Imagem Blog Olha o mundo, filho! Ana Claudia Crispim achou que Cinquenta Tons de Cinza definiria a segunda metade da sua vida, mas hoje tem na cabeceira um exemplar de Criando Meninos – o que não quer dizer que tenha desistido de encontrar um Christian Grey. Aqui, ela escreve cartas sobre os seus lugares favoritos do mundo para o pequeno Nando.
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Um dia inesquecível no charmoso Scheunenviertel, em Berlim

Ruas silenciosas, becos escondidos, passagens quase secretas, galerias de arte e cafés charmosinhos para frequentar sem pressa

Por Ana Claudia Crispim
Atualizado em 12 fev 2022, 10h29 - Publicado em 10 fev 2022, 18h31
Rua do bairro de Scheunenviertel em Berlim com pessoas pedalando, carros estacionados e arquitetura da Berlim oriental.
O climinha de paz e lindeza nas ruas de Scheunenviertel (Ana Crispim/Arquivo pessoal)

Filho, hoje vou te levar em um passeio por um dos meus cantinhos preferidos da minha cidade do coração, Berlim. É um pedacinho do Scheunenviertel, o bairro judeu na Segunda Guerra e um pedacinho da antiga Berlim Oriental.

Comece descendo na estação de metrô U Weinmeister Straße e entre à sua esquerda na Rosenthaler Straße. Ali tem umas faixas no chão e é para onde às vezes minha cabeça vai. Foi nesse trecho nada especial que quando pisei eu pensei: “estou em casa!”.

Suba a rua sem ser atropelado por uma bicicleta, heim! Quando chegar no número 39, tem o Café Cinema e, ao lado, um beco. É ali mesmo, uma das entradas mais xexelentas e legais (com grafites, luzinhas e bandeirinhas penduradas) do Hackescher Höfe, um conjunto de prédios interligados por 8 pátios internos, chamados de höfe. Descubra os pátios, admire a arquitetura, as lojas, cafés e imagine-se morando num daqueles cantinhos com vegetação subindo pelas paredes.

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Beco grafitado em Berlim
Um beco improvável, uma porta para o encantado mundo das höfes! (Ana Crispim/Arquivo pessoal)
Arquitetura azul do Hackescher Höfe em Berlim
Hackescher Höfe, um conjunto de pátios, lojas, cafés e escritórios. É pra se perder gostoso! (Ana Crispim/Arquivo pessoal)

Tomara que você encontre uma saída para a Sophie Straße! Se sim, saia à esquerda e vá até a August Straße. No número 58 sugiro uma pausa no The Barn, uma cafeteria pequenininha, um tipo de laboratório do café. Se der, sente em frente a janela e gaste um tempo olhando a vida passar.

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Mosaico com duas fotos: prédio com vegetação na parede e bicilcleta na entrada de um höfe.
A vida mansa e o entra e sai das Höfe. (Ana Crispim/Arquivo pessoal)
Trio de imagens mostrando cenas cotidianas no Tha Barn café
The Barn, a fantástica fábrica de cafés gostosinhos (Ana Crispim/Arquivo pessoal)

Com cafeína nas veias, continue na mesma rua no trecho mais charmoso desta região. Aproveite o climinha, as galerias, as fachadas com letreiros em hebraico. No número 28 está a livraria Do You Read Me, um paraíso de publicações de arte, design, gastronomia, moda e fotografia. Logo ali, no 24/25 fica a Clärchens Ballhaus, uma mistura de casa noturna, restaurante e salão de baile, uma lindeza. No número 69 está o Café Bravo, um oásis envidraçado e arborizado dentro do KW Institute for Contemporary Art

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Em sentido horário: o pátio do Clärchens Ballhaus, placa anunciando aula de tango e fachada na August Straße.
O pátio do Clärchens Ballhaus, placa anunciando aula de tango e mais uma fachada fofa na August Straße. (Ana Crispim/Arquivo pessoal)
Café Bravo, placas em hebraico e fachada do Do You Red Me.
O Café Bravo, aquela paradinha perfeita. Placas em hebraico e a fachada da livraria Do You Red Me. (Ana Crispim/Arquivo pessoal)

Por fim, no 11-13 está a House of Small Wonder, que é um café que não conheço, mas quero muito que você vá, todo trabalhado na influência japonesa. Tenho um fetiche: tirar uma foto na sua escada instagramável. Você sabe o que é instagramável aí no futuro?

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Escada em caracol do café House of Small Wonder. A decoração tem papel de parede estampado de folhas e há vegetação em todo o ambiente
Eu quero uma foto na escada mais sensual de Berlim. (Ana Crispim/Arquivo pessoal)

Ah! Ensaiei pra falar uma coisa de cortar o coração, mas vamos lá. Há placas de metal nas calçadas do bairro, são obras do artista Gunter Demnig. Nelas estão gravados nomes dos ex-moradores das casas, datas de nascimento e morte e para qual campo de concentração foram levados… Viajar exige da gente desejar que alguns episódios jamais se repitam.

Te amo, mocinho. Aproveite.

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[Leia mais sobre viagens y otras cositas da vida de uma mãe 360º no meu Instagram @rivotrip.oficial]

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