Imagem Blog Além-mar Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, quase dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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Um hotel boutique que é puro charme no Porto

No Torel 1884, a viagem é pautada pelo era dos Descobrimentos - e todo o seu glamour

Por Rachel Verano
Atualizado em 31 jan 2023, 21h11 - Publicado em 27 jan 2023, 14h35

Pão, azeite, manteiga. Cevadinha de cogumelos, tartar de atum e peixe branco, robalo ao molho de Bulhão Pato com amêijoas. Crumble de maçã. 

Prato do restaurante Bartolomeu servido numa panelinha de cobre: grãos de cevadinha com cogumelos e folhas verdes
Cevadinha de cogumelos do Bartolomeu Bistro & Wine: textura aveludada. (Bruno Barata/Reprodução)

O desfile de pequenos pratos e panelinhas, escoltado por um delicioso Monólogo Chardonnay, embalou a tarde chuvosa e fria do domingo antes do Alfa Pendular nos levar de volta a Lisboa entre grandes painéis de plantas tropicais, cadeiras de palhinha e piso de madeira. 

Prato do restaurante Bartolomeu: tartar de atum e peixe branco com biscoitinhos crocantes para acompanhar
Tartar de atum e peixe branco: telhas crocantes. (Bruno Barata/Reprodução)

Eu poderia me demorar a descrever as texturas cremosas e aveludadas da cevadinha, a crocância da telha que acompanhava o tartar ou a delicadeza das fitas finíssimas que desenhavam poeticamente a base do crumble, mas a experiência no Bartolomeu é uma viagem maior. Mais especificamente rumo à África, numa homenagem ao português que descobriu o Cabo da Boa Esperança e o caminho para as Índias.

Prato com uma torta de maçã a receber o molho e uma xícara de café ao fundo
O Gran finale: delicado crumble de maçã. (Bruno Barata/Reprodução)

Com grandes janelas que se debruçam sobre a Mouzinho da Silveira, uma das principais artérias do Porto entre os Aliados e a Ribeira, o Bartolomeu Wine & Bar, capitaneado pelo chef Miguel Neto, é um dos cartões de visita do Torel 1884, um hotel boutique de apenas 12 quartos que enche meus olhos desde que foi inaugurado, em 2019. 

Foto de baixo para cima mostrando a escadaria do hotel Torel 1884, com uma clarabóia no topo
A linda escadaria do hotel. (Bruno Barata/Reprodução)

A escadaria de madeira que serpenteia entre os três andares do imponente palacete do século 19, recheada de plantas exuberantes aqui e ali, habita o meu imaginário desde a primeira vez que a vi numa fotografia. Tardei, mas não falhei.

Vista de cima da escadaria do hotel, com uma mulher subindo os degraus
Outro ângulo da estrela do palacete do século 19. (Bruno Barata/Reprodução)

Com uma decoração pautada pelos descobrimentos portugueses, os quartos se dividem em alusões às Américas, à África e à Ásia, com nomes como Chá, Especiarias, Café, Sedas, Porcelana. 

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detalhe da pia do banheiro do quarto do hotel: cuba e torneiras douradas, espelho e um papel de parede com pássaros exóticos
Detalhe do banheiro do quarto “Pássaros Exóticos”: este papel de parede! (Bruno Barata/Reprodução)

O nosso, Pássaros Exóticos, tinha uma deliciosa banheira numa salinha separada do quarto e um dos papéis de parede mais lindos que já vi no banheiro. Depois fiquei sabendo que os aveludados da decoração seriam uma referência à textura da penugem dos animais.

Quarto de hotel com almofadas sobre a cama, abajures acesos nas mesas de cabeceira e uma mulher de costas abrindo a cortina
Um dos ângulos do quarto e seus “aveludados”. (Bruno Barata/Reprodução)
Uma grande chave na fechadura da porta, com uma mão girando para abrir
Grandes portas pedem grandes chaves. (Bruno Barata/Reprodução)

Além da escadaria recheada de plantas, voltei com outros amores, agora reais. A biblioteca sob a clarabóia, no último andar, onde pode ser servido o drink de boas-vindas (e muitos outros). As portas dos quartos, enormes, herança do palacete residencial e aristocrático que o imóvel já foi em encarnações anteriores – aquelas chaves! O pé direito altíssimo, as janelas grandes. 

Escada com um arco luminoso no topo, onde se vê uma mulher de costas
Escada de acesso à biblioteca no último andar: segredo bem guardado. (Bruno Barata/Reprodução)
Vão de escada protegido por um parapeito de madeira e, ao fundo, estantes recheadas de livros
Vista da biblioteca. (Bruno Barata/Reprodução)
Mulher folheando um livro sentada numa poltrona, com um copo de vinho branco apoiado na mesinha em frente
Um dos cantinhos da biblioteca. (Bruno Barata/Reprodução)

No quesito originalidade, ganha a adega do Bartolomeu Bistro & Wine, curiosamente instalada no antigo cofre do banco que o palacete já foi numa vida mais recente. Importante dizer: os vinhos são a alma do restaurante e a carta privilegia os pequenos produtores portugueses. 

Obra de arte com cabeças de cerâmica penduradas numa parede azul em meio a folhagens verdes
Detalhe da parede de entrada do hotel com obras do artista João Pedro Rodrigues. (Bruno Barata/Reprodução)
Obra de arte com cabeças brancas com chifres de galhos de madeira no corredor de entrada do hotel
As “deusas da natureza” de João Pedro Rodrigues também no corredor de entrada do hotel. (Bruno Barata/Reprodução)

Recentemente eleito pela revista britânica Condé Nast Traveller o melhor hotel do Porto, o Torel 1884 tem ainda 11 apartamentos num predinho histórico da charmosa Rua das Flores, a poucos passos de distância. Mas isso é assunto para o próximo texto!

As diárias no palacete do Torel 1884 custam desde € 182,80. Reserve a sua estadia aqui!

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