Achados

Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Testei o Tickets, o bar de tapas de Ferran Adrià

O bar visto de fora: inspiração nos antigos cinemas e teatros da Avinguda Paral-lel, que em seus dias de glória foi uma espécie de Broadway de Barcelona Já tinha testado, e aprovado com louvor, o 41o, o novo cocktail bar do superchef Ferran Adrià (clique aqui para ler o post) – que por sinal acaba […]

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h50 - Publicado em 4 ago 2011, 09h48

O bar visto de fora: inspiração nos antigos cinemas e teatros da Avinguda Paral-lel, que em seus dias de glória foi uma espécie de Broadway de Barcelona

Já tinha testado, e aprovado com louvor, o 41o, o novo cocktail bar do superchef Ferran Adrià (clique aqui para ler o post) – que por sinal acaba de fechar o El Bulli, o restaurante mais inovador e celebrado de todos os tempos. Agora foi a vez de esmiuçar o Tickets, o seu novo bar de tapas.

Em primeiro lugar, uma constatação bastante curiosa: num lugar tão disputado (veja aqui como conseguir uma mesa), havia várias mesas vazias! Perguntei à nossa simpatissíssima garçonete o motivo e ela contou que muita gente reserva e simplesmente não aparece. E para não ser injusto com quem fez tudo certinho e no seu devido momento, os espaços livres não podem ser cedidos às pessoas que chegam na hora (vi várias serem barrados na porta). Não é difícil de entender. Uma vez que é preciso garantir lugar pela internet com uma média de três meses de antecedência (e sem pagar nada por adiantado), muita gente se esquece ou simplesmente muda de planos sem avisar. Um funcionário do bar me ligou 24 horas antes para confirmar, mas pelo jeito eles não conseguem entrar em contato com todo mundo em tempo hábil. Há poucos meses li uma entrevista com o Ferran na revista Esquire espanhola, na qual ele dizia que um dos motivos do fechamento do El Bulli foi que ele não agüentava mais ter que administrar o sistema de reservas (no caso do restaurante, havia filas de ano e uma demanda milhares de vezes maior do que a capacidade). Pelo jeito, o gênio ainda não se livrou do problema…

Dito isso, veja em imagens o que encontrei por lá:

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Foi dada a largada: “Olivas del Tickets” (€ 7,80/ 6 unidades), o néctar de cinco azeitonas concentrado em uma esfera que explode na boca (também servidas no finado El Bulli e no 41, mas com diferentes variações de tipos de azeitonas e temperos).

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Nossa garçonete guapa concentrada ao servir as azeitonas: todo o staff é jovem, eficiente e amável. Como se nota que estão disfrutando de trabalhar com Adrià!

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“Jamón de toro” (€ 13,50): toro, a parte mais gordurosa (e nobilíssima) do atum “tingida” com gordura de jamón ibérico. Ou seja, atum no esplendor de sua consistência aveludada, com sabor de presunto curado.

Pão com tomate “de vidro” (€ 3,50): a melhor contribuição da Catalunha para o mundo executada de maneira perfeita, crocante, leve, sublime.

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O cozinheiro prepara ao vivo o “majado de abacate com filé de bacalhau apimentado” (€ 12,50). Salve simpatia!

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E aqui estão os pedacinhos de bacalhau fresco e suavemente apimentado, sobre um creme de abacate com suco de salsinha. Nham!

Canelone de abacate recheado com caranguejo (buey de mar), € 12,50: reparem na perfeição do ponto do abacate, para que não se quebre e nem “derreta”.

Torradinhas com salmão marinado em mel com trufas negras e iogurte (€ 3,80/ unidade), um dos pontos altos da noite.

Impressionante concentração e precisão com que se elabora cada quitute.

Torradinha com berinjela na brasa e sementes de mostarda (€ 3,10/unidade) – não me lembro de ter pedido isso, mas beleza, estava ótimo.

“Mollete de papada” (€ 3,80/ unidade): um brioche com partes do porco que preferimos não saber exatamente quais são, simplesmente divino.

Nhami, nhami, nhami: batatas confitadas com azeite de oliva e caldo de costela de porco, com presunto ibérico cozido (€ 9,60)

Ravióli líquido de queijo Payoyo (€ 3,10/ unidade): mais um que explode na boca

Toda a precisão do mundo para preparar o nosso micro sorvetinho de manga (€ 3,50/ unidade)

O melhor sorvete de manga da estratosfera (a casquinha é uma espécie de crostinha de caramelo, sem palavras)

“A pedra” (€ 3,50): chocolate com não sei direito o quê, deliciosa e prêmio “melhor apresentação” da noite

Canudinho recheado de crema catalana (€ 3,50). Esse “pozinho” é a parte queimadinha e caramelizada…

O visual coloridinho do bar: não acho o lugar mais bonito do mundo, não…

Mais um ângulo, no bar onde se preparam os peixes. Os lugares são dados meio aleatoriamente (se você se senta no bar de peixes não quer dizer que só vá comer frutos do mar). Mas fiquei feliz por não estar sentada ali… (sim, tem um certo cheiro de mercado…).

O staff literalmente veste a camisa: la vida tapa

A conta: 13 pratos e DUAS garrafas da melhor cava (o champanhe catalão). Mas isso porque meu namorado e eu enfiamos o pé na jaca total. Um casal mais comedido pode facilmente gastar uns € 50 por cabeça, justíssimo!

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