Four Seasons Orlando: Como é se hospedar no hotel mais luxuoso da Disney
Piscinas, campo de golfe, restaurante estrelado, recreação e muito conforto para antes e depois dos parques (ou até para quem nem quer saber deles)
Eu já estava contando as horas para dar um tempo de uma Nova York fria para repor os níveis de vitamina D na ensolarada Flórida. O meu destino era Orlando, mas nada de parques temáticos dessa vez, ainda que o meu hotel estivesse a um pulo deles. O meu endereço pelos próximos três dias seria o Four Seasons Resort Orlando, que fica no complexo Disney – mas não é um hotel da Disney. E eu nem precisei ir ao encontro do Mickey, ele que veio a mim. Vem que eu conto essa história.
Logo que desci do carro no Four Seasons Orlando dei de cara com uma fonte de água lindíssima. E bastou passar a porta de entrada para eu quase cair para trás quando topei com a escultura cintilante Fireworks Chandelier, que se tornou a marca registrada do hotel. O opulento lustre, que fica entre duas escadas laterais, é inspirado nos fogos de artifício da Disney e tem mais de 30 mil peças de cristal, um desbunde.
Ainda no saguão, vi o Disney Planning Center, um guichê onde fica um concierge que atende qualquer solicitação referente aos parques da Disney, da compra de ingressos a tours VIP. O hotel também oferece um shuttle gratuito que circula com frequência e leva os hóspedes até os quatro parques – Magic Kingdom, Animal Kingdom, Hollywood Studios e Epcot Center – e ainda permite que os hóspedes entrem 30 minutos antes do público geral, em qualquer dia da semana.
Um senhor quarto
Assim que entrei no quarto, me surpreendi com o tamanho do que seria meu lar pelos próximos dias: os 77m² eram mais que o dobro do meu apartamento em Manhattan e suficientes para acomodar quatro pessoas (diárias a partir de US$ 5,810). A Park View Suite tinha uma sala de estar com sofá-cama, mesa e TV e, o que à primeira vista me pareceu um lavabo, era na verdade um segundo banheiro completo. A decoração sóbria e elegante traz aquela paz necessária depois de um dia repleto de estímulos nos parques.
O quarto tinha uma cama king size, que mais parecia uma nuvem de tão confortável, TV, poltrona, closet e um banheiro imenso com banheira, chuveiro, pia dupla e, a cereja do bolo, uma TV embutida no espelho para assistir o que for enquanto eu me maquiava ou tomava banho.
Gosto de mencionar coisas que podem não fazer diferença para alguns, mas que para mim são itens de primeira necessidade nos hotéis onde me hospedo: ferro de passar roupa, tábua e secador de cabelos.
Outros mimos são o equipamento de som Bose para conectar com o bluetooth do celular, cafeteira Nespresso, amenities Atelier Cologne e até uma lanterna na gaveta da mesa de cabeceira. E menção honrosa para as várias caixinhas de água de tetrapack (xô, plástico) que você vai encontrar em abundância não apenas no quarto, mas em todas áreas do hotel.
O toque final ficou por conta de uma ampla varanda com cadeiras e mesa para quatro pessoas com uma belíssima vista do lago, das piscinas e de toda a vegetação da área externa. Nos andares mais altos, é possível ver a queima de fogos dos parques à noite.
O quarto standard é equipado com uma cama king size e um sofá-cama queen-size, ideal para famílias de quatro pessoas (diárias a partir de US$ 1,200), mas há outras configurações que permitem conectar dois quartos em um único apartamento (com diárias que variam até US$ 7,645), e tem até a Suíte Real de nove quartos com três salas de estar (valores sob consulta).
Uma boquinha e um spa
Depois de devidamente instalada (e de ligar para a minha mãe para mostrar aquele espetáculo de suíte), segui para o meu primeiro almoço no restaurante PB+G (Pool Bar & Grill), que fica à beira do lago e tem uma vista linda do hotel. Ali a pedida são drinks, saladas, sanduíches, tacos e bowls. Bem conveniente para quem está na área das piscinas e não quer entrar no prédio do hotel para comer.
No fim do dia, fui relaxar da viagem no spa, que tem 18 salas de tratamento – cada uma delas batizada com o nome de um pássaro da Flórida – e lá são oferecidos diversos tipos de terapias corporais, faciais e serviços estéticos, todos pagos à parte. Tem até crioterapia, massagens com CBD (canabidiol) e shots de vitalidade intravenosos. Me entreguei a uma massagem com direito à exfoliação corporal e, na sequência, fiz uma terapia vibracional, em que são usadas tigelas tibetanas e outras “percussões” que são posicionadas ao redor do corpo com o intuito de harmonizar as energias (sessões de 50 minutos a partir de US$ 215). Recebi uma taça de prosecco ao final e saí revigorada, pronta para aproveitar os outros ambientes do spa, que são de uso livre para os hóspedes, como a banheira de hidromassagem, a sauna a vapor e o solarium.
Jantar com fogos de artifício
A noite prometia e segui com altas expectativas para o meu primeiro jantar no restaurante Capa, que está localizado no rooftop, no 17º andar. A steakhouse reconhecida com uma estrela Michelin por três anos consecutivos traz no cardápio o melhor da culinária de influência espanhola em um ambiente romântico. As carnes são excelentes, mas os frutos do mar não ficam atrás.
Mas antes que os pratos chegassem à mesa, peguei meu drink, um delicioso mojito com limão e espuma de maracujá, e segui para o terraço. De lá assisti de camarote à queima de fogos do Epcot Center, que acontece toda noite às 21h e, em seguida, a do Magic Kingdom, que acontece às 21h20 (horários sujeitos à alteração de acordo com o calendário da Disney). Voltei à mesa para me deliciar com aquele banquete ibérico e, para melhorar, ainda estava rolando um show de guitarra espanhola, que acontece às quartas e aos sábados.
Pateta e Mickey for breakfast
Depois de uma noite maravilhosamente bem dormida na cama nuvem, meu segundo dia começou animado. O café da manhã no restaurante Ravello era diferente graças ao Good Morning with Goofy and His Pals – traduzindo, com o Pateta e sua turma. Acompanhado de Mickey e Minnie, eles percorrem o restaurante interagindo com os hóspedes, fazendo graça e tirando fotos. É uma experiência mágica para as crianças. O café da manhã com os personagens acontece às quintas, sábados e em algumas terças-feiras (US$ 54 por adulto e US$ 34 por criança).
Em seguida, decidi me aventurar no golfe no Four Seasons Golf and Sports Club Orlando. As sessões são pagas (US$ 48 com os tacos inclusos) e você pode utilizar o campo o dia inteiro, o que permite alternar com outras atividades do hotel durante o dia e voltar quantas vezes quiser. Se desejar ter aulas, basta contratar um instrutor. Na sede do golf club há uma loja com roupas e acessórios, além do restaurante Plancha, com vista para o lago e que serve culinária latino-americana.
Fiz o check-in e, ao descer, meu carrinho já estava pronto com o saco de tacos adequado para mim, um cooler com água gelada e toalhinhas.
Tenho alguma familiaridade com o golfe e fiquei impressionada ao conhecer o belíssimo campo de 18 buracos. Se você manja mais do que eu, saiba que ele é famoso por suas altitudes variadas, vida selvagem abundante e áreas úmidas protegidas. Projetado por Tom Fazio, o campo é do tipo par 71, ou seja, o jogador tem até 71 tacadas para vencer os 18 buracos.
Segui para o driving range, a área onde iniciantes treinam tacadas sem o objetivo de acertar em nenhum buraco, e arremessei uma pá de bolinhas. Foi o que minha habilidade permitiu fazer, mas foi bem divertido – junto com dirigir o carrinho de golfe.
Piscina para refrescar
O calor que imperava me conduziu à piscina. E, antes de eu me jogar em uma das espreguiçadeiras, resolvi explorar o complexo aquático. O Lazy River é uma piscina em um cenário tropical cercado de vegetação e que reproduz um rio calmo, onde adultos e crianças deslizam em boias – ou sem – por toda a sua extensão. Super relaxante.
E já que estamos falando dos pequenos, a Explorer Island é diversão garantida. Trata-se de uma área de 20 mil metros quadrados com dois toboáguas, piscina, parede de escalada além de quadras de vôlei de praia, ping pong, basquete, sala de videogames e muito mais. Em algumas noites há o Dive in Movies, com exibição de filmes no telão instalado na piscina. E os pais podem ter seus momentos de descanso com o programa Kids for All Season, gratuito para crianças de 4 a 12 anos, que passam o dia entretidas por supervisores.
O meu descanso merecido aconteceu na Oasis Pool, uma piscina à beira do lago com borda infinita, ladeada por palmeiras e exclusiva para adultos – um clima de relax total. Ao chegar, os funcionários abrem o guarda-sol, preparam a espreguiçadeira com toalha, trazem uma jarra de água com gelo e toalhinhas úmidas. A piscina é cercada por cabanas brancas, que podem ser alugadas. Você pode pedir drinks e comidas do PB+G, que fica ao lado, e o garçom se encarrega de levar até você. Ali naquele pequeno paraíso a orientação é falar baixo, não mexer no celular e nem tocar música alta. É luxo que fala?
Jantar italiano
Nessa noite, o jantar foi no Ravello, restaurante italiano comandado pelo chef Fabrizio Schenardi. O estabelecimento foi premiado com uma Certificação de Sabor 100% Italiano, que, entre os critérios, avalia o cardápio, ingredientes, carta de vinhos e até mesmo a equipe. A qualidade dos pratos confirma o prestígio: foi lá que comi uma das minhas melhores refeições dos últimos tempos, um irretocável risoto de lagosta.
Yoga para despertar
Último dia. Adoraria ter ficado horas a fio naquela cama maravilhosa, mas levantei cedo para fazer uma aula de yoga no Studio Fitness. No local acontecem diversos tipos de aulas, todas grátis para os hóspedes. O espaço é equipado com tapetes, pesos e, para quem quiser treinar sozinho, há um espelho interativo com um catálogo variado de aulas gravadas. Quem prefere treinar com orientação de um profissional, basta solicitar um personal trainer. Ao lado do Studio Fitness fica a academia completíssima aberta 24 horas e de uso livre. Há também quadras de tênis.
Café no quarto porque sim
Apesar do delicioso buffet de café da manhã no Ravello estar tentador, decidi comer no quarto. Fiz o pedido pelo tablet que fica ao lado da cama, escolhi os itens de acordo com o meu gosto (tipo de leite, de pão e até a marca do adoçante) e agendei o horário de entrega. Aliás, nesse mesmo tablet é possível encontrar todas as informações sobre o hotel.
Meditação 2.0
Minha última atividade foi novamente no spa, uma sessão de Somadome, o último grito em meditação guiada. Sentei dentro de uma cápsula, ganhei um fone e uma luz suave e dita curativa se acendeu na cúpula acima de mim. As batidas binaurais que vinham dos fones usam frequências inaudíveis e ajudam a guiar a mente para estados meditativos mais elevados. Foram 20 minutos (US$ 50) e eu me senti em um filme de ficção científica, adorei.
Antes de me despedir e sair rumo ao aeroporto, fiz um lanche rápido no Lickety Split, um café no piso térreo com opções de sucos naturais, smoothies, lattes, sorvetes e sanduíches. E antes de entrar no carro, fiz a minha derradeira foto no Palm Pathway, uma alameda com imponentes palmeiras-reais que formam um exuberante arco de folhas verdes. Parques de Orlando, vejo vocês numa próxima!
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