Villa F, o espetacular hotel em Veneza que serviu de cenário para “O Turista”, com Angelina Jolie e Johnny Depp

“Nossa vocação é receber celebridades e chefes de estado”, avisa o gerente. E o fato é que, se algum figurão estiver por ali, ninguém notará sua presença. Ao contrário do que acontece em outros hotéis de luxo de Veneza, a ideia aqui é não ver e não ser visto. Por fora, não há letreiro algum. O acesso à Villa F é feito através de uma porta discretíssima, ou então por uma passagem quase secreta na lateral do hotel Palladio, parte do mesmo complexo (e do mesmo grupo de hotéis que levam a assinatura da empresária Francesca Bortolotto, personagem conhecida na high-society veneziana). Inaugurado em 2011, o Villa F ainda estava em construção quando serviu de cenário para O Turista, com Angelina Jolie e Johnny Depp, filme que talvez tenha como único mérito revelar imagens belíssimas da cidade.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=Gax79zOuaQk?feature=oembed%5D

A singela sala de estar que serviu de cenário para a cena final de “O Turista” é parte da suíte principal (Residenza F). Esses janelões do teto ao chão que você vê são os que explodem na cena acima (clique lá para ver). O hotel ainda estava em obras quando o filme foi rodado e a cenografia é diferente da decoração atual. Mas dá para reconhecer facilmente os elementos principais, como a estante lá do fundo (que se abre para uma passagem secreta!).
Outro ângulo da sala de estar da suíte, que tem forma de “T”. Repare na vista da janela…
A cena acima foi rodada na singela sala de estar da Rezidenza F, a suíte de 325 metros quadrados com oito janelões do teto ao chão (que explodem no filme) que se abrem para a Piazza San Marco. A decoração atual é bem diferente da cenografia. Mas você há de reconhecer os elementos principais. A vista frontal para a praça mais famosa do mundo – que a maioria dos mortais tem apenas quando passa de barco – é possível porque a Villa F ocupa a linha de frente da ilha da Giudecca. Como um universo à parte, a isola é um território quase desconhecido para a maioria dos turistas, ideal para quem quer estar em Veneza sem sucumbir ao caos (um táxi-barco está sempre à disposição dos hóspedes que quiserem cruzar do Grande Canal). O lugar é tão particular que tem até o seu microclima próprio, sempre alguns graus abaixo de San Marco no termômetro, uma dádiva no verão (Villa F fecha nos meses de inverno). Ainda assim, ali está uma das pouquíssimas e exclusivíssimas piscinas de Veneza.
A villa do século 16 passou de mão em mão entre famílias abastadas de Veneza até ser convertida num hotel que caiu nas graças de boêmios, pintores e intelectuais. Ah, se aquelas paredes falassem. O edifício, e também o jardim – o maior de Veneza, com mais de 12 mil metros quadrados! – passaram por uma restauração hercúlea para voltar a seus tempos de glória. O resultado está em 11 suítes-loft com cozinha, sob medida para quem pretende passar uma temporada mais longa na cidade (mínimo é de três dias). A decoração é um espetáculo de bom gosto e luxo “fora da curva”. Me calo e deixo as imagens falarem por mim. As diárias são de quatro dígitos, claro. Mas sonhar não custa nada.

O salão dos espelhos, uma espécie de ala social da Villa F. O vidro permite ver o exterior mas, de fora, não se enxerga o interior (é engraçado observar as pessoas passando na rua e parando para ajeitar o cabelo e esse tipo de coisa).
Contraste matador entre o estilo clássico e o armário com jeitão industrial

Antiguidades como esta peça (que servia para carregar os nobres pelas ruas sujas de Veneza em tempos ancestrais) estão sabiamente espalhadas pelo hotel
Siga @drisetti no Twitter e no Instagram