Los Roques, no Caribe venezuelano, não é super conhecida. Vou te ajudar a entender: água transparente e quentinha, praias vazias, mergulhos maravilhosos…
De tão linda ganhou o coração de uma pessoa que não gosta muito de praia: eu!
Não é uma viagem super simples, exige um pouco mais de programação que o normal. Mas também não é nenhum bicho de sete cabeças.
Vai um manual explicando tim-tim por tintim como se dar bem por lá.
Pra quem é
• Gente que não faz questão de infra-estrutura.
• Gente que apesar disso gosta de charme, conforto e boas soluções de turismo.
• Gente que odeia resort.
• Gente que ama, adora, venera praia va-zi-a.
• Gente que tem saudades de lugares pé-na-areia que cresceram demais nos últimos anos.
• Gente que não tem crianças ou são acostumados com viagens mais aventureiras.
Quando ir
• Qualquer mês é bom, não é rota de furações.
• Pra quem gosta de lagosta é legal ir na temporada, de novembro a abril.
• Nas festas de fim de ano enche de gente e a metade da graça vai pro saco. Eu evitaria.
Quanto tempo ficar
• Dá pra aproveitar em 4 dias, lógico, mas não aconselho. Os dois primeiros dias são pra desacelerar e entrar no jeito do lugar. Os dois últimos pra se despedir e se conformar que tem mesmo que ir embora.
• Uma semana inteira é perfeito pra enjoar de ver praias, andar muito de barco e justificar as horas investidas no deslocamento.
Organização
• É preciso voar pra Caracas e depois pegar um mini avião que te deixará são e salvo em Gran Roque, a ilha principal, depois de 40 minutos. Os aviões que vão pra lá são, em sua maioria, suspeitíssimos mas o vôo é lindo, vai na fé! Não aconselho reservar direto com as empresas, existem casos de companhias aéreas que sumiram, fecharam ou eram fake mesmo. Melhor é acertar este assunto com a pousada, é um dos motivos pelos quais a escolha da pousada é algo muito importante nesta viagem. Ah! Acima de 10 quilos de bagagem, paga-se pelo excesso. Preferi não sobrecarregar o avião colado com durepoxi e fui com uma mini-mala.
• Os horários de vôos de Los Roques e Caracas não combinam muito bem. O ideal é dormir em Caracas na ida ou na volta, não tem jeito. Na verdade, a Gol tem um vôo que dá pra passar reto por Caracas na volta. Mas, se rolar um tempo ruim e atrapalhar a saída de Los Roques… Ai, ai. É um risco. Pequeno, mas existe. Pra quem tensão pré-volta, como eu, melhor ter um tempinho de manga.
É chato falar mas vou falar: ficar em Caracas não é muito legal. A cidade é feia e perigosa. É bom não pegar táxi e apenas usar o transfer combinado com o hotel. Brasileiros dirão: “Mas eu moro no Brasil, sei me virar”. Você é quem sabe, mas, a dica é que os malandros de lá são chegados em sequestro relâmpago (quase sempre não tão relâmpago) de turistas. Pronto, falei. O turismo de lá reforça a paranoia.
Onde ficar
Los Roques está lotada de hospedagens super baratinhas nas casas das pessoas. Caso seja esta a tua vibe pense que esta escolha vai te obrigar a se virar pra jantar e comprar coisas pra comer nos passeios numa cidade que não é bem abastecida, fora ficar sem guarda sol nas praias que não tem absolutamente nada. Sugiro reservar uma pousadinha com mais estrutura. Veja os benefícios que fazem a diferença:
• Reserva confiável do micro avião.
• Estrutura nos passeios: barco, espreguiçadeira, guarda-sol e espreguiçadeira (instalados na areia!) e um cooler com comidinhas e bebidas geladas.
• Transporte incluso pras ilhas próximas: Nordisqui, Madrisquí e Francisquí (esta tem um restaurante aberto em alguns meses do ano). Sim, é necessário sair de Gran Roque e ir todo dia pras ilhotas onde estão as praias de cartão-postal.
• Ajuda pra organizar escapulidas pra outros lugares mais afastados, juntando pequenos grupos de outras pousadas. Você não vai querer gastar horas de Caribe azul procurando gente pra formar turma ou ficando com medo de não achar um barco livre, vai? Com a pousada certa as coisas simplesmente acontecem porque alguém está cuidando disso. O turismo lá é slow-motion… mas eficiente. Xô estresse, xô ansiedade!
• Um lugar delícia pra voltar de tarde, tomar um chá gelado, um banho quente, jantar e dormir num quarto com ar condicionado.
• Boas sugestões na relação custo-benefício: Guaripete, La Terrazza, Caracol, Villa Caracol, Mediterraneo, Acquamarina e a La Cigala onde fiquei, adorei e voltaria pra repetir os jantares deliciosos de 4 pratos, as velas nas mesas, a decoração bonita e o serviço super legal. Só não vale se incomodar com o barulho dos aviões, fica do lado do aeroporto, não são tantos assim…
Dinheiro
• O trecho São Paulo-Caracas é um daqueles casos em que (ainda) vale a pena queimar milhas, principalmente quando rolam promoções pra vôos pela América Latina. Aproveite estas boiadas.
• É bom levar dólar para tudo. No aeroporto de Caracas rola um assédio de gente querendo te convencer que em Los Roques não tem como trocar. Tem sim e o câmbio costuma ser muito melhor, consulte quanto estiver indo. Leve dólar, troque uns trocos no aeroporto pra não ficar totalmente duro e pagar a taxa de permanência na ilha! O resto troca em Los Roques, no Café Aquarena ou qualquer outro point que estiver trocando bem no dia. De novo, a pousada te ajuda nisso.
• A pousada vai te pedir um sinal e o pagamento do avião adiantado, por Paypal. Perfeito. Pague só isso, o resto deixe pra acertar em dinheiro, eles dão um mega desconto. Combine com eles antes de ir.
• Com exceção da pousada, evite pagar coisas em notas de 100 dólares. Pode acontecer do cara sumir com tua grana, voltar com uma nota falsa e dizer que não tem troco. Lavagem de dinheiro falso. Mas, sem estresse, maioria das vezes o povo é como a gente mesmo: gente boa demais.
• Algo que quase ninguém diz é que tem uma taxa para sair do país, no aeroporto de Caracas. Na época confirme o valor e reserve (em bolivares!), será o último gasto da viagem. Já era, agora vem incluso na passagem!
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