Além-mar

Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, mais de dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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Ilha da Madeira: Portugal de alma (quase) tropical!

Pequeno dossiê para explorar o que este pedaço de terra a 1.000km do continente europeu tem de mais especial

Por Rachel Verano
Atualizado em 18 out 2021, 23h58 - Publicado em 17 jun 2021, 22h20
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Passeio de barco na Fajã do Cabo Girão: águas transparentes (Bruno Barata/Reprodução)

Um pedaço de terra no meio do Atlântico, coberto por uma verdejante floresta endêmica declarada Patrimônio da Humanidade, cercado de águas transparentes – e sensivelmente mais quentes do que no continente – e com um clima sempre ameno (temperaturas na faixa dos 20ºC, seja verão ou inverno). A Ilha da Madeira há muito é o playground da Europa, exílio de seres sedentos de um lugar ao sol (literalmente) o ano todo. Quem ainda a associa aos clichês Festa da Flor, festejos de Carnaval, queima de fogos do réveillon e passeio nos carros de cesto, tão exauridos pelos folhetos turísticos, vai se surpreender com paisagens surreais, centenas de quilômetros de trilhas, restaurantes excelentes e um dos povos mais simpáticos e hospitaleiros da Europa. 

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Passeio pela floresta laurissilva: patrimônio da humanidade desde 1999 (Bruno Barata/Reprodução)

Recentemente, a ilha tem se transformado num destino queridinho de jovens de todo o mundo, ávidos pelos mergulhos na natureza intocada e pela estrutura impecável que vem nascendo como apoio ao trabalho remoto (alô, nômades digitais!). Precisei voltar à Madeira 15 anos depois da minha estreia no arquipélago para vencer a imagem que tinha se fixado no meu mais profundo ser: a de destino exclusivo de passageiros de cruzeiros e de viajantes seniores do Norte da Europa. O cenário é hoje um tanto mais eclético, variado e divertido.

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Stand up paddle na Ponta do Sol: mergulho na natureza (Bruno Barata/Reprodução)

Para começar a entender a Madeira, primeiro é preciso dissociar ilha de… praia. Pois é. A Ilha da Madeira não tem praia de areia – ou pelo menos não natural (há duas artificiais, criadas com areia levada do Marrocos: a da Calheta e a do Machico). O resto é praia escura, de pedra, ou simples escadinhas de acesso ao mar. Ou seja: ir à praia não é exatamente um programaço na Madeira (fato que as piscinas incríveis dos melhores hotéis equilibram com louvor). Pronto, com as expectativas no lugar certo, já dá para começar a planejar a viagem e focar no que realmente interessa.

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A beira-mar escarpada da Madeira: origem vulcânica (Bruno Barata/Reprodução)
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Tamanho não é documento

A Ilha da Madeira é a maior ilha do Arquipélago da Madeira (do qual fazem parte as Ilhas Desertas e Selvagens, inabitadas, e Porto Santo). Apesar de ter apenas 57 quilômetros de comprimento e 22 de largura, é um universo de sobes e desces, montanhas, picos e vales profundos, o que faz com que os deslocamentos sejam lentos e sinuosos (além de invariavelmente lindos). A diversidade da paisagem é digna de um país. Vinhedos que desafiam as leis da gravidade ao lado de bananeiras, ao lado de plantas exóticas trazidas dos quatro cantos, ao lado da densa e verdejante floresta laurissilva, recheada de espécies endêmicas, declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1999. Cachoeiras? Tem. Enseadas vulcânicas? Também. Falésias íngremes que despencam milhares de metros rumo a um terreno cultivado láááá embaixo, à beira-mar, onde só se chega de barco ou de teleférico? Ã-hã. E também vales profundos, pequenas vilas cheias de charme e uma rica vida marinha que faz a festa em passeios de barco, frequentemente brindados com a companhia de golfinhos e baleias.

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Golfinho-pintado-do-atlântico: acrobacia de presente durante o passeio de barco (Bruno Barata/Reprodução)

GPS

Distante cerca de 700 quilômetros da costa da África e quase 1.000 da Europa, o Arquipélago da Madeira faz parte da chamada Macaronésia, que compreende ainda os arquipélagos dos Açores, Cabo Verde e Canárias. O principal ponto de chegada é o aeroporto de Funchal, a capital da Ilha da Madeira. Os pousos e decolagens aqui fazem parte da categoria “com emoção”: a pista é um imenso viaduto sobre o mar sustentado por quase 200 colunas a 60 metros de altura. O voo, a partir de Lisboa, dura cerca de 1h30; do Porto, cerca de 2 horas. Há ainda voos regulares a partir de dezenas de destinos europeus, entre eles Madri, Paris e Londres.

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Funchal ao entardecer: a capital da ilha é também a maior cidade, concentrando 45% da população da ilha (Bruno Barata/Reprodução)
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Nascer do sol no Pico do Arieiro: acima das nuvens (Bruno Barata/Reprodução)
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Primavera o ano todo (e todas as estações do ano num dia só)

O clima é um dos principais atrativos da Ilha da Madeira. A média anual das temperaturas fica na casa dos 20ºC – no verão sobe para os 25ºC, no inverno desce para os 17ºC. Isso faz com que a ilha seja agradável o ano todo, inclusive com as águas do mar sensivelmente mais quentes do que em Portugal continental (média de 22ºC no verão e 18ºC no inverno – isso significa que dá para entrar sem paralisia ou gangrena). Mas as características geográficas da ilha fazem com que a estabilidade não seja exatamente o seu ponto forte. É possível sair do Funchal de manhã sob um sol senegalês, passar por um inverno polar no topo das montanhas do centro e chegar sob chuva na costa norte. Tudo isso em um espaço de menos de uma hora. Para não perder o passeio, consultar as webcams espalhadas pela ilha, com imagens em tempo real, é providencial – elas estão no portal Netmadeira.   

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Passeio em 4X4: imprescindível para chegar aos lugares mais remotos (Bruno Barata/Reprodução)

Alugar carro é fundamental?

Para quem quer ter liberdade e tempo para explorar com calma, sim. As distâncias são longas e os melhores passeios envolvem pequenas viagens. É também de carro que se chega aos picos, mirantes e estradinhas mais cênicas (e eles são muitos). Por outro lado, há dezenas de passeios interessantíssimos que podem ser contratados nas agências locais (os de 4X4 estão entre os melhores). A maioria dos hotéis está concentrada no Funchal, onde é mais fácil se virar sem carro. Quem preferir ficar em outras regiões, como nas simpáticas Calheta e Ponta do Sol, pode ter mais dificuldade de se virar sem carro. Atenção: não há UBER na Madeira!

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Lapas: os mariscos que são a cara da Madeira (Bruno Barata/Reprodução)

Não vá embora sem provar…

Lapas. Quanto mais frescas, melhor. E de preferência, só com limão, azeite e sal. O marisco, algo entre o mexilhão e a vieira, é divino e a cara da ilha. O atum local também é maravilhoso. Esqueça o peixe com banana, que os locais revelam ser uma invenção para turistas. Um dos pratos mais famosos é a espetada de carne em pau de louro – a carne chega a desmanchar de tão macia. Entre os produtos típicos que já ganharam status de atração turística estão, além do famoso vinho Madeira (fortificado), o bolo do caco (uma espécie de pão arredondado e achatado, normalmente servido com manteiga de alho), a poncha (uma bebida típica que lembra a caipirinha, à base de aguardente de cana) e as frutas que colorem as bancas do Mercado dos Lavradores, no Funchal – além das nossas velhas conhecidas mangas, pitangas, bananas e maracujás, raridade no continente europeu, tem excentricidades como o ananás-banana, que tem gosto de… ananás com banana. 

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Mercado dos Lavradores: vitrine para as frutas exóticas da ilha (Bruno Barata/Reprodução)

Veja aqui a primeira  e a segunda parte das experiências gastronômicas imperdíveis na Madeira.

4 incursões obrigatórias na natureza

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Trilha na Levada do Rabaçal: natureza categoria uau (Bruno Barata/Reprodução)

Poucos minutos separam o nível do mar de picos que se erguem a mais de 1.800 metros de altura. Vales profundos rasgam montanhas de vegetação densa e úmida. Falésias enormes (incluindo a mais alta da Europa e segunda mais alta do mundo, com exatos 586 metros) guardam a beira-mar de águas de um azul intenso. Cascatas? Se multiplicam na paisagem, inclusive nos lugares mais improváveis. Na praia? Tem, basta ir ao Seixal. No meio de uma estrada? Tem também, nos arredores da Ponta do Sol (com carros passando por baixo e turistas aproveitando a ducha ao mesmo tempo!). Basta colocar o pé numa trilha para começar a escutar o barulhinho de água.

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Golfinhos brincando a poucos metros do barco: imperdível! (Bruno Barata/Reprodução)
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Os 54 quilômetros de comprimento por 23 de largura da Ilha da Madeira, recheados de muito sobe e desce, são um verdadeiro playground para amantes dos passeios pela natureza, que aqui ganham de brinde um Patrimônio Mundial declarado pela UNESCO em 1999 como cenário: a floresta Laurissilva, que cobre cerca de 15 mil hectares da ilha, especialmente nas suas partes mais altas. Mais: acredita-se que cerca de 90% dela é constituída por mata primária. Resultado: a Madeira é terreno fértil para trekking, escalada, canyoning, BTT, rapel… isso sem falar no que se pode fazer no mar – de stand up paddle a surf, de mergulho a passeios de barco para ver de perto golfinhos e baleias. Anote aí: estes quatro passeios devem fazer parte de toda viagem à ilha:   

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Passeio de barco para avistar baleias e golfinhos: tiro certeiro (Bruno Barata/Reprodução)

Avistar baleias e golfinhos

Nada menos do que 28 espécies de golfinhos e baleias frequentam as águas que circundam o arquipélago da Madeira. O melhor: em qualquer época do ano, faça chuva ou faça sol, eles costumam aparecer para fazer a festa pertinho dos barcos (quando isso não acontece, as operadoras costumam oferecer outro passeio de graça). Biólogos a bordo e olheiros bem treinados em terra, os barcos saem em passeios que costumam durar cerca de três horas.

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Parada estratégica na Fajã do Cabo Girão para almoço a bordo: enquanto os golfinhos não aparecem… (Bruno Barata/Reprodução)
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Surpresa: almoço preparado pelo chef Selim Latrous a bordo (Bruno Barata/Reprodução)
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Depois de alguns minutos de navegação, fizemos uma parada estratégica para almoço a poucos metros da Fajã do Cabo Girão e – surpresa! – nosso chef a bordo era ninguém menos que Selim Latrous, o nome por trás do The Wanderer, que viríamos a conhecer poucos dias depois (leia mais sobre a experiência no restaurante dele aqui). Não havíamos chegado à sobremesa quando partimos em retirada tão logo o nosso olheiro avistou um grupo de animais perto dali.

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Golfinhos! Eles apareceram em um grande grupo, brincando com a velocidade do barco (Bruno Barata/Reprodução)
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E mais golfinhos! (Bruno Barata/Reprodução)

Pouco depois fomos acompanhados por longos minutos por um grupo de dezenas de golfinhos pintados do Atlântico, gorduchos que pareciam estar adorando brincar de corrida com o barco, saltando e rodopiado. Imperdível! Os passeios da Vip Dolphins podem ser feitos em iates tipo catamarã e custam desde € 57 por pessoa. É também possível fretar o barco para passeios privados (de € 950 a € 3.500, para até 17 pessoas). 

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Cascata do Risco, o grand finale de uma levada: queda de 100 metros (Bruno Barata/Reprodução)

Percorrer uma levada

Corria o século 16 quando as mentes mais engenhosas da época descobriram uma maneira genial de distribuir a água que brotava nas partes mais altas da ilha, muitas vezes por condensação na floresta, até as zonas mais baixas e secas: construindo uma rede de aquedutos que rasgasse montanhas e vales, desafiando as leis da gravidade.

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Imensidão verde: a Cascata do Risco vista do alto (Bruno Barata/Reprodução)
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O percurso: ótima sinalização (Bruno Barata/Reprodução)

Nasciam assim as levadas, hoje um complexo circuito formado por cerca de 2.500 quilômetros de canais de irrigação que percorrem toda a ilha e escoltam trilhas incríveis dos mais variados níveis de dificuldade. Há percursos que podem demorar dias a serem percorridos, mas a maioria é feita em poucas horas e são passeios perfeitos para excursões de meio dia.

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Detalhe de uma levada: aquedutos que formam um complexo sistema de irrigação por toda a ilha (Bruno Barata/Reprodução)

Escolhemos como ponto de partida para uma trilha de nível fácil o Rabaçal, com acesso pela Estrada Regional 110. A caminhada, feita a uma altitude média de 1.000 metros, nos brinda com lindos trechos de floresta Laurissilva e tem como highlight a Cascata do Risco, um curso d’água que despenca cerca de 100 metros na rocha, formando um longo traço branco (daí o nome!). A Adventure Kingdom organiza alguns dos melhores passeios pela natureza da ilha, por valores desde € 27 por pessoa.

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Passeio de jipe: a melhor maneira de chegar nos cantos mais intocados da Madeira (Bruno Barata/Reprodução)

Fazer um Jeep Tour

A geografia da Madeira é um constante desafio aos deslocamentos e há trechos que só mesmo um 4X4 consegue vencer, descortinando cenários ainda mais surpreendentes e chegando em lugares pouco frequentados (vez ou outra, com uma dose extra de adrenalina).

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Amanhecer fora de estrada: há caminhos que só os 4X4 conseguem percorrer (Bruno Barata/Reprodução)
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Flor típica da Madeira: parte do cenário (Bruno Barata/Reprodução)

O destino podem ser levadas de acesso mais difícil, estradas históricas, vilas plantadas em vales profundos ou os pontos mais altos da ilha – no nosso caso, um espetacular nascer do sol acima das nuvens no Pico do Areeiro, a exatos 1.818 metros de altitude, por caminhos alternativos onde não havia mais ninguém, seguido por percursos desafiadores até o Curral das Freiras em meio à floresta densa, com uma paisagem beirando o surreal. Quem leva: Madeira True Spirit.

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O teleférico que leva à Fajã dos Padres: 300 metros de descida quase na vertical, vencidos em dois minutos e meio (Bruno Barata/Reprodução)

Visitar uma fajã

Fajã, você vai descobrir nos primeiros minutos na Madeira, é um pequeno terreno agrícola espremido entre o mar e a falésia. A mais famosa delas é a Fajã dos Padres, banhada por águas cristalinas. Os dois minutos e meio dentro da cabine do teleférico vencem cerca de 300 metros quase na vertical e dão a sensação de estarmos voando. Só se chega lá assim: de teleférico (€ 10; a estação fica a 10 quilômetros de distância do Funchal) ou de barco.

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Vista da Fajã dos Padres: bons mergulhos (Bruno Barata/Reprodução)
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Água com temperatura friendly e transparente (Bruno Barata/Reprodução)

Uma vez lá embaixo, caminha-se entre bananeiras, abacateiros e mangueiras até chegar à beira-mar: uma prainha de pedras com um pequeno cais que avança mar adentro e faz as vezes de deck para espreguiçadeiras e cangas.

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Grande finale à beira-mar: lapas, peixe e um vinho para acompanhar (Bruno Barata/Reprodução)

Um vinho branco gelado é a melhor companhia para as lapas e o atum servidos no restaurante local. Depois é só tomar o rumo de casa falésia acima (no meu caso, de olhos bem fechados para não morrer do coração).

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