Ele fica numa sobreloja de um edifício sem graça nenhuma, divide a esplanada ao ar livre com casas de menu para inglês ver, quase nunca responde a uma chamada telefônica e, ainda assim, é, há anos, provavelmente o restaurante mais concorrido – e querido – do Algarve.
Esqueça as constelações Michelin que pipocam aqui e ali no extremo sul português. O Restaurante Noélia (que já se chamou Noélia & Jerónimo) é onde os grandes chefs destas casas chiques vêm comer. Um endereço simples mas de comida impecável, preparada sob o comando da própria Noélia, onde nada que não for extremamente fresco tem vez.
Depois de insistir algumas vezes ao telefone, foi a própria Noélia quem atendeu e jogou o balde de água fria. Reserva para jantar? Nem pensar, só há vaga para depois do verão. O jeito foi, então, arriscar naquela sexta-feira de julho. Tiramos a sorte grande: foi chegar e sentar, para então assistir o restaurante lotar e as longas filas se formarem na porta. Sorte de principiante.
Começamos o jantar com uma surpreendente e reconfortante canja de amêijoas (€ 16, para duas pessoas), que chega à mesa na própria panela. Na sequência, escolhemos duas especialidades da casa: as pataniscas de polvo com arroz de coentros (€ 13), que infelizmente estavam com um pouquinho de gordura a mais, e o atum braseado com arroz de gengibre e manga (€ 18), recomendado pela própria cozinheira. Delicioso.
Para acompanhar, a casa tem uma carta de vinhos portugueses de fazer inveja a muito restaurante bacana, com rótulos como Barca Velha, Poeira – Ímpar e o espumante Ninfa Platinum Milésime.
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