Resolução de ano novo número 1: não vou comprar o “pau da selfie”

É o meu objeto do desejo, só que ao contrário. Há quem o chame de “bastão para selfie”, “vara da selfie”, “haste extensora para selfie”. Mas batizei de “pau da selfie”. Caso você tenha passado os últimos meses em Plutão, me explico: se trata de uma varinha high-tech na qual você encaixa o celular para tirar uma foto de si mesmo (a boa e velha autofoto, ou selfie) com um pouco mais de perspectiva.
É o objeto mais vendido pelos camelôs de todo o planeta. E o objeto mais comprado por selfie addicts (os viciados em selfies) de todo o planeta. O que já era uma febre insuportável (a da selfie), ficou ainda mais irritante.
Até alguém inventar o pau da selfie (o cidadão deve estar em Turks & Caicos fumando charuto e rindo da humanidade neste momento), o autofotógrafo compulsivo não incomodava ninguém. Esticava o bracinho, fazia biquinho e mandava sua maravilhosa imagem rodar o mundo sem interferir na paisagem. Agora, lugares turísticos estão lotados de paus da selfie, que interferem na paisagem. Eles também invadiram os shows e passaram a fazer parte da decoração de festas e grandes eventos. Enfim, a selfie começou a incomodar na “vida real”. O pior? O bom e velho hábito da troca de gentileza entre viajantes na hora de tirar uma fotografia (Can you please take a Picture for us?), momento raro de interação entre seres humanos, talvez esteja com os dias contados.
Sim, a selfie fica melhor com o tal gadget. Mas eu impliquei. Não tem volta. Sou a única freak?
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