Imagem Blog Além-mar Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, quase dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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Sal Poente, em Aveiro: belo restaurante especializado em bacalhau

Esqueça as receitas tradicionais. Aqui o "fiel amigo" ganha receitas inusitadas, impecáveis e deliciosas!

Por Rachel Verano
15 set 2017, 08h18
A fachada do Sal Poente, instalado em um tradicional armazém de sal
A fachada do Sal Poente, instalado em um tradicional armazém de sal (Bruno Barata/Reprodução)

Os primeiros registros da pesca do bacalhau em Portugal datam do século 14, mas foi no 15 que o país tomou gosto pelo peixe – e, desde então, o chamado “fiel amigo” nunca mais abandonou as mesas lusas. Era de Aveiro, uma cidadezinha encantadora a meio caminho entre Coimbra e o Porto (leia mais neste post aqui), que partiam os barcos pesqueiros em direção às águas geladas do Atlântico. E era lá que ele era também seco e salgado, uma tradição que durou séculos.

Uma das mesas do salão moderninho: homenagem ao fiel amigo
Uma das mesas do salão moderninho: homenagem ao fiel amigo (Bruno Barata/Reprodução)

Instalado em um antigo e tradicional armazém de sal, a cozinha do restaurante Salpoente é uma ode ao mais apreciado peixe da Terrinha.

O chef Duarte Eira: homenagem ao bacalhau
O chef Duarte Eira: homenagem ao bacalhau (Bruno Barata/Reprodução)

Das mãos do chef Duarte Eira, “importado” da região de Trás-os-Montes, saem receitas delicadas, suaves e, ao mesmo tempo, harmônicas e surpreendentes.

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O lounge, que sempre recebe exposições temporárias
O lounge, que sempre recebe exposições temporárias (Bruno Barata/Reprodução)

Nas longas horas que passamos em sua companhia, desfilaram pela mesa delícias como o tartar de novilho com alga nori e uma saladinha com salsa de clorofila, para começar…

Tartar envolvido em alga com molho de clorofila: suave e delicado
Tartar envolvido em alga com molho de clorofila: suave e delicado (Bruno Barata/Reprodução)

… e uma impecável açorda de ovas de bacalhau com tenros camarõezinhos, cebolas fritas, azeitona desidratada e uma impecável gema.

A inesquecível açorda de ovas de bacalhau: meu prato preferido do dia
A inesquecível açorda de ovas de bacalhau: meu prato preferido do dia (Bruno Barata/Reprodução)

Encerradas as entradas, o prato principal foi um bacalhau em crosta de farinha negra (casquinha crocante, sequinha e carne macia que se desfazia ao toque), acompanhado de uma vieira dourada, “ar” de bacalhau e molho de curry. Precisar nem precisava, mas vinha também uma panelinha de arroz do mar com gambas, mexilhões e algas.

Bacalhau, vieira, curry: combinação inusitada e saborosa
Bacalhau, vieira, curry: combinação inusitada e saborosa (Bruno Barata/Reprodução)

O grand finale teve como tema o limão: um suspiro recheado com uma tortinha cremosa da fruta, com espuma, sorbet e molho, além de flores e manjericão.

O suspiro devidamente triturado com um martelo e limão por todos os lados: frescor providencial
O suspiro devidamente triturado com um martelo e limão por todos os lados: frescor providencial (Bruno Barata/Reprodução)

A carta de vinhos é extensa e – raridade em Portugal – inclui uma longa seleção de rótulos estrangeiros. Mas os holofotes estão todos voltados para as joias nacionais. É pedir um Douro branco geladinho para acompanhar a orgia e deixar as horas correrem sem medo de ser feliz.

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