Comer & Beber em São Paulo

Um prato feito com as novidades e os clássicos da gastronomia paulistana. Para quem está de passagem ou moradores de uma vida. É só se servir! Por Arnaldo Lorençato, crítico de restaurantes da VEJA SÃO PAULO.
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Restaurantes em São Paulo onde a salada vale por uma refeição

Onde saborear boas opções que combinam ingredientes de forma criativa e substanciosa

Por Iracy Paulina / Edição: Arnaldo Lorençato
28 fev 2024, 10h25

A origem da palavra salada é bastante antiga. Ela seria derivada do termo latino “herba salata”, que os antigos romanos (em torno de 600 a.C) usavam para nomear a forma como consumiam vegetais crus, ou seja, apenas temperados com água e sal. Com os italianos, o prato ganhou o nome de insalata (salgada, em tradução livre). Denominação que é muito parecida em outros idiomas: salade (francês), salad (inglês), ensalada (espanhol) e salada (português). 

Também não muda muito o lugar reservado a esse preparo na refeição: em geral, é ele que dá início à sequência de pratos que compõem o almoço ou o jantar. 

Entretanto, há saladas que podem valer como uma refeição inteira. Afinal, trata-se de um dos preparos mais versáteis. Com criatividade na seleção dos ingredientes é possível produzir combinações substanciosas que saciam, especialmente quando a intenção é uma refeição mais leve. 

No universo gastronômico de São Paulo não faltam boas opções que fogem do lugar comum do mix de folhas. 

Para comprovar, preparamos uma seleção de nove restaurantes que apresentam receitas elaboradas e saborosas de saladas que valem uma refeição: Aiô, a bela Sintra, Camélia Òdòdó, Green Kitchen, Kouzina, Manduque, Manioca, Osso e Parador (esse último, aliás, com um bônus: o edifício tombado Renata Sampaio Ferreira onde está instalado). 

Saiba mais a seguir sobre as deliciosas saladas que eles oferecem. 

Aiô

Rua Áurea, 307 – Vila Mariana – (11) 5083-4778 – Instagram: @aiorestaurante

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Do mesmo dono do concorrido Mapu Baos e Comidinhas (terceiro colocado na categoria o melhor de refeições rápidas no guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023), o Aiô é um asiático que busca inspiração na culinária de Taiwan para compor seu menu. 

Uma das delícias é a salada de tomates da estação (como o momataro, se estiver disponível, de origem japonesa, adocicado e muito saboroso), mais broto de feijão frito, vinagre escuro de Taiwan, óleo picante e garum (não o clássico de vísceras de peixe, mas um fermentado de grão-de-bico em alga kombu). 

Aiô, São Paulo, Brasil
Salada de tomates com sotaque asiático do Aiô (//Divulgação)

a bela Sintra

Rua Bela Cintra, 2325 – Jardim Paulista – (11) 3891-0740 / (11) 3891-1090 – Instagram: @restauranteabelasintra

Especializada em receitas de bacalhau à portuguesa, a casa mantém no cardápio uma seção de saladas caprichadas que podem valer por uma refeição, quase sempre combinando carnes e vegetais. 

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É o caso da salada de pato com verdurinhas, composta pela ave confitada e desfiada, alface-americana, endívia, palitinhos de cenoura cozida, radicchio, rúcula e vagem. 

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Camélia Òdòdó

Rua Girassol, 451-B – Vila Madalena – (11) 3815-7987 – Instagram: @camelia_ododo

No restaurante vegetariano da chef e apresentadora Bela Gil, em parceria com o empresário JP Demasi, as saladas, claro, estão em destaque. 

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Entre as quatro opções do cardápio, vale provar a refazenda 2.0, um colorido bowl lotado de verduras de várias tonalidades. No meio de variedades de alfaces, destacam-se as PANCs azedinha e capuchinha, mais o peixinho da horta empanado no fubá. Tem ainda manga, pitaya e castanha de baru. Para completar, molho de mostarda de Dijon e melado. 

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Green Kitchen

Rua Benjamim Egas, 275 – Pinheiros – (11) 4118-9555 – Instagram: @greenkitchenbr

Um dos bons endereços na cidade para os adeptos da culinária plant based, o restaurante é o vice-campeão da categoria vegetariano/vegano do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023. 

Para satisfazer como refeição, a vistosa salada de kale fresca (uma variedade de couve) ganha substância com o acréscimo de radicchio, beterraba marinada e assada, cítricos, ricota de amêndoa e tofu mais vinagrete de tangerina. Na finalização, vai dill e sementes de girassol. 

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Green Kitchen, São Paulo, Brasil
Desde fevereiro de 2023, o Green Kitchen ocupa um sobrado branco em Pinheiros (Ligia Skowronski/Veja SP)

Kouzina

Rua Peixoto Gomide, 1710 – Jardim Paulista – (11) 2935-0888 –Instagram: @kouzinamyk

Concorrido restaurante instalado em uma esquina dos Jardins onde se encontra o melhor mussaká da cidade, o prato símbolo da Grécia, espécie de “lasanha” de berinjela, batata, carne e molhos bechamel e de tomate mais parmesão. 

Mas quem desejar uma refeição mais levinha não erra se pedir a salada grega, combinação de tomate, pepino, cebola-roxa, pimentões, azeitona preta kalamata e feta dos bons em lascas.

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Manduque

Rua Pedro Cristi, 89 (Mercado Municipal de Pinheiros) – Pinheiros – (11) 91855-4227 – Instagram: @manduque.massas

Embora as massas sejam a especialidade da charmosa trattoria instalada em um box no térreo do Mercado de Pinheiros, vale ir lá de olho na salada. 

No caso, a clássica panzanella, cuja versão da Manduque é preparada com cubinhos de pão torrados mais tomates sweet grape, manjericão, cebola-roxa e pepino japonês.

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Manioca

Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2232 (Shopping Iguatemi, entrada pela loja NK Store) – Jardim Paulistano – (11) 2924-2333 – Instagram: @manimanioca

Da mesma dona do Maní (terceiro colocado na categoria melhor cozinha de autor do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023), a chef Helena Rizzo, jurada do MasterChef Brasil, o Manioca tem um cardápio variado – que vai de pastelzinho de pupunha com nirá ao PF da casa, com picadinho de filé, arroz integral, farofa, couve, ovo pochê e banana assada. 

Mas a salada dez grãos com abóbora, tomate, frango e hortelã salpicada de pipoca crocante de arroz pode dar conta do recado sozinha. 

Manioca, São Paulo, Brasil
Manioca: a sala dez grãos com frango é uma refeição completa (Bruno Geraldi/Veja SP)

Osso 

Rua Bandeira Paulista, 520 – Itaim Bibi – (11) 3167-3816 – Instagram: @ossosaopaulo

A salada faz bonito mesmo no restaurante número 1 na categoria melhor carne do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023. 

Nesse caso, estamos falando da deliciosa salada nikkei, um mix de folhas verdes, repolho-roxo, abacate, conserva de rabanete, cenoura crua em fios, tomate-cereja em metades, macarrão bifum crocante e furikake ao molho de shoyu, azeite e limão.

Osso, São Paulo, Brasil
Mesmo sendo especializado em carnes, o Osso faz bonito na salada nikkei (Newton Araújo/Veja SP)

Parador 

Rua Araújo, 216 – Centro – Instagram: @parador.renata

Instalado no terceiro andar do edifício Renata Sampaio Ferreira, projetado por Oswaldo Bratke (1907-1997) para uso comercial e recentemente retrofitado para residências temporárias, o Parador fica em um ambiente despojado com teto sem acabamento. 

No menu enxuto, destaque para a salada que leva o nome da casa e tem vocação de dois em um. É servida em uma dupla de pratos: um deles acomoda um peito de frango assado e fatiado junto a hortaliças assadas como cenourinhas de cores diferentes, batata-doce e batata; no outro chegam as folhas variadas como alface, radicchio e rúcula com rodelas de rabanete.

Parador, São Paulo, Brasil
A salada Parador chega à mesa em dois pratos (Ricardo D'Angelo/Veja SP)

Bônus: Edifício Renata Sampaio Ferreira

Rua Araújo, 216 – Centro- Instagram: @renata.edificio

Construído em meados dos anos 1950, o Renata Sampaio Ferreira faz parte de um conjunto de seis edifícios do centro (incluindo o Copan e o antigo Hilton Hotel), que foram tombados pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), em 2012, como representantes da chamada “São Paulo Moderna” por seu grande valor histórico e arquitetônico. 

Projetado por Oswaldo Bratke (1907-1997), o edifício é um remanescente valioso da arquitetura moderna paulista. Em suas linhas destacam-se a predominância do concreto aparente e o uso expressivo dos cobogós (elementos vazados) nas fachadas.

A 300 metros do metrô República, o Renata Sampaio Ferreira foi originalmente construído para abrigar escritórios. Mas, recentemente, passou por uma reforma de revitalização para acolher um complexo cultural, gastronômico e residencial. 

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