Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
Continua após publicidade

Nova Zelândia de norte a sul: o imperdível parte 1

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h14 - Publicado em 9 fev 2008, 02h02

Há algo de desesperador em viajar pela Nova Zelândia. Cada pessoa que você encontra pelo caminho fala de um lugar fantástico por onde acabou de passar. E as chances de não ser exagero geralmente são de 100 por cento. Tinha quase um mês para “torrar” por aqui, o que parecia razoável para um país relativamente pequeno. Ledo engano.

 

Portanto, ao elaborar um roteiro para menos de um mês, que é o tempo que a maioria dos mortais tem de férias, vale anotar uma listinha com os lugares que você não pode morrer sem conhecer. Na minha modesta opinião, e sofrendo muito para decidir, eles são quatro. Eis o primeiro:

 

Rotorua

 

A cidade ostenta, carinhosamente, o apelido de “peidópolis”. Sim, isso mesmo: a cidade do pum. E basta abrir a janela do carro logo na chegada para descobrir o porquê. A pequena Rotorua repousa sobre uma fina camada de crosta terrestre que praticamente bóia sobre lava vulcânica, o que torna o lugar absolutamente surreal e totalmente diferente de tudo o que você já viu nessa vida. A cada esquina – e isso não é maneira de dizer – um gêiser cospe água fervendo, uma piscina de lama borbulha e odores das profundezas da terra entram sem timidez narina adentro. Não, depois de alguns dias você não acostuma.

 

A quantidade de parques nacionais ao redor de Rotorua chega a ser desesperadora. Mas dois deles são, digamos, mais obrigatórios do que os outros. O Wanganui tem lagoas termais, gêisers e um lindo lago. As trilhas são amplas, bem marcadas e, o melhor de tudo, ultra vazias. Já o Waitapo, é o pop star da região: tem uma piscina borbulhante cor de laranja (champagne pool, na foto), lagos verde fosforescentes (mesmo), cavernas fedegosas e lama efervescente. A quantidade de turistas é beeeem razoável, mas não chega a estragar o programa.

 

Rotorua é, também, o lugar onde a cultura Maori (os primeiros colonizadores da Nova Zelândia) é mais forte e genuína. Antes de ir, eu achava que as aldeias eram tão autênticas quanto suco Tang de framboesa. E não é que o negócio é bacana? A vila conhecida como Whaka, por exemplo, ainda abriga quase uma dúzia de famílias maoris. O tour guiado é conduzido por um morador, que explica como funcionam as tradições como cozinhar nas piscinas termais e banhos ao ar livre. Ali, ao invés de tatuar a cara com henna para ficarem parecido com os seus antepassados, eles preferem explicar como era antes e como foi a transição para os dias de hoje. Ao invés de vender pacotes incluindo o hangi (comida típica), você pode comprar, se quiser, o seu almoço nas barraquinhas. Além do mais, a entrada custa um quarto do preço de outras vilas mais pirotécnicas (25 NZ dólares, algo como 13 euros). O ponto alto da visita é uma despretensiosa apresentação do Haka, a dança de guerra máster plus ogra que os All Blacks ( o time de rugby nacional) tornou mundialmente conhecida.

 

PS: Rotorua é, também, um paraíso dos esportes radicais. Mas isso eu já cansei de falar nos posts anteriores, né?

Publicidade