A origem da palavra salada é bastante antiga. Ela seria derivada do termo latino “herba salata”, que os antigos romanos (em torno de 600 a.C) usavam para nomear a forma como consumiam vegetais crus, ou seja, apenas temperados com água e sal. Com os italianos, o prato ganhou o nome de insalata (salgada, em tradução livre). Denominação que é muito parecida em outros idiomas: salade (francês), salad (inglês), ensalada (espanhol) e salada (português).
Também não muda muito o lugar reservado a esse preparo na refeição: em geral, é ele que dá início à sequência de pratos que compõem o almoço ou o jantar.
Entretanto, há saladas que podem valer como uma refeição inteira. Afinal, trata-se de um dos preparos mais versáteis. Com criatividade na seleção dos ingredientes é possível produzir combinações substanciosas que saciam, especialmente quando a intenção é uma refeição mais leve.
No universo gastronômico de São Paulo não faltam boas opções que fogem do lugar comum do mix de folhas.
Para comprovar, preparamos uma seleção de nove restaurantes que apresentam receitas elaboradas e saborosas de saladas que valem uma refeição: Aiô, a bela Sintra, Camélia Òdòdó, Green Kitchen, Kouzina, Manduque, Manioca, Osso e Parador (esse último, aliás, com um bônus: o edifício tombado Renata Sampaio Ferreira onde está instalado).
Saiba mais a seguir sobre as deliciosas saladas que eles oferecem.
Aiô
Rua Áurea, 307 – Vila Mariana – (11) 5083-4778 – Instagram: @aiorestaurante
Do mesmo dono do concorrido Mapu Baos e Comidinhas (terceiro colocado na categoria o melhor de refeições rápidas no guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023), o Aiô é um asiático que busca inspiração na culinária de Taiwan para compor seu menu.
Uma das delícias é a salada de tomates da estação (como o momataro, se estiver disponível, de origem japonesa, adocicado e muito saboroso), mais broto de feijão frito, vinagre escuro de Taiwan, óleo picante e garum (não o clássico de vísceras de peixe, mas um fermentado de grão-de-bico em alga kombu).
a bela Sintra
Rua Bela Cintra, 2325 – Jardim Paulista – (11) 3891-0740 / (11) 3891-1090 – Instagram: @restauranteabelasintra
Especializada em receitas de bacalhau à portuguesa, a casa mantém no cardápio uma seção de saladas caprichadas que podem valer por uma refeição, quase sempre combinando carnes e vegetais.
É o caso da salada de pato com verdurinhas, composta pela ave confitada e desfiada, alface-americana, endívia, palitinhos de cenoura cozida, radicchio, rúcula e vagem.
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Camélia Òdòdó
Rua Girassol, 451-B – Vila Madalena – (11) 3815-7987 – Instagram: @camelia_ododo
No restaurante vegetariano da chef e apresentadora Bela Gil, em parceria com o empresário JP Demasi, as saladas, claro, estão em destaque.
Entre as quatro opções do cardápio, vale provar a refazenda 2.0, um colorido bowl lotado de verduras de várias tonalidades. No meio de variedades de alfaces, destacam-se as PANCs azedinha e capuchinha, mais o peixinho da horta empanado no fubá. Tem ainda manga, pitaya e castanha de baru. Para completar, molho de mostarda de Dijon e melado.
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Green Kitchen
Rua Benjamim Egas, 275 – Pinheiros – (11) 4118-9555 – Instagram: @greenkitchenbr
Um dos bons endereços na cidade para os adeptos da culinária plant based, o restaurante é o vice-campeão da categoria vegetariano/vegano do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023.
Para satisfazer como refeição, a vistosa salada de kale fresca (uma variedade de couve) ganha substância com o acréscimo de radicchio, beterraba marinada e assada, cítricos, ricota de amêndoa e tofu mais vinagrete de tangerina. Na finalização, vai dill e sementes de girassol.
Kouzina
Rua Peixoto Gomide, 1710 – Jardim Paulista – (11) 2935-0888 –Instagram: @kouzinamyk
Concorrido restaurante instalado em uma esquina dos Jardins onde se encontra o melhor mussaká da cidade, o prato símbolo da Grécia, espécie de “lasanha” de berinjela, batata, carne e molhos bechamel e de tomate mais parmesão.
Mas quem desejar uma refeição mais levinha não erra se pedir a salada grega, combinação de tomate, pepino, cebola-roxa, pimentões, azeitona preta kalamata e feta dos bons em lascas.
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Manduque
Rua Pedro Cristi, 89 (Mercado Municipal de Pinheiros) – Pinheiros – (11) 91855-4227 – Instagram: @manduque.massas
Embora as massas sejam a especialidade da charmosa trattoria instalada em um box no térreo do Mercado de Pinheiros, vale ir lá de olho na salada.
No caso, a clássica panzanella, cuja versão da Manduque é preparada com cubinhos de pão torrados mais tomates sweet grape, manjericão, cebola-roxa e pepino japonês.
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Manioca
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2232 (Shopping Iguatemi, entrada pela loja NK Store) – Jardim Paulistano – (11) 2924-2333 – Instagram: @manimanioca
Da mesma dona do Maní (terceiro colocado na categoria melhor cozinha de autor do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023), a chef Helena Rizzo, jurada do MasterChef Brasil, o Manioca tem um cardápio variado – que vai de pastelzinho de pupunha com nirá ao PF da casa, com picadinho de filé, arroz integral, farofa, couve, ovo pochê e banana assada.
Mas a salada dez grãos com abóbora, tomate, frango e hortelã salpicada de pipoca crocante de arroz pode dar conta do recado sozinha.
Osso
Rua Bandeira Paulista, 520 – Itaim Bibi – (11) 3167-3816 – Instagram: @ossosaopaulo
A salada faz bonito mesmo no restaurante número 1 na categoria melhor carne do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023.
Nesse caso, estamos falando da deliciosa salada nikkei, um mix de folhas verdes, repolho-roxo, abacate, conserva de rabanete, cenoura crua em fios, tomate-cereja em metades, macarrão bifum crocante e furikake ao molho de shoyu, azeite e limão.
Parador
Rua Araújo, 216 – Centro – Instagram: @parador.renata
Instalado no terceiro andar do edifício Renata Sampaio Ferreira, projetado por Oswaldo Bratke (1907-1997) para uso comercial e recentemente retrofitado para residências temporárias, o Parador fica em um ambiente despojado com teto sem acabamento.
No menu enxuto, destaque para a salada que leva o nome da casa e tem vocação de dois em um. É servida em uma dupla de pratos: um deles acomoda um peito de frango assado e fatiado junto a hortaliças assadas como cenourinhas de cores diferentes, batata-doce e batata; no outro chegam as folhas variadas como alface, radicchio e rúcula com rodelas de rabanete.
Bônus: Edifício Renata Sampaio Ferreira
Rua Araújo, 216 – Centro- Instagram: @renata.edificio
Construído em meados dos anos 1950, o Renata Sampaio Ferreira faz parte de um conjunto de seis edifícios do centro (incluindo o Copan e o antigo Hilton Hotel), que foram tombados pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), em 2012, como representantes da chamada “São Paulo Moderna” por seu grande valor histórico e arquitetônico.
Projetado por Oswaldo Bratke (1907-1997), o edifício é um remanescente valioso da arquitetura moderna paulista. Em suas linhas destacam-se a predominância do concreto aparente e o uso expressivo dos cobogós (elementos vazados) nas fachadas.
A 300 metros do metrô República, o Renata Sampaio Ferreira foi originalmente construído para abrigar escritórios. Mas, recentemente, passou por uma reforma de revitalização para acolher um complexo cultural, gastronômico e residencial.
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