A brisa daquela manhã de outono soprava fresca no rosto e as águas do Douro faziam companhia num silêncio só quebrado pelo alvoroço das gaivotas. Na outra margem, o casario colorido do Porto deslizava rumo às águas gélidas do Atlântico. De repente o caminho ficou estreito, a rua larga virou ruela e uma placa anunciou: Reserva Natural Local do Estuário do Douro.
O passeio despretensioso e sem rumo de bicicleta se transformou então numa das melhores lembranças de um final de semana que já somava jantares incríveis, ótimos brindes, a descoberta de um novo restaurante de um grande chef e duas das mais hipnotizantes massagens que já fiz na vida.
O motivo? Um sem fim de praias de ares selvagens completamente vazias. A força do mar batendo nas pedras e um cheiro intenso de maresia. A sensação de teletransporte para um mundo completamente inesperado. O calorzinho que veio quando o sol saiu. E a mesma brisa fresca incessante no rosto. Tudo isso a poucos minutos do nosso hotel, o The Rebello, de onde faríamos o check-out logo em seguida. Que grand finale.
Não é sem razão que o The Rebello disponibiliza bicicletas elétricas ultra confortáveis para os hóspedes passearem pelos arredores. Mas isso é só mais um dos muitos detalhes que eu fui colecionando ao longo dos três dias de hospedagem: a kombucha da marca que eu mais amo e uma lista de delícias portuguesas de presente no frigobar; as varandas debruçadas sobre o rio Douro; os assentos estrategicamente posicionados nas janelas para apreciar a vista sem pressa; a vista!
A Ponte D. Luís I, o Miradouro da Serra do Pilar e as casinhas coloridas nas margens do rio eram o meu despertador diário. Sem que eu precisasse me levantar, a paisagem invadia o quarto, com o vai e vem dos barcos rabelo de brinde. E a manhã seguia com pain au chocolat, panquecas feitas na hora, iogurtes e frutas num “pequeno almoço” que podia durar horas.
Se do lado de fora as caves de vinho do Porto de Gaia, as exposições em Serralves e a agitação da Ribeira do Porto eram um apelo constante, do lado de dentro os interesses giravam em torno das criações do chef André Coutinho no restaurante pot&pan, especializado em receitas portuguesas de apresentação moderninha; dos drinks do rooftop Bello (que certamente estará mais agradável ao ar livre nos meses de verão); ou das massagens do spa, que terminavam invariavelmente com um mergulho nas águas mornas do tranquility water lounge.
Nos últimos anos, Vila Nova de Gaia ganhou uma bela leva de novos hotéis, restaurantes e atrações e se transformou numa bela opção de hospedagem para quem quer curtir o Porto do outro lado do rio, com mais calma e as melhores vistas. Sempre lembrando que a Ribeira está logo ali, do outro lado da ponte (com faixa para pedestres!), onde se chega a poucos minutos a pé.
Anote aí: o The Rebello tem 103 quartos que vão de 37 a 195 metros quadrados, todos equipados com cozinha e decorados com peças de design e arte portuguesa. Diárias desde € 250.