Imagem Blog Além-mar Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, mais de dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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Lisboa tem um restaurante chinês que é ‘made in Portugal’

O Tasquinha Dim Sum serve os melhores pratos chineses de Lisboa, em clima despretensioso de boteco; dê um tempo no bolinho de bacalhau para vir aqui

Por Rachel Verano
Atualizado em 6 mar 2020, 14h40 - Publicado em 16 jul 2017, 20h40
Siu Mai, bolinhos de camarão com vieiras: massa sempre fininha e sabores equilibrados
Siu Mai, bolinhos de camarão com vieiras: massa sempre fininha e sabores equilibrados (Bruno Barata/Reprodução)
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O ambiente da Tasquinha Dim Sum, no Mercado de São Bento: Portugal meets China
O ambiente da Tasquinha Dim Sum, no Mercado de São Bento: Portugal meets China (Bruno Barata/Reprodução)

A imigração chinesa na Europa não é nenhuma novidade, mas o fato é que, na minha primeira vida em Lisboa, entre 2005 e 2008, quase não se notava a presença dos orientais por aqui. Quando se comparava com a Espanha então, onde eu ia com frequência, podia-se dizer que era praticamente nula.

Wonton de camarão, carne de porco, gengibre e castanha: China, eu te amo
Wonton de camarão, carne de porco, gengibre e castanha: China, eu te amo (Bruno Barata/Reprodução)

Qual não foi a minha surpresa nesta volta quando me dei conta de que eles estão por todos os lados – e inclusive em maior número dos que os brasileiros e russos quando se trata da concessão do Golden Visa, o visto de investimento em Portugal.

Detalhes do décor: tasca chinesa
Detalhes do décor: tasca chinesa (Bruno Barata/Reprodução)
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O resultado imediato disso foi a proliferação de restaurantes, supermercados e lojas chineses pela cidade. E um vício delicioso em pak choi (a couve chinesa), pimentas, buns e noodles mil, agora disponíveis até nas gôndolas dos maiores supermercados.

Guioza de gambas, caranguejo e porco: misturinha boa
Guioza de gambas, caranguejo e porco: misturinha boa (Bruno Barata/Reprodução)

Já faz muito tempo que o restaurante Mandarim, no Casino do Estoril, é tido como um dos melhores da região de Lisboa. Seu cardápio cantonês é executado com esmero (e cobrado à altura). Mas agora chegou a melhor parte da festa: os chineses delícia, para refeições corriqueiras, estão ai, ao alcance de todos, em todas as regiões da cidade.

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A entrada do Mercado de São Bento: mais um endereço na cena hipster
A entrada do Mercado de São Bento: mais um endereço na cena hipster (Bruno Barata/Reprodução)

Ao que interessa. Todo esse meu blá está aqui por uma única razão: a Tasquinha Dim Sum. Mais precisamente um balcão com não mais que uns seis bancos altos de madeira no último box do Mercado de São Bento, pertinho da Assembleia. Tudo o que sai dali desmancha na boca. Na última vez que estive lá perguntei ao Bernardo, o único funcionário da noite, se ele já tinha servido tanta coisa para apenas três pessoas. Ao que ele respondeu categoricamente: “nunca.” Vou então contar tudo o que provei.

A placa na entrada da tasquinha
A placa na entrada da tasquinha (Bruno Barata/Reprodução)
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Começamos com guiozas cozidos de camarões, caranguejo e carne de porco. Passamos para bolinhas de camarão e porco com gengibre e castanha de água. Seguimos para bolinhos de camarões e vieiras. Depois guiozas novamente, de couve chinesa com shitake. Um bowl de arroz para acompanhar. Molhinho de soja com gengibre e pimenta. Um segundo round com tudo de novo. E os três preferidos para arrematar.

Siu Mai, bolinhos de camarão com vieiras: massa sempre fininha e sabores equilibrados
Guioza com shitake: massa macia, fininha e recheio de sabores equilibrados (Bruno Barata/Reprodução)

Unanimidade: a massa sempre fininha e o recheio saboroso, sem excesso de temperos. A cerveja sempre gelada desce redondo. O clima de boteco fecha com chave de ouro.

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Bernardo e a confissão:
Bernardo e a confissão: “nunca servi tanta comida para tão pouca gente” (gargalhada) (Bruno Barata/Reprodução)

Não espere comida gourmet nem nada muito requintado. Minha paixão pela Tasquinha é o conjunto das coisas: o ar despretensioso, o astral Portugal meets China, a informalidade e, claro, as delícias cozidas e ao vapor que vão aterrissando em cestinhas de madeira na nossa frente. Tudo isso por um preço pra lá de convidativo (gasta-se de € 10 a € 15, no máximo, por pessoa, com bebidas).

O cardápio da Tasquinha Dim Sum: as melhores opções são as cozidas e no vapor
O cardápio da Tasquinha Dim Sum: as melhores opções são as cozidas e no vapor (Bruno Barata/Reprodução)
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Nota de rodapé: preciso dizer que a Tasquinha Dim Sum não é de chineses. A dona e cozinheira é portuguesa, mas aprendeu a arte com mestres. De toda forma, é inegável associar o sucesso deste lugar tão improvável à cena chinesa na cidade, que eu simplesmente adoro.

 

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