Achados trendy em Lisboa, pela jornalista de moda Adriana Bechara
Quadros, suéteres, capas de chuva... O que entrou no radar da brasileira que trocou São Paulo pela capital portuguesa no ano passado
Adriana Bechara é jornalista com vasta carreira no mundo da moda. De jornais cariocas como JB e O Dia a títulos internacionais no Brasil como Elle, Vogue e Glamour (onde trabalhamos juntas durante alguns meses!), ela já passou por todos. Mais que satisfeita com o próprio currículo, decidiu abrir novas frentes na Terrinha. Pretende empreender e se envolver no ramo da hospitalidade, mas seu radar fashion continua quente. Quer ver sua seleção de achados?
Antes, porém, uma pequena advertência:
“Atenção: Lisboa não é Paris e tem muito mais bossa no quesito lifestyle do que propriamente moda. O que não quer dizer absolutamente que não tenha ótimos e estilosos itens menos óbvios que vinhos e latinhas de sardinha pra levar pra casa.”
Vamos a eles!
Capas de chuva da Insane in the Rain no Boutik
Nada pode ser mais trendy e atual que uma marca sustentável. Se for e ainda tiver o tempero de irreverência e humor que a Insane in the Rain tem, é chuva de likes no seu, no meu, no nosso feed de cada dia. Pois bem: a marca se utiliza de um tecido chamado RPET, feito de plástico reciclado, e cada capa é feita com cerca de 20 garrafas recicladas, o que já nos dá uma sensação imediata de consumo consciente. Para completar, as estampas são divertidas, instagramáveis, felizes. Eles têm tudo online, mas, se estiver em Lisboa, você pode encontrá-las no Boutik, um mix de loja, café e point dos surfistas descolados na cidade. Tome um suco detox e faça suas compras de corpo e alma plenos.
Suéteres da La Paz na A Vida Portuguesa
A marca mais cool de Portugal não é feminina muito menos fashionista. Ainda bem. Tudo isso é “so last season”. A La Paz é do Porto, masculina e inspirada no Atlântico. As peças são atemporais e ao mesmo tempo geram desejo pelos detalhes. Amo os suéteres, especialmente os listrados de plush, por € 100 cada no site. Claro que caem como uma luva para as mulheres também. Caso só vá à Lisboa, aproveite essa ótima desculpa para conhecer a loja da Vida Portuguesa no Largo do Intendente, e faça a sua própria seleção de produtos made in Portugal com essa cereja no bolo de uma peça da La Paz.
Os quadros da Karina Krumina na Apaixonarte
Madragoa, em Santos, é uma região lotada de pequenos cafés e lojas charmosas. Eu amo passear por ali e descobrir segredinhos locais como este que vos conto agora. A Apaixonarte é uma loja de arte, design e otras cositas, que tem sob a sua curadoria o sensacional trabalho de Karina Krumina, aka @dressedfur no instagram. Ela desenha casais com cabeças de bichos e corpos humanos no maior style. A quantidade de humor e sacação por centímetro quadrado de cada quadro já valem mais que os € 18 cobrados no site. São pequenos e não vão pesar na mala.
Pop Closet por Antonio Castelo Branco
Não espere consumir em lojas de grife por aqui. Elas até existem, mas os melhores produtos com certeza foram desviado para flagships e lojas-conceito como a Corso Como 10 de Milão. Dito isto, relaxe e experimente peças de segunda mão dos fashionistas locais na esperta Pop Closet. No comando está António Castelo Branco que também decidiu dar um quit nos seus dias de diretor de moda (mais recentemente na GQ Brasil) por São Paulo, Lisboa e Nova York. Seu olhar apurado distingue o excepcional do ordinário e os preços, claro, também são melhores. Lembrando mais uma vez que o consumo consciente é muito mais que uma tendência, eleja o seu item Marc Jacobs (só porque os anos 90 continuam em alta) da hora e vá jantar no novo restaurante do Avillez, ali do lado. Fica na Calçada do Sacramento, 48, no Chiado.
Os chás da Cia. Portugueza do Chá
Ainda ali na Madragoa, fica no número 105 da Rua Poço dos Negros a loja mais linda de todas. Abriu em 2014 mas faz pensar que foi no século 18. Tudo porque o dono, o argentino Sebastian Filgueiras, entendeu na riqueza do passado do país uma chancela comercial para vender chás com história. Inspirado em Catarina de Bragança, conhecida como a “Tea drinking queen”, encomendou um perfil chinês dela, no mesmo estilo dos camafeus, e estampou nos saquinhos. A loja toda é uma sedução oriental-potuguesa de estilo, uma experiência de consumo memorável na cidade. Além de chás maravilhosos com ingredientes portugueses, está aqui um souvenir de aguar os olhos e não só a boca. Detalhe: são tímidos online, mas têm perfil no insta: @companhiaportuguezadocha.
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