Si, si, craro, diria Didi Mocó: é legal viajar pelo mundo, mas também é batuta conhecer o nosso quintal. Ora, tem alguns lugares logo ali que agradam e não fazem a gente gastar tanto, surpreendem que é uma beleza.
Caso de Bueno Brandão, no sul de Minas Gerais, bem na divisa com este estado bandeirante, dá umas 3 horas (ou 168 quilômetros) de São Paulo. Reuni algumas dicas para curtir o essencial de BB, a terra das cachoeiras.
COMO CHEGAR
Há dois jeitos saindo da capital paulista, o primeiro mais longo e seguro, o segundo mais legal:
a) Bandeirantes até Campinas, depois SP-340 até o trevo de Mogi Mirim, aí SP-147 até Lindoia, depois SP-360 até o trevo de Ouro Fino, aí vá até Inconfidentes e entre para Bueno Brandão;
b) Fernão Dias até Bragança Paulista, depois BR-146 até Socorro, aí vem o pior trecho, o da Rodovia José Vicente Lomônico até Bueno Brandão. Acho este mais esquema, até porque a Fernão Dias tem o pedágio mais barato do Brasil.
HISTÓRIA
Com cerca de 10 mil habitantes, a pequena cidade onde é moleza se achar já se chamou Bom Jesus do Ribeirão das Antas, Bom Jesus da Pedra Fria e Campo Místico. Aí homenagearam, em puro corporativismo político, Júlio Bueno Brandão, governador mineiro na República Velha.
PASSEIOS
Há quem pague caro pelos hedonistas queijos franceses e italianos nos empórios das grandes cidades. Bûchette, fontina, reblochon, stracchino e outros são produzidos no Laticínio Serra das Antas, pela metade do preço que a gente acha costumeiramente.
Estão aí para provar camembert, Saint-Marcellie, chèvre a l’huile… É legal ir com crianças, que podem admirar as cabrinhas que fornecem a commodity para os queijos. Ao lado, a Chocolates Andréia também vende compotas.
Outro barato é visitar produtores de café: tem o Sítio Bela Vista, que produz os cafés Ouro Minas e Cafundó de Minas, e o Sítio Santa Rita, que produz o Café Campo Místico, com visitas guiadas aos sábados, basta agendar.
Minas Gerais, óbvio, remete às cachaças. Bons alambiques são o famoso Bueno Brandão, na estrada pra Socorro, Constâncio e Duminor.
ONDE COMER
Mais econômico e menos saboroso é O Cumpadi, de comida mineira, assim como o Villa Bueno (Praça da Matriz, 46, 35/3463-2162), vizinho à igreja. Depois, o Café com Mistura é legal para provar uma dose de coador com petit gateau e tudo que é bolo. Outra opção pós-almoço/jantar é o Galpão Mineiro, que também vende artesanato e produtos locais.
CACHOEIRAS
Há 65 cachoeiras, a maioria com acesso pela Estrada para Munhoz. Trinta estão catalogadas, mas somente sete são sinalizadas e acessíveis com segurança sem um guia. Com 30 metros metros de altura, a Dos Luís reúne duas quedas paralelas contornadas por vegetação que formam pequenos poços para banho. O acesso é por trilha fácil e há restaurante na área.
Outros passeios memoráveis são a Trilha da Pedra Fria, o Mirante da Pedra do Amor e o Vale das Furnas, onde o pôr do sol cativa.
Receptivo firmeza para conduzir a esses e outros tantos passeios/aventuras é a Buenaventura. Se preferir, ligue para o Centro de Apoio ao Turista (35/3463-2384).
EVENTOS
Além do Carnaval, o que pega é o Arraiá do Zé Bagunça, no início de julho na Praça Virgílio de Melo Franco. Dura quatro dias. Começou em 1982. Seu José Coutinho, o “Zé Bagunça”, recebeu uma graça e montou uma festança em sua rua com grupo de congado, quentão, bolo de fubá, pipoca, pinhão… O tempo passou, a festa caiu no gosto da galera e cresceu tanto que foi incorporada ao calendário da cidade.
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