México: primeiras impressões
Nossa viagem pelo México começou de uma maneira que muita gente consideraria insensata. Depois de um voo longuíssimo (apesar de irrepreensível, pela excelente LAN, com escala em Santiago do Chile), mal pisamos em terra e já estávamos a bordo de um possante, tentando desembaraçar-nos — louvado seja o GPS — da maior segunda maior cidade do mundo.
Vale dizer que a Cidade do México está a 2200 metros de altitude e que as almas mais sensíveis podem sentir alguma estranheza (para respirar, por exemplo) nos primeiros momentos. Menos mal que a saída para nossa primeira parada não estava longe do aeroporto internacional (que é novo e dá de mil em Cumbica, diga-se de passagem).
O contato com a alma mexicana veio logo de cara. Dia 12 de dezembro é o dia da Virgem de Guadalupe, a data religiosa mais importante para o país. No caminho, cruzamos com centenas de peregrinos a caminho da capital, onde uma multidão de oito milhões de fiéis é esperada na próxima segunda-feira.
Tínhamos duas razões personalíssimas para dirigir duas horas ao invés de parar por alguns dias na fervilhante Cidade do México (o que faremos ao final da viagem, que deve durar 2 meses e meio). Em primeiro lugar, um casal de grandes amigos cujo filhinho estávamos por conhecer. Em segundo, uma questão fonética: Heroica Puebla de Zaragoza. Quem não gostaria de estar num lugar com esse nome?
Além da deliciosa acolhida dos amigos (não há coisa melhor do que conhecer uma cidade pelos olhos de quem mora), Puebla foi uma grande surpresa: bela cidade colonial, com gente acolhedora, comida excelente e, acima de tudo, um México genuíno aonde pouquíssimos turistas se dão o trabalho de ir.
Poucas horas depois de chegar, estaria no bairro antigo da cidade, numa região onde dezenas de mariachis vestidos a caráter esperam que os moradores da cidade passem em busca de um gogó a postos para serenatas, festas e cantorias em geral. O México que vemos em Hollywood, afinal, ao vivo, a cores e sem aditivos.
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