Enfim, Costa Rica. Pero no mucho. Minha trip pelo país mais gente boa do mundo – não tem exército e é um modelo de gestão do turismo sustentável – começou pelo atípico.
Em Puerto Viejo de Talamanca e em Cahuita a música absoluta é o reggae, a comida é temperada com coco, o dialeto do inglês é dureza de entender e os meninos ostentam longas tranças.
Trazidos da Jamaica no século 19, como escravos, para trabalhar na construção de uma linha férrea e, posteriormente, nas plantações de banana, os negros caribenhos fincaram raízes no sul e permaneceram praticamente isolados do resto do país, impedidos por lei de transitar pelas outras regiões da Costa Rica até meados do século 20.
É certo que a cultura rastafari se perdeu com o tempo – “a gente só usa dreads porque faz sucesso com a mulherada gringa”, me disse um deles –, mas o espírito jamaicano continua tão vivo na região quanto as chamas que animam o fumacê e a cambada de hipongas e surfistas valentes (a cidade tem um dos breaks mais escabrosos do país, Salsa Brava) que encontra aqui uma Costa Rica que funciona numa rotação muitíssimo mais lenta do que na costa do Pacífico.
Ao som de Bob Marley e com algumas pinas coladas na caixola, ontem dei o meu primeiro mergulho do Caribe: os perrengues narrados nos posts anteriores viraram fumaça.
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