matar a fome da madrugada. Aliás, esse é um dos poucos lugares onde é possível comer às altas horas – algumas unidades ficam abertas até às 4h. Para comer e se lambuzar, sem cerimônia.

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15h – Strand Books 

Não é difícil passar horas sem perceber dentro da Strand Book Store, cujo slogan é “18 milhas de livros”. Ainda mais se você for apaixonado pela leitura: dos quatro andares da loja, que existe desde 1927, um é inteiramente dedicado aos títulos raros. Ali também é possível vender e comprar livros usados, além de adquirir canecas, sacolas, meias, pins, ímãs e marcadores de página – tudo com um toque de arte – para levar como lembrancinha.

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17h30 – Apotheke

O Apotheke é um cocktail bar para lá de peculiar. A primeira unidade fica no meio de Chinatown, em uma rua repleta de placas orientais. Mas a nossa parada será em seu novo endereço, Nomad. Inspirada nos químicos e farmacêuticos europeus e na influência artística do absinto no século 19 em Paris, o espaço revive a atmosfera Belle Époque. Atrás do balcão, uma prateleira que lembra uma farmácia guarda as bebidas que dão origem a criativos drinks nas mãos de seus experientes mixologistas, que transformam o bar em um verdadeiro laboratório. O menu tem centenas de cocktails especiais e é dividido em categorias como “Saúde e Beleza”, “Relaxantes de Stress”, “Analgésicos”, “Estimulantes” e “Afrodisíacos”. Ou seja, tem remédios para todos os males – principalmente para o tédio. 

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19h – Buvette

No West Village, o Buvette Gastrothèque é um misto de restaurante, bar e café que tem no cardápio alguns clássicos da cozinha francesa, como o cassoulet, a torta de lagosta e o coq au vin. Tudo é delicioso e, para completar, a casa possui uma enorme seleção de vinhos e decoração charmosíssima, inspirada nos cafés franceses. Não faz reservas, mas é uma ótima opção para o fim de noite, pois funciona até 2h da manhã, coisa rara em Nova York.

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20h30 – Arthur’s Tavern

Sabe aquele tipo de bar que a gente vê nos filmes e pensa: “é a cara de Nova York”? O Arthur’s Tavern é um deles e um sucesso no West Village desde que abriu as portas em 1937, pouco após a extinção da Lei Seca. Beber já não era mais contravenção, mas só por charme eles quiseram manter aquele clima de bar clandestino, que segue até hoje. Lá você vai curtir jazz e blues ao vivo da melhor qualidade. Também é conhecido como “Home of the Bird”, já que é o último clube de jazz de Nova York ainda existente que tinha apresentações frequentes da lenda Charlie Parker. Apertadinho, lotado e não aceita cartão. Tem tudo pra você não gostar, mas você vai amar.

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DOMINGO

10h – Abyssinian Church

Os cultos gospel arrastavam milhares de turistas ao Harlem todas as manhãs de domingo. E, independente da sua religião, vale a pena acordar cedo para vivenciar uma das experiências mais tocantes que se pode ter na cidade. Existem várias igrejas que realizam cultos com corais, mas a Abyssinian Church é provavelmente a mais famosa do bairro. Eles recebem os turistas em uma área separada e para isso é preciso chegar no mínimo meia hora antes do início do culto. É lindo ver os membros da igreja chegando elegantemente vestidos com ternos, vestidos e chapéu. E aí, quando a cantoria começa, é só emoção (eu sempre choro). E vale lembrar: como eles mesmos dizem, não se trata de um espetáculo da Broadway, e sim de um culto religioso. Por isso, fotos e vídeos são terminantemente proibidos. Mas garanto que, mesmo sem registro algum, vai ser difícil você esquecer o que viu.

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12h30 – Sylvia’s Restaurant

O Sylvia’s é uma instituição no Harlem desde 1962. Não é à toa que é conhecido como “queen of soul food”. Esbalde-se no Gospel Brunch, com a fartura da comida do Sul ao som de canções gospel ao vivo. Tanto a música quanto a costela ao molho barbecue e o frango frito com waffle vão merecer seus aplausos.

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14h – Conservatory Garden

Depois do brunch, vá caminhar e fazer digestão no Conservatory Garden, uma das áreas mais lindas e pouco conhecidas do Central Park. Ele é o único jardim projetado em todo o parque e ocupa uma área de mais de 24 mil m2. É dividido em três jardins menores, cada um com um estilo distinto: italiano, francês e inglês. Bem diferentes, todos lindos. O Conservatory Garden é um verdadeiro tesouro escondido no parque mais famoso do mundo.

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